Nuno Vieira é formado em gestão hoteleira, pela Universidade de Hotelaria e Turismo do Estoril, em Portugal. Mais recentemente fez MBA em Direção de Produto Hoteleiro, concluído em 2020/2021. É cidadão do mundo. Profissionalmente trabalhou na África do Sul, no México, em sua terra natal, Portugal e agora está no Brasil onde chegou há um ano para dirigir o Vila Galé Rio de Janeiro. O DIÁRIO conversou com Nuno, ao hospedar-se no Rio. Confira:
Universal
Assumi a gestão aqui da unidade do Rio de Janeiro no ano passado, estou há um ano no Rio. Já tinha vivido anteriormente aqui, entre 2012 e 2015, então, digamos que foi uma retomada à Cidade Maravilhosa, que é uma cidade que eu gosto muito. Quando tomei a decisão, foi sem grandes dúvidas, até porque conheço bem a realidade – a nível profissional – do Rio de Janeiro. Então conhecemos muito bem esta realidade e eu costumo dizer que operar no Brasil ou lá na China, o que muda é o contexto cultural e a realidade de mercado. Porque proporcionar experiências aos nossos hóspedes e aos clientes é universal. É esse o sentido do meu trabalho.
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De volta ao normal
O Rio tem retomado com força, tanto na vertente turística como na vertentes de eventos que a cidade tem promovido e tem conseguido captar. Temos sentido essa aumento de demanda. Aliás, este primeiro semestre foi, sem dúvida, acima das expectativas. Não só para a rede Vila Galé, mas também no universo turístico das unidades do Rio de Janeiro. No caso da Rede Vila Galé e a unidade do Rio de Janeiro, tem superado as expectativas que tínhamos traçado para este primeiro semestre. As perspectivas também são boas para o segundo semestre. Perspectivamos um aumento na ordem dos 15% face ao ano de 2022. Temos igualmente também sentido o aumento significativo do turismo internacional, sendo que nacionalidades como a americana, a francesa, a alemã, tem sido o maior foco de volume de estrangeiros que temos captado. Sendo certo que o turista internacional de fato, comparativamente com os anos anteriores, neste primeiro semestre, teve uma alta significativa e temos nós aqui na unidade sentido essa demanda.
Procedência nacional
O mercado nacional e o mercado estadual têm aumentado significativamente na pós pandemia. Isto é muito bom para não haver uma dependência do turismo internacional, e temos sentido que estados como Minas Gerais, Brasília e alguns estados do Nordeste de fato, têm se destacado. Quanto à estadia média, temos conseguido aumentar a estadia média e o nosso per capita tem crescido, atualmente, dentro de 2 dias, 2.4 dias, quase 2 dias e meio. Temos também um público corporativo, que faz com que (a média de dias) diminua, tendo em conta também ao volume de quartos que temos aqui na unidade, ao todo 292 apartamentos.
Duas alas
O hotel tem duas alas. A ala palaciana (ala collection) que mantemos o charme do antigo Palácio e depois temos uma ala mais moderna, que é uma torre com 13 andares. Nessa ala palaciana que envolve o entorno da piscina, nós temos o cuidado de privilegiar muito a conservação e manutenção do patrimônio. É algo que requer uma atenção grande, requer também um custo elevado, no entanto, não abdicamos de manter esse padrão. E pontualmente, e de forma sazonal, temos o cuidado de fazer pinturas, rever a própria estrutura. Cuidar do patrimônio é algo que nós fazemos de acordo com um plano que atribuímos anualmente para ser feito e e seguimos esse plano à risca, até porque, hoje em dia podemos olhar, conseguimos ver que a unidade está bem conservada, está cuidada, mas requer, um trabalho contínuo, um trabalho sem fim…
Nós temos 292 apartamentos, e são subdivididos entre 53 apartamentos na zona palaciana, e 239 na ala moderna, que estão na Torre. São diversas as tipologias e que tornam de fato essa experiência diferenciada.
Segundo Semestre
Estou com muito boas expectativas. A nível de eventos estamos com uma programação grande na cidade, tendo em conta também a nossa localização, que acaba por ser um diferencial, comparativamente com a zona sul e com a Barra. Sentimos de fato uma procura grande. Temos um volume de reservas significativas já bloqueadas até ao final do ano. No entanto, temos também uma característica, e é uma característica do mercado do Centro, que a procura (é feita) sempre com uma semana de antecedência. Ou seja, por mais previsão que façamos, nunca conseguimos ter uma previsão muito real. No entanto, aquilo que já temos garantido já nos dá boas perspectivas para este segundo semestre.
*O jornalista Paulo Atzingen ficou hospedado no Vila Galé Rio de Janeiro
