Visto para os Estados Unidos: desde a última quarta-feira (01/10), está em vigor uma nova regra que altera o processo de emissão do documento. Solicitantes com menos de 14 anos e mais de 79 anos passam agora a ser obrigados a realizar entrevistas presenciais para obter o visto de entrada no país. Até então, essas faixas etárias estavam, em sua maioria, isentas dessa etapa.
DA REDAÇÃO com agências internacionais
A mudança, anunciada previamente pelo Departamento de Estado, estava prevista para setembro, mas teve sua aplicação adiada para outubro. Ainda assim, algumas categorias permanecem isentas da entrevista, incluindo diplomatas, militares em missão internacional, solicitantes de renovação dos vistos B-1 e B-2 ainda válidos ou expirados há menos de 12 meses, além de trabalhadores agrícolas temporários com visto H-2A.
Para ter direito à dispensa da entrevista, o solicitante deve fazer o pedido em seu país de origem ou residência e não pode ter tido um visto negado anteriormente. Mesmo nestes casos, os consulados americanos mantêm a prerrogativa de convocar o solicitante para uma entrevista, caso julguem necessário.
A exigência levanta preocupações no setor de turismo, especialmente no que diz respeito a famílias que viajam com crianças ou idosos, podendo aumentar a burocracia e o tempo de espera. A medida também está sendo monitorada por companhias aéreas e redes hoteleiras, que avaliam possíveis impactos no fluxo de passageiros, em especial os provenientes do Brasil — um dos principais emissores de turistas para os Estados Unidos.
Atualmente, o custo do visto para os Estados Unidos permanece em US$ 185 (aproximadamente R$ 985), valor que não é reembolsável, mesmo em caso de negativa. Contudo, uma nova taxa adicional — a chamada Visa Integrity Fee — foi aprovada durante o governo Trump e poderá acrescentar US$ 250 (cerca de R$ 1.330) ao processo. Essa cobrança, porém, ainda não tem data definida para começar a valer.
Segundo a legislação, essa taxa só seria aplicada se o visto for aprovado, com possibilidade de reembolso em determinadas situações. Enquanto isso, entidades ligadas ao turismo, como a US Travel Association, pressionam o governo americano para suspender ou adiar a medida, temendo um impacto negativo no número de visitantes internacionais, especialmente em um cenário global de desaceleração econômica.
Especialistas observam que, embora a exigência de entrevistas presenciais não represente uma mudança drástica, ela pode afetar segmentos específicos, como pacotes de viagens em família e turismo de lazer. Isso porque a obrigatoriedade tende a aumentar os custos indiretos e o tempo médio de processamento do visto.
Para investidores do setor aéreo e de hospitalidade, a medida representa um sinal de alerta, principalmente se a nova taxa adicional for implementada. Redes hoteleiras, companhias aéreas e parques temáticos já se preparam para eventuais ajustes temporários na demanda, aguardando definições mais claras sobre os próximos passos da política migratória dos Estados Unidos.
