Com demissões, CVC estima perdas de R$ 756 milhões com a pandemia

Continua depois da publicidade

A CVC Corp, maior grupo de turismo do país, anunciou uma previsão de perdas de R$ 756 milhões durante o primeiro semestre do ano, causadas pela pandemia de covid-19. Essas perdas tornam mais crítica a situação da companhia, que havia sofrido outros revezes, incluindo a quebra da Avianca Brasil (Oceanair), alta do dólar e vazamento de óleo no Nordeste

Essa soma inclui uma baixa contábil no primeiro trimestre de R$ 475 milhões, referentes a intangíveis originados na aquisição de empresas, e de R$ 81 milhões, relativa a créditos de tributos acumulados; R$ 96 milhões em cancelamentos e reembolsos de viagens até 30 de junho.

Também estão incluídas perdas não recuperáveis de R$ 13 milhões com serviços contratados e não realizados; gastos de R$ 3 milhões em operações de repatriação; perdas de R$ 72 milhões com inadimplência e R$ 16 milhões em outros itens.

Veja também as mais lidas do DT

De acordo com a CVC, do total de perdas com a pandemia, apenas R$ 104 milhões terão efeito no caixa ao longo do ano. A baixa contábil e as perdas com reembolsos não têm efeito no caixa, disse a CVC em nota.

Além do que já está previsto, a CVC informou que pode ter possíveis perdas no futuro com passagens aéreas já pagas, caso alguma aérea deixe de operar sem honrar ou transferir os bilhetes para outra companhia. A CVC possui um saldo de R$ 380 milhões com empresas aéreas de bilhetes aéreos já pagos.

A companhia tem ainda outra perda, relacionada a indícios de erros na contabilização de valores transferidos a fornecedores de serviços turísticos no período de 2015 a 2019. A auditoria desses valores está em andamento. A estimativa inicial da CVC era de uma perda de R$ 250 milhões. Ontem, esse valor foi atualizado para R$ 350 milhões. Desse montantr a CVC diz acreditar que pode recuperar R$ 55 milhões em tributos pagos indevidamente.

Apesar de todas as perdas, a CVC reafirmou em nota que “possui solidez financeira” e que pretende fazer uma capitalização para “fortalecer o caixa da companhia frente às medidas e desafios da pandemia de covid-19 e dar suporte para a retomada da companhia”. A empresa de turismo estuda desde abril uma captação de recursos que, segundo fontes do mercado, será da ordem de R$ 1 bilhão.

Em abril, o presidente da CVC, Leonel Andrade, havia dito que o saldo de caixa da empresa era da ordem de R$ 350 milhões. Ontem, a operadora informou que teve um gasto mensal médio de R$ 52 milhões ao longo do segundo trimestre. As despesas fixas mais os R$ 104 milhões de efeito perdas com efeito caixa somam R$ 260 milhões. Esse valor sai do caixa durante um trimestre em que as vendas chegaram a cair até 90% em relação ao mesmo período de 2019.

A empresa informou que reabriu 900 de suas 1,4 mil lojas de franquia neste mês, à medida que os governos estaduais e municipais permitiram a reabertura dos shopping centers.

A CVC informou que pretende divulgar os balanços do quarto trimestre de 2019 e do primeiro trimestre deste ano até o fim do mês.

Fontes do mercado do turismo informam que esta semana foram demitidos 200 funcionários da empresa CVC Corp.

 

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade