Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO TURISMO, o novo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, revela a realidade encontrada na agência, aponta as prioridades no primeiro mês de trabalho e ilumina os rumos da sua gestão
POR ZAQUEU RODRIGUES | Colaboração Especial (Com EDIÇÃO DO DT)
Publicado dia 24 de fevereiro (RETRO 2023)
“Um caos administrativo”. É assim que o novo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, descreve a realidade encontrada na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo. Excessos de profissionais e ausência de informações básicas sobre o turismo brasileiro foram dois dos problemas herdados das gestões passadas. “Após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, a gestão anterior contratou e promoveu 37 pessoas, gerando para a gente um passivo de R$ 3,7 milhões”, aponta Freixo.
Ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro e de perfil político que concilia a escuta e o enfrentamento, Marcelo Freixo (PT) pontua ao Diário que a prioridade é resolver o orçamentário da Embratur, que perdeu a sua fonte segura de recursos ao ser transformada em Agência em 2020. “Estabelecemos uma parceria com a FGV para encontrarmos o melhor modelo. E estamos conversando com agentes públicos e privados, incluindo o Sistema S”, adianta Freixo, que terá a missão de recuperar a imagem do Brasil no exterior após o negacionismo e a falta de gestão do governo Bolsonaro na pandemia de Covid-19.
De acordo com Freixo, o Brasil tem que investir mais e melhor em promoção para romper o teto dos 6 milhões de turistas estrangeiros anuais no país – número considerado vergonhoso. “Não se faz promoção do turismo sem recursos, que são na verdade investimentos no país. Para você ter uma ideia, estudo da FGV na pré-pandemia mostrou que a cada R$ 1 investido em promoção, R$ 20 são injetados na economia. Se a Embratur dá certo, quem ganha são os estados e os municípios em que vão chegar mais turistas; é o trade turístico que vai vender passagens, pacotes, hospedagem, os centros de convenções de eventos, os bares e restaurantes, garçons, cozinheiros, camareiras, guias.
Nesta entrevista exclusiva ao Diário do Turismo, o novo presidente da Embratur fala sobre a realidade encontrada na Embratur, explica os critérios para a composição da sua equipe, explica a importância da retomada do Projeto Aquarela e Marca Brasil, sublinha o desejo de trabalhar em parceria com outros ministérios e iniciativa privada, revela o perfil da agência que vislumbra sob sua gestão e os caminhos para o turismo ocupar o lugar que merece na economia do país. E ele crava: “O turismo é solução para os problemas do país”.
O que o motivou a assumir a presidência da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo)?
Marcelo Freixo: Em primeiro lugar, a Embratur tem um potencial enorme, o que está faltando é uma gestão técnica e profissional. Montamos um time qualificado, reconhecido pelo mercado, e estou muito animado e confiante com a reconstrução da agência. Além disso, o turismo é uma das soluções para os problemas de nosso país, gerando emprego, renda e desenvolvimento sustentável. O turismo é um instrumento importante para a preservação do meio ambiente e nos ajuda a mudar hábitos de consumo para garantir a sustentabilidade. E, por outro lado, valoriza nossa diversidade cultural, nos ajudando também a combater o racismo, a fortalecer os direitos dos povos originários, a construir uma sociedade mais tolerante, justa e democrática. O turismo é solução para os problemas do país.
O senhor disse que encontrou uma Embratur em situação de caos. Qual é a realidade encontrada na agência e o que mais chamou a sua atenção?
Marcelo Freixo: Encontramos, por um lado, um cenário de total ausência de financiamento permanente do custeio da Embratur. Temos um contrato com o Sebrae que só garante o funcionamento da Embratur neste ano. O Congresso aprovou a medida provisória que deu à Embratur o status de agência autônoma, retirou do orçamento da união, mas não há nenhuma fonte de recursos fixa. Então temos esse desafio imediato de garantir essa fonte de recursos de forma permanente e sustentável. Por outro lado, após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, a gestão anterior contratou e promoveu 37 pessoas, gerando para a gente um passivo de R$ 3,7 milhões. Eles instituíram um conselho de ética com cinco pessoas, e estabeleceram estabilidade aos membros por cinco anos, além de criarem uma regra de que representantes do conselho teriam que estar em todas viagens internacionais que a Embratur participar. Encontramos uma completa desorganização das funções e pessoal sem qualificação para exercer cargos estratégicos. Exemplo disso era a quantidade de militares que andavam armados dentro da sede da Embratur. Como não seria diferente, o resultado era uma atuação ineficiente, que não promovia o Brasil da forma adequada e afastava turistas de nosso país.
Quais foram as primeiras medidas que o senhor adotou ao assumir a presidência da Embratur?
