A Aeromexico parece que está próxima a sair da falência, mas os analistas acreditam que a companhia aérea mexicana enfrenta ainda duros desafios, como por exemplo a concorrência de companhias de baixo custo como a Volaris, agora a companhia aérea mais movimentada do país.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com Reuters
A Aeromexico, que pediu falência em junho de 2020, à medida que a procura se instalava nos primeiros meses da pandemia, obteve na última sexta-feira (28) a aprovação final do tribunal para um plano de reestruturação que visa reduzir a sua dívida de 2 bilhões de dólares para algo em torno de 1 bilhão de dólares.
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Mas mesmo depois dessas reduções – carga de dívida e os custos operacionais -, a Aeromexico pode ter dificuldade em em recuperar terreno perdido para transportadoras de baixo custo como a Volaris, que a ultrapassou como a maior companhia aérea do México pelo tráfego de passageiros.
O representante da empresa recusou-se a comentar o calendário para a sua saída da falência e a sua estratégia para além desse marco.
O plano de regresso contém alguns pressupostos que parecem otimistas. Um deles é a recuperação de capacidade comparada à pré-pandemia, medido pela Available Seat Kilometers até ao final de 2022. O consenso da indústria é que o tráfego estará nos níveis pré-COVID até meados de 2023 ou 2024.
Com a Apollo Global Management tornando-se o maior acionista da companhia aérea como resultado de uma troca de dívida em capital relacionada com a falência, o mais provável é que os investidores controlem a empresa, reduzindo o tamanho dela, “para torná-la mais eficiente”, disse Jacobo Rodriguez, analista da Black Wallstreet Capital México.
Rodriguez disse ainda que os novos proprietários podem vender partes da empresa ou certos ativos, como a sua frota ou slots nos aeroportos, para aumentar a rentabilidade e manter os negócios funcionando.
O presidente executivo da Aeromexico, Andres Conesa – que ocupa o cargo desde 2005 – expressou a sua gratidão à sua equipe e ao novo grupo de investidores pela confiança depositada na companhia aérea num comunicado divulgado na última sexta-feira (28).
“A Aeromexico teria dificuldades em assumir a estrutura de custos mais baixos da Volaris mesmo depois de ter cortado as suas despesas, deixando a companhia aérea como uma transportadora mais focada nos viajantes de negócios, que continuam a ser escassos à medida que a pandemia se alastra”, disse Marco Antonio Montanez, analista da Vetor brokerage.
“Será capaz de recuperar a sua quota de mercado pouco a pouco, mesmo que fique claro que a recuperação será lenta”, disse. “A Aeroméxico tem de explorar formas de baixar os seus custos e competir, mas não vejo que se torne uma companhia aérea de baixo custo.”