Ao DIÁRIO, VP para América Latina e country manager explicam estratégias e importância do país para negócios da empresa

A BWH Hotels pretende aumentar em cinco vezes, até 2030, o número de hotéis ligados à empresa atualmente. Em conversa com o DIÁRIO durante o 62º Equipotel nesta terça-feira (16), os executivos Ricardo Manarini e Richard Rehwaldt projetam que, agora, com a volta do escritório da companhia ao Brasil, a meta deverá ser alcançada com sucesso.

Por Bruno Almeida, colaborador do DIÁRIO

Para Richard Rehwaldt, vice-presidente para a América Latina da BWH, o Brasil tem posição estratégica para a empresa pelas dimensões continentais do país e pela variedade de destinos. O grupo, fundado em 1946 nos Estados Unidos, tem hoje mais de quatro mil propriedades sob administração nos mercados que vão do luxo ao econômico, por mais de cem países no mundo. “Tem demanda”, garante. “O Brasil é obviamente muito importante para a rede. É o mercado onde a gente vê o maior potencial. A ideia é a gente poder penetrar mais país e a gente sabe que o brasileiro viaja muito”.

Ele vê que a empresa voltar os olhos para o Brasil traz visibilidade dos hotéis da administradora para brasileiros visitarem mais estabelecimentos dentro do país e ainda buscarem hotéis estrangeiros. O México, por exemplo, atualmente o líder na quantidade na América Latina com o maior número estabelecimentos — quase 50 – exemplifica o ponto de vista do executivo: para ele, a proximidade com os Estados Unidos é fator para o bom desempenho do México sobre o Brasil. “Queremos que seja reconhecida pelo consumidor brasileiro”, pontua Rehwaldt.

Com a projeção da empresa em expandir o portfólio em terras brasileiras dos seis estabelecimentos que estão ligados à rede atualmente para 30 até 2030, o papel do country manager da BWH Hotels no Brasil, Ricardo Manarini, será fundamental. Segundo ele, reforçar o escritório no Brasil ajuda na comunicação com hoteleiros individuais, que geralmente não falam inglês e têm receio de firmar contratos com empresas estrangeiras.

“A gente tem a maior parte de nossos clientes no Nordeste. A ideia é aproveitar o que a gente já tem lá e ampliar para o Norte e o Centro-Oeste. (…) Em planejamento, temos basicamente 10 contratos em negociação. A gente sabe que alguns podem ou não virar. E tem outros que a gente tem trabalhado e que às vezes vai levar um pouco mais de tempo para ficar pronto. Dentro dessas negociações que a gente tem, a maioria são de conversões, ou seja, daqui três ou seis meses entrarão já para a rede. A minoria é de projetos novos. Aí a gente está falando de dois a três anos para ficarem prontos para entrarem no portfólio”.

Além disso, ele conta que o modelo de negócio da BWH Hotels ainda enfrenta resistência de alguns hoteleiros individuais que têm medo de anularem as marcas próprias para privilegiar regras da gestora. Manarini garante que não há motivo para preocupação.

“Há uma barreira que queremos quebrar. O hoteleiro às vezes tem aquela impressão de que a gente vai entrar e vai entrar na gestão deles, na gestão do hotel dele, e colocar uma série de regras. Não”, afirma.

Ele celebra a participação no Equipotel para abrir diálogo justamente com este público. “Esse é nosso público-alvo, a gente precisa estar aqui”, conclui Manarini.

Na manhã desta terça-feira (16), no Expo Center Norte, na capital paulista, o maior evento do segmento na América Latina, uma realização da ABIH Nacional, com organização e promoção da RX Brasil, traduziu o momento de pujança do setor e convocação do olhar voltado para o futuro.

Por Cecília Fazzini – Colaboradora do DIÁRIO

O evento, realizado simultaneamente à 67ª. edição do Congresso Nacional de Hotéis – Conotel, tradicionalmente reúne novidade em produtos, serviços e tecnologias voltadas ao segmento de hotéis, resorts, motéis e afins. Voltada ao trade hoteleiro, a feira se estende até a próxima sexta-feira (19).