Marcelo Freixo: Nossa primeira missão é buscar solução para a questão do orçamento. Estabelecemos uma parceria com a FGV para encontrarmos o melhor modelo. E estamos conversando com agentes públicos e privados, incluindo o Sistema S, com quem queremos muito dialogar e buscar uma solução de forma consensual. Quanto às inconformidades que relatei, denunciamos tudo aos órgãos de controle. Nos primeiros dias de trabalho, passei mais tempo na CGU, TCU e AGU do que propriamente na Embratur – precisei fazer isso para sanar rapidamente os problemas e botar a agência para operar. Viramos essa página e agora estamos focados na gestão. Montamos uma equipe muito qualificada, que tem sido reconhecida por todo o mercado de turismo e de publicidade no país. Fizemos o relançamento da Marca Brasil, que serve como um marco temporal da nossa atuação. O Brasil com S de Sustentabilidade voltou.
Quais são as suas prioridades neste momento?
Marcelo Freixo: Sem dúvidas, resolver o orçamento da Embratur. Não se faz promoção do turismo sem recursos, que são na verdade investimentos no país. Para você ter uma ideia, estudo da FGV na pré-pandemia mostrou que a cada R$ 1 investido em promoção, R$ 20 são injetados na economia. Se a Embratur dá certo, quem ganha são os estados e os municípios em que vão chegar mais turistas; é o trade turístico que vai vender passagens, pacotes, hospedagem, os centros de convenções de eventos, os bares e restaurantes, garçons, cozinheiros, camareiras, guias.
O senhor apresentou os primeiros nomes da nova equipe da Embratur. Qual é o perfil de profissionais que a agência precisa?
Marcelo Freixo: Formamos equipe experiente e reconhecida pelo mercado. A boa gestão começa com a formação de um time de excelência, e é isso que estamos fazendo. A Embratur está apontando com esta equipe onde quer chegar. Queremos exemplo de inovação na promoção de turismo ambientalmente sustentável, carbono zero; esse será um dos nossos principais focos. Queremos que a Embratur ajude economicamente o Brasil a se tornar um país desenvolvido, justo, democrático e comprometido com a agenda climática. Nosso compromisso é dar um salto de qualidade que o Brasil precisa e que o mundo espera de nós, e vai nos ajudar a construir visitando o Brasil.
Após encontros com empresários e lideranças do Turismo nesses primeiros dias de gestão, quais foram as suas impressões sobre o trade?
Marcelo Freixo: Nesse primeiro mês de gestão estive com os trades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Fui muito bem recebido e fiquei bastante feliz com o sentimento de esperança sobre o futuro da Embratur. Os últimos anos deixaram traumas muito grandes para o turismo. A antiga gestão da agência se isolou, interrompeu o diálogo com o trade e teve uma atuação nada profissional na promoção do nosso país. Exemplo disso foi a suspensão do uso da Marca Brasil, criada após um robusto estudo de marketing iniciado em 2005, e sua substituição por uma logomarca que continha uma mensagem muito ruim. Esse tempo passou, é hora de olhar para o futuro e trabalhar para colocar a Embratur e o turismo no lugar que eles merecem. A agência está aberta ao diálogo e vai construir junto com todo o trade as soluções que o turismo brasileiro precisa para ser motor de desenvolvimento e geração de emprego e renda.
De que maneira o senhor pretende trabalhar com os demais ministérios e com a iniciativa privada?
Marcelo Freixo: É o que mais temos feito desde o dia que começamos na Embratur. O Turismo vai de norte a sul do país, e envolve praticamente todos os setores do governo. Nesses dias eu já me reuni e planejei ações conjuntas com mais de dez ministérios, além da UNESCO. Com o ministério de Desenvolvimento Social, por exemplo, estamos desenhando uma política que envolve a qualificação de trabalhadores que estão no Cadastro Único para empregos na cadeia produtiva do setor turismo, como foco em melhorar o atendimento ao turista estrangeiro. Com o Ministério do Meio Ambiente, a sinergia é total. Criamos uma gerência de Sustentabilidade e Ações Climáticas dentro da Embratur. Nossa atuação também está estrategicamente colada com o Ministério de Relações Exteriores. Turismo também é diplomacia, e trabalhamos juntos na reconstrução da imagem do Brasil no exterior. Vamos trabalhar também em parceria com a iniciativa privada nacional e internacional. O mercado é essencial para darmos o salto de qualidade que desejamos na promoção do nosso país. Me encontrei com os trades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Também me reuni com representantes das companhias aéreas. Vamos dialogar com todos, buscando consensos e soluções para o turismo. Todos ganham com isso.
A pandemia acelerou muitas mudanças no Turismo. Qual é o papel da Embratur neste momento?
