Pedidos de táxi aéreo internacional registram alta de 70%, segundo a brasileira Flapper

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Medo do coronavírus, fronteiras fechadas e o cancelamento de voos regulares. Com o surto viral impactando negativamente a aviação comercial, a procura por voos em jatos particulares torna-se crescente entre corporações, agências de viagens e clientes de alto poder aquisitivo. Um desses prestadores de serviços é a empresa de fretamentos sob-demanda, Flapper, que vem tendo um expressivo crescimento neste ano. 
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
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Operando no segundo maior mercado mundial de aviação executiva – Brasil – a Flapper compartilhou suas opiniões sobre as perspectivas atuais do setor, destacando um aumento da demanda de fretamentos, gerada pela epidemia do Covid-19.
Ao analisar o segmento de clientes internacionais que solicitaram voos para/do Brasil, o número de pedidos nos primeiros três meses de 2020 obteve alta de 69%, comparado com mesmo período de 2019, segundo a empresa. O valor dos voos cotados atingiu um total de R﹩ 62.6 milhões. Jatos executivos de longo alcance e aviões de linhas aéreas dominaram a demanda, respondendo por mais de 50% de todos os pedidos. Os voos aeromédicos e de turistas e empresários brasileiros que retornam da Europa, EUA e Peru são, particularmente, populares e correspondem a mais da metade de todos os pedidos internacionais. Cuzco-São Paulo e Lima-São Paulo foram as rotas internacionais mais cotadas, enquanto São Paulo-Rio de Janeiro continuou sendo a rota doméstica mais popular.

Aumento de demanda

Num mercado em que 99% de todos os voos da aviação geral são domésticos (Instituto Brasileiro de Aviação, 2019 ), tais resultados representam um aumento de demanda sem precedentes, de acordo com Paul Malicki, CEO da Flapper. Em relação a voos domésticos, que haviam registrado crescimento mensal constante de 10% nos últimos 4 meses, Malicki também destaca que os grandes mercados internos oferecem estabilidade, especialmente em um cenário mundial enfrentado por ameaças da pandemia:

O rápido aumento de demanda por voos internacionais é de curto prazo e já está se achatando para os meses de abril e maio, relata executivo. “Vimos, no entanto, uma demanda mais constante por voos domésticos e tudo indica que a aviação geral constituirá uma das únicas opções para o transporte de passageiros interestadual nos próximos meses. Nesse sentido, o setor de aviação executiva brasileiro se comporta de maneira semelhante ao seu aos EUA, onde os voos comerciais devem cair de 70 a 90%, enquanto a aviação executiva poderá aumentar sua importância no segmento de transporte de profissionais de saude e pacientes doentes. Essa situação não seria tão comum na Europa e na Ásia, já que possuem países com um mercado doméstico mais tímido, quando comparado ao setor de voos internacionais.

A diretoria de Vendas da Flapper, com Manoel Assunção (esquerda), Paul Malicki (CEO, no meio) e Flavio Carvalho (direita) – (Crédito: divulgação)

Ponte aérea

Com o provável fechamento da ponte aérea São Paulo – Rio de Janeiro, a aviação privada poderá se beneficiar do surto Coronavírus. Na semana passada, as maiores companhias aéreas da região, Gol e LATAM, anunciaram fechamento da maior parte de suas operações. Os aeroportos de aviação geral de Jacarepaguá (Rio de Janeiro) e Campo de Marte (São Paulo) continuam operando como de costume.

A outra tendência que a empresa observou é de um rápido crescimento na solicitação de voos de helicóptero. Segundo Paul Malicki, “em um mês típico, vemos de 30 a 40% de nossas receitas provenientes de fretamentos de helicópteros. Agora, em março, já estamos no nível de 50%, com expectativa de aumento. Podemos atribuir esse crescimento repentino aos receios contínuos da pandemia, especialmente entre clientes estrangeiros que desejam chegar aos aeroportos de uma maneira mais conveniente.

As estatísticas publicadas pela plataforma global de procurement de aeronaves Avinode apoiam a correlação positiva entre a aviação geral e o tamanho dos mercados domésticos. Enquanto, no mês de março deste ano, as solicitações de fretamentos mundiais estão claramente à frente do mesmo período do ano passado (alta de aprox. 70%), a demanda para maio já está 16% atrás dos recordes de 2019. Já a procura por voos domésticos nos EUA aumentou cerca de 120% em março e 57% em abril (em uma base anual) em relação aos resultados do ano anterior.

A queda de procura por voos internacionais de jato particular em abril é um mero resultado das ações preventivas realizadas por vários países da América Latina. Alguns governos, como do Peru, Colômbia e Venezuela, anunciaram uma suspensão de todas as viagens internacionais, incluindo voos de aviação geral. O Panamá, que fechou a fronteira neste domingo (22/3), estabeleceu voos aeromédicos sem restrições, tornando-se o centro preferido para os de resgate. Ainda, o México e várias nações do Caribe relutam em suspender os voos de países afetados pelo coronavírus, continuando a receber passageiros de jatos particulares.
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