A falta de fiscalização e a eterna busca do “programa mais barato” pelos consumidores, principalmente em destinos classificados como de Aventura, colocam todos os dias a vida das pessoas em risco.
por Patrícia de Campos*
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Dentro todos os segmentos do turismo vemos crescer a informalidade, seja nas excursões organizadas por “empresas” sem qualquer registro (CNPJ, Cadastur), que levam por valores irrisórios seus passageiros para um bate e volta à Capitólio ou Angra dos Reis, em ônibus que mais parecem o carro dos Flintstones.
Quando se fala sobre o Turismo de Aventura, o painel fica ainda mais crítico. O garoto que mora próximo a uma região de mato, acha que tem experiência suficiente para levar grupos a baixo custo para passeios em trilhas ecológicas ou para passar o dia em uma cachoeira. São inúmeros os grupos no WhatsApp oferecendo esses serviços, com transfer, por valores que variam de R$ 50,00 a R$ 120,00. Isso porque ainda não citei os que oferecem experiências inesquecíveis em descidas de corredeiras (rafiting), escaladas ou tirolesas. Realmente essas experiências poderão ser inesquecíveis, pois não há nenhuma fiscalização do equipamento utilizado, nem a preparação profissional para o acompanhamento dos usuários.
Para quem não sabe, desde dezembro de 2010, há dentro da Lei Geral do Turismo, o Decreto nº 7.381 que regulamenta e coloca em vigor a já existente Lei Geral do Turismo (Lei n° 11.771/08). e dispõe sobre o cadastramento, classificação e fiscalização dos prestadores de serviços turísticos, normatizando inclusive o Turismo de Aventura, obrigando o prestador estar quites com as ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) no que diz aos equipamentos e tempo de utilização desses.
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Mas o problema não para aí. Existem relatos de pessoas que compraram “viagens de aventura” de agências idôneas, que obtiveram informações erradas sobre o destino ou mesmo que não foram alertadas sobre riscos e necessidade de equipamentos. Isso é o reflexo da falta de capacitação de vendedores, que querem apenas “vender” o destino e na verdade não sabem nem onde ele está localizado no mapa.
Turismo de Aventura é um potencial nicho de mercado, principalmente para o público estrangeiro, considerando todas as belezas que nosso país oferece, por isso deve ser levado muito a sério.
O selo da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), que certifica empreendimentos que oferecem atividades dentro das normas técnicas, traz tranquilidade ao consumidor, que deve estar mais atento, preocupando-se não apenas com o melhor custo, mas principalmente com a sua vida.
PATRÍCIA DE CAMPOS – TURISMO DE NATUREZA
*Patricia é formada em Comunicação Social (Rádio e TV) pela FAAP, com pós graduação em Marketing pela ESPM. Neta do imortal escritor parnasiano Humberto de Campos, Patrícia é diretora da Gentileza R.P., empresa de representação de hotéis e destinos diferenciados do Brasil.
Muito legal e importante a abordagem sibre a segurança no turismo de aventura mas gistaria de sugerir duas alterações importantes no texto:
– As normas técnicas são da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e não “BNT”;
– A Abeta – Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura não possui nenhum selo de qualidade e certificação sobre normas para empreendimentos. Quem tem processo de “certificação” é a ABNT, somente para a Norma ABNT NBR ISO 21101 – Sistemas de Gestão de Segurança – Requisitos
Atenciosamente,
Evandro Schütz
Ex diretor de Qualificação, Ex Presidente e Ex Diretor Técnico da Abeta – Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura
Muito legal e importante a abordagem sobre a segurança no turismo de aventura mas gostaria de retificar duas informações importantes no texto:
– As normas técnicas são da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e não “BNT”;
– A Abeta – Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura não possui nenhum selo de qualidade e certificação sobre normas para empreendimentos. Quem tem processo de “certificação” é a ABNT, somente para a Norma ABNT NBR ISO 21101 – Sistemas de Gestão de Segurança – Requisitos.
Atenciosamente
Evandro Schütz
Ex Diretor Técnico, Ex Diretor de Qualificação e Ex Presidente da ABETA
Obrigado Evandro, vamos corrigir o texto
Boa noite, para alguém guiar em alguma trilha numa Serra por exemplo, é obrigatório ter o Cadastur?