Moradores paulistas tentam barrar concessão do Petar

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Coletivo “PETAR Sem Concessão” já reuniu cerca de 10 mil assinaturas para pressionar o governo de São Paulo

Edição DIÁRIO com agências

O projeto de concessão das atividades de ecoturismo do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar)  enfrenta a oposição de moradores de comunidades tradicionais, pesquisadores, monitores ambientais, prestadores de serviço, donos de pousadas e agências de turismo.

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Com preocupações em comum, representantes desses grupos se uniram para formar o coletivo “Petar Sem Concessão”. Segundo eles, o processo é realizado “de cima para baixo” e possíveis impactos socioambientais não foram levados em conta.

Localizado entre Apiaí (SP) e Iporanga (SP), no sul do estado, e criado por decreto em 1958, o Petar tem 35,7 mil hectares. A área abriga a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil e é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio da humanidade.

A paisagem, composta por montanhas, vales, cachoeiras, rios e centenas de cavernas, é propícia para trilhas, aulas de educação ambiental e esportes de aventura.

A concessão abrange 158,76 hectares. Segundo o governo paulista, entre os objetivos do processo está a aplicação de investimentos para conservação, operação, manutenção e exploração econômica do parque pela iniciativa privada.

Pressionado, o governo do Estado, , por meio da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), promove no próximo em 25 de novembro, às 17h, a audiência pública virtual sobre a concessão das áreas de visitação do Parque Estadual Turístico Alto Ribeira, o Petar, na região sul do Estado de São Paulo.

A proposta da audiência é apresentar o projeto e colher sugestões para o aprimoramento da modelagem jurídica, técnica e econômico-financeira do processo de concessão. O evento será transmitido em tempo real e os interessados podem acompanhar ao vivo e fazer suas contribuições. A participação para perguntas pode ser feita por meio do formulário online. As inscrições se iniciam às 9h do dia 25 de novembro pelo site infraestruturameioambiente.sp.gov.br.

Entre os principais objetivos da concessão está a aplicação de investimentos para estruturação, operação, manutenção e exploração econômica da área pela iniciativa privada. O projeto prevê também ações de fortalecimento da comunidade tradicional que vive na região ampliando a visitação turística e melhorando os serviços do local.

Alguns investimentos previstos e serviços associados são a revitalização do Centro de Visitante do Núcleo Santana; estrutura com espaço de exposição; espaço para reuniões e palestras; loja e serviço de alimentação; roteiros com acessibilidade na área do Núcleo Santana, com mirante do Betari; trilha do Pinheiro; parte da Trilha do Betari; vila de entretenimento no Núcleo Ouro Grosso, com serviço de alimentação; serviço de alimentação e glamping no Núcleo Caboclos; requalificação de trilhas; e novos roteiros de ecoturismo.

A área para concessão, que abrange 158,76 de hectares do parque – cerca de 0,44% da área total do Petar – é inteiramente composta por trechos onde a visitação já acontece ou é prevista. Os territórios das comunidades tradicionais estão fora do projeto. Já a gestão da Unidade de Conservação e a fiscalização das áreas ambientais continuarão sob responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e da Fundação Florestal. Os roteiros de trilhas deverão ocorrer com monitoria ambiental autônoma.

Estudos técnicos realizados pela Fundação Florestal em 2020 mostram que com a concessão o número de turistas terá um crescimento gradual, saltando de 39 mil para 114 mil por ano até o fim da concessão.

O aumento de visitantes criará mais oportunidades de trabalho para os moradores do entorno envolvidos no atendimento ao público, promovendo o turismo como gerador de renda e desenvolvimento local.

O projeto visa ainda a manutenção constante das estruturas para visitação e também melhorias para os sistemas de água e gerenciamento de resíduos e resultados diretos na conservação da natureza.

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