Fhoresp exige a abertura de serviço permanente para o restabelecimento urgente de energia em hotéis, bares e restaurantes, bem como o ressarcimento a empresários pelos prejuízos decorrentes do blecaute que atinge a capital e região metropolitana desde sexta-feira (11/10)
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) notificou oficialmente a Enel para que a concessionária restabeleça a energia, de forma urgente, em estabelecimentos da capital e da região metropolitana que sofrem com o apagão desde sexta-feira (11/10). No quarto dia às escuras, a entidade já contabiliza mais de R$ 150 milhões em perdas para o setor que, junto a 340 mil imóveis sem luz até o momento, aguarda a normalização dos serviços.
Emergência
O documento da Federação protocolado na Enel na tarde dessa segunda-feira (14/10) reitera que, em caráter emergencial, a distribuidora de energia institua um canal permanente para o registro de reclamações, e a abertura e o acompanhamento de chamados de hotéis, bares e restaurantes drasticamente afetados pela interrupção do serviço.
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A Fhoresp também exige ressarcimento aos empresários do setor que tiveram seus negócios prejudicados pelo blecaute, passando pelos dias de não funcionamento e, consequentemente, de não faturamento; pela perda de mercadorias, por ausência de refrigeração; e por equipamentos queimados, devido à oscilação de energia. A Fundação Procon-SP foi copiada em ofício para o acompanhamento do processo.
A entidade sindical federativa abarca mais de 20 sindicatos patronais que representam 502 mil estabelecimentos no estado. Segundo a Fhoresp, cerca de 250 mil negócios foram diretamente afetados pelo apagão.
“Calculamos um prejuízo de R$ 150 milhões, até o momento, pois falamos de sete períodos parados, entre almoços e jantares, de sexta-feira à noite para cá. Os maiores prejudicados são bares, restaurantes, pequenos hotéis e meios de hospedagem, que, além de não poderem funcionar no fim de semana do feriado (Padroeira do Brasil – 12/10), período de maior movimento, ainda estão sem energia e sem expectativa de volta do serviço. Um único dia perdido para um estabelecimento dessa natureza faz diferença no mês todo. As contas, os impostos e a folha de pagamento não cessam”, lamenta Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.
Processos individuais
A Fhoresp requereu, ainda, que a Enel abra um canal direto de diálogo com a entidade para ressarcir os prejuízos pela via administrava – menos burocrática e, em tese, mais rápida. Caso não seja atendida, a federação já colocou seu Departamento Jurídico à disposição de seus associados, para mediar processos individuais que requeiram indenização por parte da Enel e de outras concessionárias que atuam na capital, na região metropolitana e em cidades do interior:
“Não é eficaz entrar com ação coletiva. Cada afetado pelo apagão deve juntar as provas de seu prejuízo, por meio de notas fiscais, fotos e vídeos, e livro-caixa, para se ter ideia do faturamento daquele negócio num dia normal. É preciso provar o prejuízo, individualmente. A Fhoresp está à disposição de bares, restaurantes e hotéis para ajudar nisso”.
Segundo apagão
Este é o segundo apagão de grandes proporções decorrente de temporais que impactam os setores de Turismo e de Alimentação no estado bandeirante. Em novembro de 2024, o blecaute que atingiu a capital de São Paulo e região metropolitana provocou para o segmento um prejuízo de R$ 500 milhões, de acordo com a Fhoresp.
“Nosso setor é formado por 97% de micro e de pequenos empresários. Essas empresas não têm lucro; elas dependem da receita diária para a própria subsistência. Sabemos que a Enel não controla o vento e a chuva. Contudo, é fundamental que tenha um plano de contingência emergencial para solucionar os problemas num espaço de tempo razoável. O que se vê, hoje, é caótico: a distribuidora deixa os consumidores e os empresários sem energia por dias e não demonstra um pingo de empatia e de preocupação”, finaliza Edson Pinto.