Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional: “o Brasil envelhece, mas não amadurece no turismo”

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REDAÇÃO DO DIÁRIO

No mês de novembro, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) completou 82 anos de sua fundação. A entidade é uma das mais respeitadas do turismo brasileiro, pois desde seu surgimento, em 1936, tem o objetivo de fortalecer as relações institucionais com os poderes públicos, garantindo a defesa dos interesses do setor, como também tem investido na valorização da atividade econômica dos hoteleiros.

Durante o Festival de Turismo de Gramado, Manoel Cardoso Linhares, que assumiu neste ano a presidência da ABIH Nacional, apresenta em entrevista para DIÁRIO DO TURISMO as perspectivas e obstáculos para o setor hoteleiro em 2019.  Confira:

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DIÁRIO –  No último dia 9 de novembro foi comemorado o Dia do Hoteleiro e a data de fundação da ABIH Nacional. Quem deve ser homenageado neste momento?

MANOEL LINHARES – Todos que fomentam a hotelaria, desde mensageiro, camareira até a recepcionista. Eles devem ser reconhecidos, esses guerreiros que fazem o dia a dia e promovem o bem receber.

DIÁRIO – Você acha que com essa mudança de governo o futuro ficou mais claro? Acredita que o segmento hoteleiro tem melhores perspectivas para 2019?

MANOEL LINHARES – Com certeza, porque o Brasil está passando por um momento diferenciado. Eu acredito que com essa enxugada de ministérios e de despesas surgirá recursos para o que está faltando no turismo: a indústria para divulgar o Brasil tanto nacional como internacionalmente.

O setor hoteleiro, apesar de sua força e capacidade de estimular o crescimento do país, poucas vezes seus profissionais e investidores tiveram verdadeiramente apoio do setor público, seja através de financiamentos adequados ao seu modelo de negócio ou com leis e normas que regulassem a atividade de forma a estimulá-la. Temos muita expectativa que esse governo que assume dia 1º de janeiro de 2019 cumpra o seu papel de incentivo ao setor.

Nos encontramos novamente num ponto em que é preciso olhar para o setor, através de suas empresas, para encontrar formas efetivas de incentivá-lo. Esperamos, com nossa experiência setorial, que possamos ajudar nossos futuros governantes a traçar uma política de resultados.

DIÁRIO – O Brasil precisa de mais promoção?

MANOEL LINHARES – Quem não está na prateleira, não é lembrado. Eu sempre digo que o turismo vende sonhos e sorrisos. Nós estamos envelhecendo, mas não amadurecendo no turismo. Precisamos flexibilizar os vistos para tornar nosso destino mais acessível ao turismo internacional e reduzir, ou extirpar o custo Brasil que trava o crescimento do nosso país. Precisamos ser competitivos no mercado internacional.

DIÁRIO: Quais os obstáculos que a hotelaria sofre hoje?

MANOEL LINHARES – Hoje, o hoteleiro sofre muito com a maior carga de impostos do mundo e a grande burocracia. Esses problemas precisam ser resolvidos, sem maior perda de tempo:  reforma tributária, a regulamentação das plataformas de vendas de room nights em unidades imobiliárias residenciais;  a definições da cobrança de Ecad nas áreas comuns dos meios de hospedagem e suspensão do pagamento nos apartamentos dos empreendimentos hoteleiros; defendemos também a transformação da Embratur em Agência, um Serviço Social Autônomo; ao fortalecimento de ações de divulgação no Brasil nos mercados chaves, com recursos que podem ser oriundos da tributação das plataformas internacionais que vendem hospedagem.

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