Marcelo Freixo: Houve um aumento no interesse por destinos de ecoturismo. Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) atestam que, na retomada do setor, esse segmento vem crescendo bastante. É um mercado que tem potencial enorme, mas ainda é pouco explorado no Brasil. Esse será um dos nossos focos, porque há um enorme interesse de estrangeiros no ecoturismo brasileiro. Há um crescimento da conscientização sobre a importância da sustentabilidade no turismo, com muitos visitantes optando por destinos e acomodações que se preocupem com a sustentabilidade. São tendências que estão totalmente alinhadas com nossa estratégia.
Como o senhor avalia a imagem do Brasil no exterior e como a Embratur atuará para atrair turistas?
Marcelo Freixo: O Brasil se isolou muito no cenário internacional nos últimos anos e isso teve um impacto negativo diretamente sobre o turismo. Agora estamos vivendo um novo momento em que o Brasil está se reposicionando internacionalmente, principalmente na agenda climática, o que é muito positivo e importante para a gente. A Embratur, sem dúvida, tem um papel estratégico na reconstrução da imagem do nosso país no exterior, com uma pauta de atuação em sintonia com a agenda de sustentabilidade e promoção da diversidade. A antiga gestão politizava demais o turismo, o que fez com que a Embratur suspendesse ações de promoção na França, o principal emissor de turistas da Europa. Nossa resposta a essa politização excessiva é a profissionalização. Exemplo disso, além da formação de um time superqualificado, é a retomada do uso da Marca Brasil, um recado de que o país da sustentabilidade, da diversidade e da alegria está de volta. É assim que vamos colaborar com a reconstrução da imagem do Brasil.
A Embratur possui quantos escritórios internacionais e como eles atuarão sob a sua gestão?
Marcelo Freixo: A Embratur não tem escritórios internacionais. Nós queremos retomar esses escritórios, mas antes precisamos garantir uma fonte de financiamento permanente e sustentável. Precisamos de verba para investimento. Neste momento esse é o nosso principal desafio. A escolha dos locais onde esses escritórios serão instalados será feita de acordo com a estratégia de atuação da Embratur. A partir de informações qualificadas, com um robusto estudo de mercados, vamos definir em quais países instalaremos os nossos escritórios. A gestão da Embratur será profissional e eficiente, com foco em resultados, dialogando com todo o trade e atuando de forma articulada para promovermos o Brasil lá fora. É assim que vamos atuar também na definição dos locais e montagem dos escritórios no exterior.
Há estudos para ampliar os escritórios da Embratur em outros países?
Marcelo Freixo: Assumimos a Embratur há exatamente um mês. Nossa primeira missão foi arrumar a casa. Isso foi feito. Agora nosso foco é garantir fontes de recursos permanentes e sustentáveis para a Embratur poder cumprir com sua missão, que é promover o Brasil no exterior e trazer mais visitantes. Feito esse dever de casa, vamos começar os estudos para definir onde vamos criar os escritórios e qual será o perfil de atuação. O desafio imediato da Embratur é garantir fontes de recursos permanentes e sustentáveis para a agência funcionar de forma adequado. Estamos com uma equipa superqualificada com essa missão. Porque sem dinheiro não é possível financiar ações de promoção e nem garantir o funcionamento adequados de escritórios internacionais. Eles são super importantes para a nossa estratégia, mas temos que dar um passo de cada vez.
O senhor já anunciou a retomada do projeto Aquarela e da Marca Brasil. Quais ações estão previstas com essa retomada e qual é o objetivo?
Marcelo Freixo: O objetivo é mostrar que o Brasil da sustentabilidade, da diversidade e da alegria está de volta. Um Brasil que quer se reposicionar no cenário internacional com espírito de cooperação e diálogo. A retomada da Marca Brasil é um recado neste sentido, além de reafirmar que a nova gestão tem compromisso com o profissionalismo. Afinal a Marca Brasil foi resultado de um robusto estudo de marketing iniciado em 2005. A Marca não pertence a Embratur, nem a governo algum, ela é a marca do país e a partir de agora ela estará presente em todas as nossas ações de promoção do Brasil. Essa retomada, feita em parceria com a ApexBrasil, foi muito bem recebida por agentes do mercado e do setor público.
Qual é a situação financeira da Embratur?
Marcelo Freixo: A Embratur hoje não tem uma fonte permanente e sustentável de recursos. Nossa missão principal será garantir essa fonte e estamos trabalhando em parceria com a FGV para alcançarmos esse resultado.
Como a Embratur pretende atrair novos investimentos?
