Webinar da ABIH-SP espelha momento delicado entre liberar ou manter-se alerta

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Participaram do webinar da ABIH-SP o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, e o do Guarujá, Válter Suman

Por REDAÇÃO DO DIÁRIO


De um lado os representantes da economia hoteleira, restaurantes e empreendimentos do turismo que aguardam a alta estação para minimizar os prejuízos que 2020 trouxeram com o Covid-19. Do outro, o prefeito de São Sebastião Felipe Augusto, e o do Guarujá, Válter Suman que vivenciam todas as demandas de seus municípios e sabem que uma cidade não se explica com um verão.

A ideia da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Estado de São Paulo – ABIH-SP era discutir o tema “Como as cidades do Litoral Paulista estão se preparando para receber mais de dois milhões de turistas no Verão 2020/2021?”.

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No entanto, o encontro, que reuniu também o presidente da entidade do Estado de São Paulo, Ricardo Román, o presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares e Hotéis da Baixada Santista, Heitor Gonzales, o secretário executivo da Secretaria de Turismo de São Paulo, Guilherme Miranda e a diretora executiva da ABIH-SP, Niuara Tedesco serviu para mostrar que o momento espelha uma situação delicada, quase uma encruzilhada: acreditar na retomada da economia nos municípios litorâneos do estado ou pagar o preço de uma segunda onda do coronavírus, a exemplo do que já ocorre em destinos mundiais como Londres e Espanha.

O prefeito de São Sebastião,Felipe Augusto (Reprodução de Tela)

Crítico mas respeitoso

O webinar tinha tudo para cair na vala comum dos encontros virtuais – com vídeos sem áudio, falhas na conexão ou temas recorrentes se não fosse o posicionamento crítico, “mas respeitoso”, do prefeito de São Sebastião, quando apresentou uma série de efeitos do overtourism em sua cidade.

“São Sebastião está enfrentando uma alta estação desde março. Todos os nossos condomínios estão lotados e estamos sofrendo graves problemas de coleta de lixo, saneamento básico, moradores de rua, e perturbação do silêncio”, enumerou o prefeito. “Grandes investimentos estão sendo realizados como aumento do efetivo da guarda-civil, fiscalização, segurança municipal, mas o que nos preocupa é que a população cresceu, mas a arrecadação estabilizou”, disse o prefeito apresentando números. “Hoje a cidade de 90 mil habitantes tem 60 mil a mais. A grande maioria é o turista de baixa renda, isso não é interessante nem para o município, nem para o morador”, lamentou o prefeito Felipe Augusto.

Altos índices

O encontro virtual teve um de seus pontos altos quando o presidente do Sindicato dos Restaurantes Heitor Gonzales comemorou os altos índices alcançados pelos bares e restaurantes em agosto e setembro. “Talvez uma das maiores temporadas dos últimos tempos”, afirmou, não concordando com o termo “turista de baixa renda” afirmado pelo prefeito de São Sebastião.

Prefeito do Guarujá, Valter Sumán (Reprodução de Tela)

Sem surfar segunda onda

Ricardo Roman, contemporizou incluindo em sua fala os inúmeros protocolos que os hotéis do estado de São Paulo, e em especial, os do Guarujá estão adotando para manter seus hóspedes e seus funcionários ilesos ao coronavírus. “Os hotéis estão preparados para receber os turistas, mas mesmo assim a preocupação é grande, já que todos não querem surfar essa segunda onda”, se referindo aos novos surtos europeus.

Plano São Paulo

O secretário executivo, Guilherme Miranda defendeu o Plano São Paulo de flexibilização e estratégia para enfrentar a Covid-19 e que ele foi pioneiro na concepção feito por epidemiologistas, economistas e baseados em excepcionais protocolos. “O Plano São Paulo é uma ferramenta de gestão das melhores que se tem no mundo”.

Mais uma vez o prefeito de São Sebastião deu audiência ao webinar ao criticar o plano: “Com todo o respeito aos profissionais e ao governo, mas o Plano São Paulo apresentou uma série de erros e o enfrentamento do ônus ficou por conta dos municípios”, disse o prefeito.

Como o DIÁRIO já divulgou, o Plano São Paulo dá autonomia para que prefeitos diminuam ou aumentem as restrições de acordo com os limites estabelecidos pelo Estado, desde que apresentem pré-requisitos embasados em definições técnicas e científicas.

Nessa terça-feira (6), o Estado de São Paulo registrou uma totalização de 36.490 óbitos e 1.010.839 casos confirmados do novo coronavírus. Todos as regiões do Estado de São Paulo se encontram na fase amarela.

O webinar foi mediado pelo diretor da agência Amigo, Luiz Henrique Miranda e teve o poio da Interamerican.


 

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