Mayra Nardy, diretora do portfólio Building & Hospitality da RX Brasil, ressaltou a importância do encontro de negócios que atrai 22 mil visitantes, 450 marcas e 15 experiências imersivas. O tema que inspira a Equipotel em 2025, de acordo com a executiva, “Conexões Infinitas” convida à perspectiva de olhar para o horizonte e antevê, através da união da cadeia do setor, o fortalecimento da atividade econômica que se dedica ao bem-receber.

Com lastro institucional e prestígio, a Equipotel contou na inauguração dos trabalhos com as presenças do Ministro do Turismo, Celso Sabino; do prefeito paulistano, Ricardo Nunes; do Secretário do Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, Roberto de Lucena; o presidente da ABIH-Nacional, Manoel Linhares; Orlando de Sousa, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil – FOHB; Marcelo Picka Van Roey, presidente da Resorts Brasil; Larissa Calabrese, presidente da Associação Brasileira de Motéis – ABMotéis, entre outras autoridades.

Entusiasta e autoridade reconhecida pelo esforço empreendido para situar a hotelaria nacional no centro das principais decisões, Manoel Linhares, à frente da ABIH destacou o relevante papel da feira no cenário hoteleiro nacional e internacional.

O dirigente, que se prepara para deixar a entidade no final do atual exercício, depois de quatro mandatos consecutivos, afirmou que “a união da hotelaria faz a diferença e a Equipotel com 30% expositores estreantes e crescimento de 18%, se consolida como o principal polo e negócios do setor”. Anunciou que o Conotel nesta edição de 2025 salienta como temática “A eficiência e inovação para um futuro vitorioso”. Sinalizou, ainda, sobre a importância do que vem sendo alcançado, no sentido do fortalecimento do associativismo de uma área que é mola propulsora do crescimento.

Elo fundamental

Para Orlando de Souza, do FOHB a Equipotel é uma feira parceira e local de convergência de fornecedores e compradores, um autêntico elo de negócios. O sucesso contínuo do evento foi reconhecido por Marcelo Picka, da Resorts Brasil que, segundo relatou, estreou na feira há 27 anos. “Uma parceria que só evolui baseada na força da união”. Além de destacar a Arena Inovação ESG da entidade dos resorts no evento, nesta edição a entidade promove o primeiro encontro de gestores de hotelaria e resorts, além da iniciativa de A&B que promove, até o final do evento, a concorrida disputa do melhor pudim de resort. Larissa Calabrese, da ABMOTÉIS, chamou a atenção para as inovações no segmento e brindou a troca de experiências e união de interesses, em sua opinião o ponto alto do evento.

A contribuição do Turismo

Na interpretação da principal autoridade presente, Celso Sabino, ministro do Turismo, a Equipotel reúne novas tecnologias, mobiliário, produtos e serviços e é vetor do crescimento que o País como um todo vem experimentando com a evolução das chegadas. Com muito otimismo revelou que a meta de atingir os dois dígitos no número de turistas no País está próxima de ser alcançada, saltando dos atuais cerca de 7 milhões para 10 milhões de desembarques, até dezembro. “O Turismo no Brasil vive o melhor momento da sua história, com reflexo em toda a cadeia”, concluiu Sabino que, durante a abertura da Equipotel assinou a portaria que institui a ficha de hóspede em modo digital.

Surpreso com a grandiosidade da Equipotel, Roberto de Lucena, titular da pasta do Turismo paulista, que representou na cerimônia o governador Tarcísio de Freitas, afirmou que o encontro da hotelaria é um presente para a cidade e para o Estado. Ao citar o peso da hospedagem na conta da atividade turística, Lucena lembrou que o setor já responde por 10% do PIB estadual.

Ricardo Nunes, prefeito paulistano, igualmente revelou a satisfação de ver a Equipotel crescendo e ao frisar que o setor hoteleiro no Brasil vem dado um show na arte de bem receber. Citou eventos de grandes dimensões na capital e que a hospedagem se torna um cartão postal que contribui para fidelizar o visitante.