Querida, nossa bagagem sumiu!

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Por Fabio Steinberg*

Reconhece a triste cena de aeroporto? De um lado, passageiros irritados com o contratempo. Do outro, companhias aéreas que enfrentam gastos desnecessários. Uma coisa é certa: bagagem extraviada não agrada a ninguém.

Felizmente, tecnologia e sistemas de processamento inovadores estão reduzindo o problema a cada ano. De acordo com a SITA, sete em cada mil bagagens – ou 24,1 milhões pertencentes aos 3,3 bilhões de passageiros que voaram no ano passado – se perderam pelo caminho. Apesar dos expressivos números absolutos, trata-se de uma redução de 61% em relação aos últimos sete anos. E que trouxe uma economia de 18 bilhões de  dólares para as companhias aérea.

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Mas ainda é pouco. O problema é que número de viajantes de avião não para de crescer: só em 2015 deve aumentar 7%! Isto obriga a indústria a fazer novos investimentos e buscar soluções mais criativas para gerenciar bagagens. Nesta transformação, ganha status desenvolver uma etiqueta eletrônica permanente, o e-tag, para o rastreamento da bagagem por GPS.

E, como consequência natural, que tal digitalizar o hoje inútil cartão de milhagens, e fazê-lo mais inteligente, capaz de informar na hora os pontos acumulados ou rastrear a bagagem, entre outras funções? Até porque se o cartão não assumir logo o papel, os smartphones em breve farão isto.

Enquanto o futuro não chega, o passageiro ganha a cada dia maior importância no controle do processo. Começa pela impressão das etiquetas da bagagem ainda em casa. Continua com o despacho das malas nos aeroportos através de autosserviço, uma solução que deve estar implantada por 86% das empresas aéreas até 2017.

Através de aplicativos no smartphone, em breve será possível também ele acompanhar todas as etapas com atualizações em tempo real para assegurar que as malas viajam no mesmo voo.

O Brasil também corre atrás do seu quinhão tecnológico no setor. Um exemplo é a startup Watch It, que faz parte da nova geração de internet das coisas. Em fase final de pré-lançamento, é um tag eletrônico que serve para tomar conta de bagagem, revela um dos seus criadores, Ronaldo Moura. Batizado de watch bag, consiste em um app que serve para se comunicar à distância através do smartphone com o tag na mala que contém os dados do usuário. Como uma etiqueta-babá, basta a mala se afastar mais que 2 metros para um sinal sonoro disparar no aplicativo e no tag.

Mas vamos falar a verdade? O sonho secreto das companhias aéreas, para ganhar tempo no embarque e desembarque, seria se livrar dos compartimentos existentes nas cabines acima das poltronas, e fazer com que toda bagagem fosse despachada.

Mas cuidado: não se trata de sonhar com o fim das bagagens. Hoje cobradas, tornaram-se respeitável fonte de renda: US$ 3,5 bilhões só em 2014. No ano, a Delta encheu o cofrinho com US$ 863 milhões, seguida pela United, com US$ 652 milhões.

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* Fábio Steinberg é jornalista e administrador, trabalhou 18 anos na IBM e também foi executivo em comunicação na AT&T, Hill & Knowlton e Rede Globo.  De 2000 a 2013 atuou como consultor em comunicação empresarial. Atualmente, escreve sobre turismo, viagens, negócios, tecnologias e mobilidade. É autor dos livros Ficções Reais (sobre o mundo corporativo), Viagens de Negócios e O Maestro (biografia).

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