Pensar nos destinos turísticos apenas como locais para uso e consumo já é coisa do passado. Empresas, instituições, associações, organizações não governamentais têm se pautado nas boas práticas ambientais, “ecologicamente corretas”. Não porque são bonzinhos, mas porque o mundo se modifica em seu processo de produção e consumo, as pessoas estão mais sensíveis e exigentes quanto à práticas das empresas e claro, querem alcançar melhores resultados em termos de receitas.
por Patrícia de Campos*
São várias iniciativas e dentre elas destacam-se: economia circular dos resíduos, neutralidade de carbono, construções sustentáveis em empreendimentos turísticos; redução do plástico nos hotéis, entre outras ações importantes.
O DIÁRIO que tem em seu portfólio de editorias a seção Turismo Ético e Responsável identificou no Grupo La Torre, de Porto Seguro (BA), uma iniciativa consistente e de grande impacto na mudança do modelo de negócio do tradicional para o de Economia Circular. O CEO do Grupo La Torre, Luigi Rotunno, trouxe para os empreendimentos do grupo, uma verdadeira (r)evolução no conceito ambiental.
“O Grupo La Torre tem hoje como norteador, um inovador planejamento circular sustentável, com ações que integram os diversos setores funcionais dos empreendimentos, expandindo para ações de importância planetária. Um dos seus fios condutores são 16 dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU”, afirma Luigi ao DIÁRIO.
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Sediado em um dos cenários paradisíacos do litoral brasileiro, em Porto Seguro (BA), na chamada Costa do Descobrimento, o grupo La Torre integra o La Torre Resort All Inclusive, o Clube de Praia, o Gino Gastronomia, o Villa Torre e o Casa La Torre Hotel Boutique, todos com o quesito sustentabilidade em seus DNAs.
Outorgado com o selo de Carbono Zero e considerado Empreendimento Eco Friendly, o grupo acaba de contribuir para preservação de 121 mil árvores, através da aquisição de créditos de carbono, sendo um dos pioneiros nessa iniciativa no setor hoteleiro do Brasil.
“Neste primeiro momento, compensamos 500 toneladas de CO2, o que equivale a 121 mil árvores preservadas, por meio do Projeto Fortaleza Ituxi, que protege as florestas localizadas em uma das regiões mais afetadas da Amazônia. Escolhemos para essa ação a Moss, a maior plataforma de crédito de carbono(*) do mundo” detalha Luigi.
Círculo Sustentável
As ações sustentáveis do Grupo LaTorre, continua Rotunno, vão além, já que criaram o chamado círculo sustentável. Na área de energia renovável, hoje um parque de energia solar abastece parte da demanda, e até o final de 2022 será totalmente autossuficiente, passando a consumir apenas energia “limpa”. A água utilizada nos diversos empreendimentos, já é aquecidas através de painéis de energia solar.
O executivo informa que o lixo orgânico produzido é transformado em gás, utilizado nas cozinhas, a partir de uma pequena usina de biogás. A outra partr desse lixo é transformado em líquido fertilizante depois de processado em biodigestores. 80% dos resíduos são reciclados através de parceria com empresas homologadas, para onde são destinados papel, papelões, vidros, metal, plástico e isopor. O lixo verde, resultado de podas e folhas, passará a partir desse mês, a ser triturado e utilizado como adubo.
Luigi destaca a redução de utilização de produtos plásticos, como na oferta de amenities que foi substituído por dispenser, canudos que foram suprimidos e copos descartáveis utilizados no resort e em no Clube de Praia foram trocados por reutilizáveis.
“O círculo é ainda mais amplo. Só trabalhamos com fornecedores que tenham a mesma preocupação ambiental nossa. Eles têm que oferecer ações para o “lixo reverso”, afinal um dos nossos grandes diferenciais, além da qualidade e atendimento é o posicionamento real de sustentabilidade”, ressalta Luigi Rotunno, que completa dizendo que até mesmo no “all inclusive”, o desperdício foi reduzido, com a oferta dos produtos em pratos previamente montados, sem afetar a fartura”, reforça.
Cultura Local
Além de ser modelo do círculo de sustentabilidade, o Grupo La Torre, entende que o meio ambiente também é formado por pessoas, por isso incentiva a cultura local apoiando uma série de ações, além de se posicionar junto com as comunidades indígenas locais contra a PL 490**.
“A indústria do turismo não pode somente explorar destinos turísticos, precisa sobretudo cuidar deles. Nós queremos incentivar todos que fazem parte dessa cadeia a ter uma nova visão do planeta, pois não podemos deixar a responsabilidade apenas para as grandes empresas. Para o meio ambiente não existe pequena contribuição, ela sempre será grande.” finaliza Luigi.
*Patrícia de Campos é jornalista
(*) Um crédito de carbono é a representação de uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera, contribuindo para a diminuição do efeito estufa. Através de um cálculo complexo, que leva em consideração o consumo de energia elétrica, de gás de cozinha e o tipo de transporte utilizado, além do consumo de energia elétrica. Apenas como parâmetro o consumo médio de energia por pessoa é de 100 KWh/mês, o que gera uma emissão de 0,32 tonelada de CO2.
No caso do cálculo do hotel, considera-se não apenas os colaboradores fixos, mas também os eventuais, além do número de hóspedes, sua permanência, etc.
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(**) O PL 490/2007 determina que são terras indígenas aquelas que estavam ocupadas pelos povos tradicionais em 5 de outubro de 1988. Dessa forma, se tornaria necessária a comprovação da posse da terra a partir do dia da promulgação da Constituição Federal, que é chamado de marco temporal pelos indígenas
