BRUXELAS, (Reuters) – A Comissão Europeia publicou na última sexta-feira (16) um esboço de propostas sobre como melhorar a saúde das florestas da Europa e aproveitar sua capacidade de lutar contra as mudanças climáticas, inclusive por meio de metas legalmente vinculantes para restaurar ecossistemas degradados.
Isso aconteceu dias depois que a Comissão revelou um pacote abrangente de políticas climáticas da União Europeia, incluindo metas obrigatórias para os países cultivarem florestas, turfeiras e outros “sumidouros de carbono” naturais que sugam CO2 da atmosfera.
A Comissão disse na sexta-feira que iria propor metas legalmente vinculativas para restaurar ecossistemas florestais danificados na Europa, e desenvolver um sistema exigindo que os países rastreiem dados sobre a saúde de suas florestas, coletados de fontes que incluem monitoramento terrestre.
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O objetivo seria ajudar os países a responder às pressões enfrentadas pelas florestas da Europa – incluindo a demanda por combustível de biomassa usado para produzir energia e os impactos das mudanças climáticas, como novos padrões de incêndios florestais ou aumento da probabilidade e disseminação de pragas.
Se bem administradas, as florestas também podem ajudar as regiões a lidar com os impactos das mudanças climáticas, absorvendo o excesso de chuva e resfriando a área circundante durante os períodos de alto calor.
Mas os defensores do meio ambiente disseram que os planos não conseguiram lidar com o impacto nas florestas da UE da demanda por energia de biomassa – como pellets de madeira e cavacos.
“Os remédios propostos são muito tímidos para enfrentar o desafio”, disse Kelsey Perlman, ativista da ONG Fern.
A Comissão propôs na semana passada regras de sustentabilidade mais rígidas para usinas de biomassa para tentar garantir que a madeira seja queimada apenas para energia como último recurso. ONGs disseram que a proposta não foi longe o suficiente.
As indústrias de base madeireira sustentam cerca de 3,6 milhões de empregos na UE, e alguns grupos que representam proprietários de florestas e agricultores disseram na sexta-feira que o plano do bloco não ofereceu clareza sobre o apoio econômico ao setor.