Eles querem revolucionar o mercado financeiro tradicional e oferecer um “Digital Bank” mais seguro, moderno, ágil e arquitetado em blockchain, uma das tecnologias mais seguras do mundo. O DIÁRIO conversou com Augusto Santos COO e Sócio Fundador da Pitaia Bank, que terá o universo das criptomoedas como principal ativo.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Nesta entrevista, concedida ao editor do DT, jornalista Paulo Atzingen, Augusto fala das questões jurídicas, legais e da incomparável segurança que o sistema oferece: “a natureza jurídica da empresa nos obriga a ter as melhores práticas de compliance e segurança utilizadas no mercado financeiro tradicional que são vigiados por órgãos regulamentados”, afirma ao DIÁRIO.
Segundo Augusto, que tem como sócia a CEO da plataforma, Simone Abravanel, a conta digital oferecerá cartão de débito para utilização em estabelecimentos, pagamento de contas, transferências, recarga de celulares, além de compra e venda de criptomoedas. Acompanhe abaixo a entrevista completa:
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DIÁRIO – O blockchain é realmente inviolável? Vocês possuem casos de tentativas de fraude que foram detectadas e impedidas? Dêem um exemplo para nossos leitores
AUGUSTO SANTOS – O blockchain é um protocolo inviolável, onde os fraudadores mais frequentes se aproveitam da vulnerabilidade dos computadores que os individuos e empresas utilizam para acessar serviços baseados em blockchain.
Há casos de empresas que tem seus dados ou valores violados, por falha da segurança da empresa. Sem essa falha “humana”, seria impossível violar.
DIÁRIO – Até que ponto o Banco Digital obedece as questões legais e jurídicas do país?
AUGUSTO SANTOS – A PitaiaBank permite que seus clientes transacionem valores na plataforma. Sendo assim, a natureza jurídica da empresa nos obriga a ter as melhores práticas de compliance e segurança utilizadas no mercado financeiro tradicional que são vigiados por órgãos regulamentados.
Natureza jurídica da empresa nos obriga a ter as melhores práticas de compliance e segurança utilizadas no mercado financeiro
DIÁRIO – A febre do Bitcoin diminuiu em alguns países. Vocês acreditam que o brasileiro está preparado para esta revolução digital?
AUGUSTO SANTOS – Na bolsa de valores brasileira tem menos de um milhão de CPFs cadastrados. Já no mercado de investimento em moedas digitais, já soma-se mais de três milhões de investidores desde 2017. Isso demonstra que o brasileiro é inclinado a testar novas tendências, mesmo que ainda temos um grande espaço para conquistar.
DIÁRIO – Vocês estão lançando o primeiro Digital Bank brasileiro para transações em Bitcoin. Quem pode ser seus clientes?
AUGUSTO SANTOS – Tanto pessoa jurídica como pessoa física pode ter conta na PitaiaBank.
Nossa missão é democratizar o meio de pagamento em moedas eletrônicas. Assim sendo, abordamos lojas físicas e onlines para aceitarem moedas eletrônicas como meio de pagamento através da nossa plataforma. Quanto mais o comércio aceitar pagamento em moedas eletrônicas, mais pessoas vão utilizar esse ativo com um meio de pagamento e não só para especular.
DIÁRIO – Os sistemas bancários tradicionais têm juros extorsivos. Quais são as perspectivas de margem de lucro (ou outra coisa) para a sobrevivência de um banco digital?
AUGUSTO SANTOS – Os bancos tradicionais construíram ao longo dos anos um passivo de imobilizado e uma folha de funcionários que gera um custo anual elevado, isso é repassado aos clientes através das tarifas. Um banco digital já nasce com todas as operações automatizadas e com pouca intervenção humana, isso faz com que o banco digital não precise cobrar altas taxas. O desenvolvimento da tecnologia blockchain é custosa atualmente, por isso temos taxas, mas são taxas justas. A margem de lucro virá com a escalabilidade do produto.
DIÁRIO – Como está o processo de regularização das criptomoedas no país? podem nos atualizar?
AUGUSTO SANTOS – No fim de janeiro de 2019 a Câmara dos Deputados arquivou o projeto de lei que discute a regulamentação de moedas virtuais, o PL 2303/2015 de autoria do Deputado Aureo Ribeiro. Segundo o Deputado Federal Daniel Coelho, o congresso entende pouco sobre o assunto e criar uma regulamentação pode inviabilizar este mercado. Dessa forma, seguimos sem regulamentação no Brasil, mas a Pitaia Bank conduz o projeto como se estivesse num país regulamentado e com as melhores práticas do mercado financeiro.