Marcelo Freixo: Queremos parcerias com o setor privado e com o setor público para financiar as nossas ações e programas de promoção. A garantia dessas parcerias passa pela elaboração de projetos profissionais e embasados em estudos de mercado que mostrem o potencial de nossas ações. Nossa gestão será baseada em resultados para melhorarmos a promoção do nosso país e atrairmos mais visitantes. Essa melhora na qualidade da promoção e na performance é central para a construção de parcerias, porque todo mundo ganha.
A escassez de mão de obra qualificada é um dos grandes entraves para o desenvolvimento do Turismo. Qual é o papel da Embratur nesse sentido?
Marcelo Freixo: Sem dúvidas, mão de obra qualificada é uma grande barreira para melhorarmos a qualidade dos serviços turísticos em nosso país. A políticas públicas de qualificação dos trabalhadores do turismo é uma atribuição do Ministério do Turismo, mas a Embratur, dentro do que lhe cabe institucionalmente, será parceira. Eu me reuni com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e nós vamos elaborar juntos um programa de qualificação de mão de obra de pessoas que estão no CadÚnico para que elas trabalhem com turismo. A ideia é cruzar as informações de vulnerabilidade social do ministério com as nossas informações dos destinos mais visitados por estrangeiros.
Apesar do potencial turístico, o Brasil patina no número de turistas internacionais. Como o senhor pretende ampliar esse número?
Marcelo Freixo: Há muito tempo a gente bate no teto de 6 milhões de turistas estrangeiros, né? É um patamar muito abaixo do nosso potencial. O Brasil tem que investir mais e melhor em promoção. Como falei anteriormente, segundo a FGV, a cada R$ 1 investido em promoção R$ 20 entram na economia. Nossa missão número um é garantir fonte de recursos e parcerias com a Embratur para a promoção. A missão número dois é construir as ações e programas de promoção de forma profissional, com base em informações de mercado e com uma agenda clara de fortalecimento da sustentabilidade e da diversidade, aproveitando todo o potencial do turismo brasileiros em todas os nichos: segmentação de ações é uma palavra-chave para a gente. Usando o exemplo de outros países com realidade semelhantes à nossa, o Peru, com crise profunda na política, investe 50 milhões de dólares na promoção do país. A Colômbia investe 25 milhões de dólares. O México investe 250 milhões de dólares. Esses países entenderam que o turismo é uma economia fundamental do século XXI, geradora de um modelo de desenvolvimento compatível com o que o mundo está vivendo. O Brasil investe apenas 15 milhões, e isso tem um reflexo no nosso desempenho. Precisamos de mais investimentos e também de maior eficiência desses investimentos. Esse é nosso compromisso.
As diretrizes da Embratur estão sendo redesenhadas incorporando temas como a sustentabilidade… Quais as frentes de trabalho prioritárias da Embratur?
Marcelo Freixo: A sustentabilidade e o compromisso com a agenda climática é nosso foco. Por isso estamos criando uma gerência para cuidar especificamente desse tema. Queremos parcerias com o setor privado e o setor público para promover o ecoturismo e também fortalecer ações e programas de sustentabilidade em todo o setor. A conservação ambiental é uma questão ética, todos nós temos que assumir o compromisso de proteger o nosso planeta, e também uma questão econômica sob vários aspectos. Por exemplo, o turismo é uma das soluções para gerar emprego e renda na Amazônia, é uma alternativa importante em relação a atividades ambientalmente predatórias. Além disso, o turista estrangeiro quer visitar destinos que estejam claramente comprometidos com a agenda climática e a sustentabilidade. Para nosso país ser mais competitivo, nós precisamos avançar nessa pauta.
A ausência de planejamento a longo prazo é um ponto cobrado pelo mercado para o desenvolvimento do turismo brasileiro. Como o senhor pretende trabalhar esse planejamento/dados na Embratur?
Marcelo Freixo: É essa uma grande dificuldade que nós encontramos na transição de governo e nesse início de gestão. Faltam dados, falta inteligência. Não havia planejamento e como eles nada planejavam, também não produziam dados. Contratamos a Mariana Aldrigui para gerenciar todo o setor de Pesquisa e Inteligência de Dados. Ela é professora da USP especialista em dados e turismo, e vai nos ajudar muito a construir uma base de informações qualificada, que nos permitirá planejar ações eficientes e com foco em resultados, fazendo ajuste de rota e aperfeiçoando as políticas sempre considerando os dados. Nós estamos há apenas um mês à frente da Embratur. Encontramos um caos administrativo, um cenário de desperdício e ineficiência. Diante disso, botamos ordem na casa, trouxemos uma equipe profissional e reconhecida pelo mercado e agora estamos definindo as rotas que vamos percorrer. Não é possível fazer um planejamento eficaz sem informação de qualidade.