Colocar em uma escala de valores os atrativos turísticos que possuem uma natureza distinta ou construídas em épocas diferentes é uma tarefa difícil e muitas vezes cometemos injustiças com nossas réguas e medidas.
Por Paulo Atzingen (de Mérida, México) – o jornalista viaja com seguro GTA*
Em Yucatán, no México, nos dois primeiros dias do presstrip promovidos pela organização do Tianguis Turístico, essa dúvida aumentou ainda mais. Foi oferecido ao grupo de jornalistas latino-americanos turismo cultural, turismo de natureza, turismo gastronômico e a constatação foi uma só: Yucatán se levanta para o turismo com suas pirâmides gigantescas e seus cenotes cristalinos com um profissionalismo acima da média. E o México descobre seus estados genuinamente turísticos, e amadurece seu setor de serviços com profissionalismo e investimentos na promoção dos destinos.
Quando saí de Mérida, em direção à Zona Arqueológica de Uxmal, ao sul do Estado não fazia ideia do que iria encontrar pela frente e a única referência que tinha de Yucatán era sua pirâmide, Chichén Itzá. Mas Yucatán é muito mais que Chichén Itzá!
Hacienda Yaxcopoil
No meio do caminho – seguindo a carretera Federal 261 – conheci a Hacienda (fazenda) y Museo Yaxcopoil, uma construção colonial erguida sobre construções maias que resistem ao tempo e ao espaço. Fundada no Século XVII, seu nome significa “Lugar dos Álamos Verdes”.
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A fazenda, imponente, reúne em sua história os três grandes períodos de Yucatán: antes da chegada (e conquista) dos espanhóis, o período colonial e o auge de sua economia no fim do século XIX e início do século XX com a criação de gado e a exploração do henequém – uma fibra originária da região – com dezenas de formas de uso como fabricação de cordas, tecidos, bebidas alcólicas, alimento para o gado, biogás e medicamentos.
Atualmente a fazenda foi convertida em um museu (com mobiliário original) e casa de hospedagem ou como chamam aqui, “Casa de Visitas” restaurada para hóspedes, mediante reserva antecipada.
De todas as fazendas coloniais que existem na península de Yucatán, a maioria se encontra semidestruída. No entanto, a Yaxcopoil resiste ao tempo. Vale a visita.
Serviço:
Hacienda Yaxcopoil
email: hacienda@yaxcopoil.com
Museu do Chocolate
Na região de Uxmal visitamos o Choco-Story – Museu do Chocolate, onde é apresentado toda a história do chocolate. O ponto alto da visita é a cerimônia Maia de preparo do chocolate.
Serviço:
Museu do Chocolate
Lodge at Uxmal
A pernoite desta esticada até o sul do Estado de Yucatán foi no Lodge at Uxmal, um hotel boutique com todas as facilidades e serviços para viajantes experientes e exigentes. O hotel tem restaurante com cozinha internacional, mexicana e yucateca. Possui três piscinas e está dentro da Zona Arqueológica Uxmal, um dos pontos altos do PressTrip.
Serviço:
The Lodge at Uxmal
maialand.com
Ecos de Uxmal
Após o jantar no restaurante do Lodge at Uxmal, constava na programação a apresentação de Video Mapping da Zona Arqueológica de Uxmal. Vítima dos tempos do holograma e das imagens tridimensionais, cri que sentaria em uma sala de cinema para assistir um espetáculo artificial.
Errei. E aqui remeto-me ao que escrevi lá no início da matéria: Yucatán é muito mais que Chichén Itzá!
As visitas tradicionais a monumentos arqueológicos durante o dia ganharam com a digitalização e a tecnologia contornos que tocam os céus dos deuses maias. Administrado pelo governo de Yucatán, o parque arqueológico de Uxmal ganhou há algumas décadas um toque moderno e interativo: seus Ecos e seus Sons.
Um espetáculo de luz e de som, por meio da técnica de vídeo mapping, conta a história da dinastia dos maias de Uxmal. Estupefato, testemunho a combinação perfeita entre uma grande obra arqueológica escondida entre as sombras da noite que é quebrada por imagens dos deuses, das formas, e da natureza desse povo ancestral. Em espanhol, a história da fundação, apogeu e declínio da cidade de Uxmal é narrada com efeitos visuais de tirar o fôlego. Durante mais de 500 anos Uxmal foi a cidade mais poderosa do oeste do Yucatán e toda essa história é narrada em cerca de 40 minutos. Com uma população estimada de cerca de 25 mil pessoas, a disposição dos edifícios revela conhecimento de astronomia e cosmogonia.
A pirâmide do Adivinho, domina o centro do espetáculo que se estende para outras construções, à medida que o público caminha orientado por luzes no chão e por monitores. A dança das cores e formas maias continuam em destaque no Palácio del Governador, no Templo de las Palomas e no Gran Cuadangulo de Las Monjas.
Os participantes do Ecos de Uxmal entram em outra dimensão cósmica, mas são apenas 40 minutos de um mergulho no grande lago maia. Infelizmente.
Novas Realidades
Definitivamente o turismo pós-pandêmico terá seu formato transformado para algo muito maior a que as superfícies apresentam. As realidades do mundo moderno terão que alcançar a frequência proposta pelo mundo maia. Do contrário, o saque, a conquista e a dominação pela força se repetirão.
Quem leva?
*O DIÁRIO DO TURISMO viajou à convite da organização do evento.
