Um vinho de caráter – por Werner Schumacher*

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O vocabulário utilizado para descrever um vinho é uma verdadeira folia de carnaval, cada um diz o que quer e faz o que quer, não há nenhuma ordem, poucos critérios e, enfim, uma verdadeira baderna que só serve para confundir o consumidor.

Quando pensamos em caráter, vem à cabeça as características de uma pessoa, como:

– a sua índole;

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– o seu temperamento; e

– a sua personalidade.

De acordo com alguns escritores, caráter pode ser relacionado a um personagem de um livro. Nesse caso, o autor do vinho é o enólogo, cujas ações durante o processo de elaboração determinará a qualidade ou caráter do vinho.

O caráter de um vinho depende de alguns fatores, que são criados pelo solo, clima, casta, e técnicas de vinificação, que formam o ‘terroir’.

O solo aonde a vinha é cultivada afeta diretamente a característica de um vinho. O clima igualmente causa impacto e a casta escolhida tem um caráter próprio que transmite ao vinho que produz, para finalmente entrar a mão do enólogo, cujas técnicas de vinificação imprimirão o perfil final do vinho. Esse conjunto forma o que chamamos de ‘terroir’.

Para compreender o caráter do vinho é preciso ser um vinho que denote qualidades distintas, que tenha um estilo e identificar o sabor do vinho, que será resultado da soma dos fatores acima citados.

O sentido geral de um vinho é descrito pelo seu caráter, que poderá ser leve ou encorpado, aromático ou não, equilibrado ou não e assim por diante.

O caráter de um vinho depende de alguns fatores, que são criados pelo solo, clima, casta, e técnicas de vinificação, que formam o ‘terroir’ (Crédito: arquivo digital DT)

O que vem à mente

O problema está no fato de que os escritores e teóricos de vinho utilizam qualquer termo para descrever um vinho, aquele que vem à sua mente, sem se preocupar se será ou não entendido pelo consumidor.

Há muito, vem se criando vocabulários, mas a padronização nunca se chega, por mais que se queira, talvez pela necessidade de alguns escritores quererem aparecer, fazer charme, etc.

Por essa razão, tentaremos aqui explicar, pouco a pouco, o verdadeiro significado do termo usado, como colocamos aqui o termo CARÁTER, com a pretensão de se criar um vocabulário mais inteligível.

Os grandes vinhos são escolhidos por sua beleza ou pela estética que apresentam.

Aqueles mais conhecidos, devemos prestar atenção no seu caráter, se honesto ou não.

Por fim, e aqueles encantadores devemos ter a capacidade necessária para identificar os inimigos do prazer, parafraseando Oscar Wilde

Caso você tenha dúvidas sobre algum termo sobre vinhos, estamos aqui pra isso, basta perguntar.

schuwer53@gmail.com – redacao@diariodoturismo.com.br


*Werner Schumacher, é o alemão brasileiro que na década de 80 e 90 do século passado trouxe os insumos da Europa para o início da vinicultura no Rio Grande do Sul, e portanto, no Brasil.

Sem meias palavras, Werner durante o último ano escreveu sobre inúmeros assuntos do universo do vinho. Defendeu a viticultura heroica de montanha, ficou do lado dos pequenos produtores de uva e vinho do Rio Grande do Sul, enalteceu a importância do enólogo em uma propriedade que produz vinho. Além de tudo isso, e com muita classe, critica os marqueteiros que tentam desmistificar o mundo do vinho com seus produtos padronizados e sem caráter.

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