Blue Tree Hotels debate retomada de viagens e eventos com médicas que estão no front da luta contra a Covid-19

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Painel reuniu Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Glória Brunetti, infectologista e médica do Hospital Emílio Ribas; Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels; Carlos Prado, presidente do grupo Tour House; e Rodrigo Cezar, presidente da Alagev

POR ZAQUEU RODRIGUES

A retomada segura das viagens e eventos corporativos pautou na manhã desta quinta-feira (19) o encontro da Blue Tree Hotels com lideranças do mercado de turismo e especialistas em saúde que são referências no combate à pandemia de Covid-19. Em formato híbrido, a conversa foi transmitida do hotel Blue Tree Premium Morumbi, na cidade de São Paulo.

A presidente da Blue Tree Hotels e mediadora do painel, Chieko Aoki, disse que a rigidez dos protocolos sanitários é muito importante. “Precisamos garantir a segurança e proteger nossos clientes e hóspedes. Graças aos médicos, a ocupação em nossos hotéis melhorou. Quanto mais rápido termos a população vacinada, mas rápido teremos a retomada”.

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Carlos Prado, presidente do grupo Tour House e também mediador do painel, pontuou que as viagens estão retomando conforme a vacinação da população avança no país. “Notamos que as empresas estão comprando mais viagens e realizando mais eventos. Com menos euforia e mais cuidado poderemos caminhar”, destacou ele, que integra o movimento Unidos Pela Vacina, criado para incentivar a compra de vacinas pelo governo federal.

Já Rodrigo Cezar, da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (ALAGEV), frisou que muitas viagens deixarão de existir e que agora as decisões precisam ser tomadas num contexto mais amplo, analisando cenário a cenário. “Não pode ser por achismo. Agora é o momento de seguirmos todos os protocolos. Temos um mercado com outro tipo de responsabilidade e não podemos errar neste momento de retorno”.

Respeitar para retomar

A infectologia e médica do Hospital Emílio Ribas, Glória Brunetti, ressaltou que o vírus não pode ser negligenciado. “Há muitas coisas que melhoraram, mas não podemos baixar a guarda nem subestimar o vírus. Tão importante quanto implementar protocolos é fazê-los funcionar”, destacou a especialista, lembrando que a transmissão ocorre pela boca e nariz.

A infectologia e médica do Hospital Emílio Ribas, Glória Brunetti, ressaltou que o vírus não pode ser negligenciado. “Há muitas coisas que melhoraram, mas não podemos baixar a guarda nem subestimar o vírus. Tão importante quanto implementar protocolos é fazê-los funcionar” (Foto: reprodução)

Glória ensinou que os protocolos precisam se adequar ao cenário do período. “Se mudar a música, muda a dança. Estamos num momento com mais luz no fim do túnel, mas totalmente perigoso se acharmos que podemos deixar de seguir os protocolos. Precisamos respeitar. Quando capacitamos todas as pessoas dos eventos, hotelaria, aeroportos, melhoramos todo o ambiente e diminuímos as chances de contaminação”, reforçou.

A pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Friocruz), Margareth Dalcolmo, afirmou que o cenário permite a retomada de eventos presenciais desde que os protocolos sejam respeitados. “É obrigatório usar máscaras. A imunidade da vacina não é duradoura e a máscara vai nos acompanhar por muito tempo ainda”, avisou ela, explicando que um espirro libera 200 milhões de partículas virais no ar. “Temos que exigir máscaras de qualidade. Esse revólver de medir a temperatura não serve para nada”, esclareceu.

“Neste momento há um acordo mundial que determina que somente governos possam comprar vacinas. A compra pela inciativa privada é uma discussão para outro momento”, ressaltou Margareth Dalcolmo. (Foto: reprodução)

As especialistas afirmaram que o Brasil errou na vacinação. “Não fizemos as encomendas das vacinas necessárias para vacinar a nossa população. Enquanto outros países começaram a vacinar em dezembro de 2020, nós começamos em fevereiro deste ano. Começamos atrasados. Já estamos recomendando uma terceira dose de reforço para algumas faixas etárias e não ainda temos nem 1/3 da população brasileira vacinada com a segunda dose. A imunidade coletiva está longe de ser alcançada no país”, disse ela.

Glória lembrou que a Turquia está partindo para a 4ª dose e EUA para a 3ª. “O governo federal tem dinheiro para comprar as vacinas. O que faltou foi gestão, não dinheiro”, disse ela. O importante, prosseguiu a especialista, “é controlarmos a situação. Precisamos pensar no equilíbrio da infecção, como aconteceu com o o vírus Influenza, presente desde 1918. No caso da Covid-19, talvez tenhamos vacinação todo ano, a cada seis meses…”

Aceitação de vacinas

A aceitação de turistas de acordo com a vacina também foi abordada. Para Margareth, “é uma questão de tempo para que todas as vacinas sejam aceitas”. Ela afirmou que não se sabe se a vacinação será anual, mas é certo que o Brasil terá autonomia para vacinar a população. E destacou: “As empresas, sanitariamente, podem exigir que seus funcionários e prestadores de serviços estejam vacinados. É um direito para proteger suas famílias”.

Sobre a vacinação pelo setor privado, Margareth pontuou que isso poderá acontecer futuramente, como ocorre com a vacina contra a gripe. “Neste momento há um acordo mundial que determina que somente governos possam comprar vacinas. A compra pela inciativa privada é uma discussão para outro momento. Agora precisamos estar unidos e assegurar que todos sejamos vacinados e revacinados e que tenhamos o controle epidêmico para retomar a normalidade de nossas vidas”.

Chieko disse ser contra a vacinação por empresas privadas agora e apontou as desigualdades desencadeadas. “Eu não acho justo uma empresa grande comprar vacinas e as pequenas não conseguirem. Os profissionais autônomos ficam sem”. No Brasil já são mais de 570 mil mortes causadas pela pandemia. “Não são números. Não podemos aceitar isso. São pessoas, famílias perdendo seus entes queridos”, ressaltou Carlos Prado.

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