Início Site Página 283

DIÁRIO publica Manifestos para o Turismo Ético e Responsável

5

O primeiro jornal de turismo diário do Brasil sempre se pautou pela diversidade, inclusão e transversalidade nas práticas que compõem a cadeia do turismo. E nas relações humanas que estruturam essa rede econômica e cultural tão vasta. 

Publicado dia 13 de julho (RETRO 2023)

Mais que apontar personalidades, destinos ou empresas poderosas ou bem sucedidas em nosso meio, nosso jornal tem tomado o devido cuidado de, também, dar destaque a ideias, opiniões ou pessoas que se reinventam com soluções alternativas, responsáveis, éticas. E que não necessariamente as coloquem na capa da Forbes ou enalteçam os aspectos positivos em empreendedorismo e sucesso em seus negócios. Sim, jogamos luz sobre o que é bom, empreendedor e de vanguarda. Mas não empurramos, para debaixo do tapete, fatores humanos, sociais, ambientais e culturais. 

Para sintetizar a nossa linha de pensamento como jornal de turismo com valores contemporâneos, alinhados e atentos aos desafios ambientais e socioculturais que o futuro nos aguarda, oferecemos aos leitores, amigos e parceiros nosso Manifesto para o Turismo Ético e Responsável. É um decálogo que encadeia motes e ilumina situações objetivas para todos os que amam viajar.

Manifestos do DIÁRIO para o Turismo Ético e Responsável 

1

Em um destino, sempre que possível, aprenda sobre os aspectos culturais do lugar. Não tire apenas fotografia. Conheça os costumes, gastronomia, idiomas ou dialetos, tradições, patrimônio. Observe as normas sociais locais, para evitar comportamentos que possam ser ofensivos ou humilhantes para a comunidade que o recebe. Do mesmo modo, torne-se um exemplo de tolerância, criando oportunidades de aprendizagem mútua com os locais e turistas, evitando situações de conflito ou indesejadas.  

2

Ao planejar a tua viagem, certifique-se de conhecer o destino em que queira ir e tome as medidas necessárias para obter a documentação atualizada, tal como seguro-viagem e dados de saúde que lhe possam ser solicitados. Siga, em todos os momentos, as recomendações das autoridades locais, sobretudo em caso de emergência. 

3

Apoie o empreendedorismo local, consumindo produtos ou serviços que sejam produzidos no destino, cujos benefícios diretos e indiretos sejam compartilhados transversalmente e favoreçam os grupos mais vulneráveis. 

4

Desfrute apenas de produtos, serviços e experiências que garantam a exploração sustentável dos recursos fluviais, marítimos e terrestres do destino. E respeitem o habitat natural da fauna e flora autóctone e não só, evitando os maus tratos aos animais ou destruição da natureza ao entorno. Adote uma conduta responsável, evitando a criação de resíduos e colabore com os programas de coleta e    limpeza realizados no destino, para evitar a deterioração dos espaços naturais e manter a biodiversidade. 

5

Elimine as barreiras que   limitem a integração das pessoas por motivos de gênero, origem, religião, orientação sexual, situação econômica ou outra condição. Evite linguagem sexista, comentários ofensivos ou uso de estereótipos negativos. Igualmente, facilite o acesso à igualdade de oportunidades àqueles que tenham necessidades especiais no que concerne à mobilidade ou comunicação, respeitando os espaços ou serviços destinados para o uso destes. 

6

Preste atenção e reconheça como está a gestão do destino e as infraestruturas que o compõem (edifícios, transportes, casas, espaços públicos, etc.), para que a sua visita não suponha uma   alteração na vida local. Além disso, contribua para a conservação das atrações turísticas, respeitando as normas e os acessos concebidos para a sua preservação e proteção. 

7

Escolha produtos, serviços ou experiências que   garantam a gestão, uso inteligente e eficiente dos recursos hídricos e energéticos. Consuma os que gerem menor impacto no destino e possam ser reutilizáveis ou recicláveis. Evite o consumo excessivo da água potável e opte, sempre que possível, por transportes com emissões reduzidas ou inexistentes. Igualmente, calcule a tua pegada de carbono e   compense-a na medida do possível. 

8

Dê prioridade aos produtos, serviços ou experiências que incorporem novas tecnologias. E métodos inovadores que contribuam para a sustentabilidade do destino, por meio da poupança ou da melhor utilização dos recursos, da informação ou da capacidade de comunicação. 

9

Analise e verifique se os produtos ou serviços que consome são produzidos em condições laborais dignas e justas para a população local. Que não incorram em risco de exclusão social e que evitem a exploração sexual ou infantil, o mau trato a animais, entre outros. Trate de forma respeitosa todos os trabalhadores, tanto os das empresas do destino para onde viaja como os da tua própria comunidade. 

10

Apoie iniciativas e programas que fomentem o intercâmbio de experiências e boas práticas que favoreçam a paz. Participe ativamente nas redes, associações, atividades e alianças que promovam o desenvolvimento sustentável. Comece pela adesão a esse Manifesto, realizando as ações indicadas e partilhando este seu compromisso com outras pessoas. 

Assina o Manifesto: 

Conselho Editorial do DT e Amigos do DT

(Texto publicado originalmente dia 14 de novembro de 2022)

Por que não soltar fogos neste réveillon?

0

Não, não é “só” pelos animais domésticos!

Minha oposição aos fogos de artifício vai além do impacto nos animais de estimação. Como uma entusiasta assumida de pets, é natural que eu seja contrária a fogos, mas a minha resistência não se limita a essa razão específica.

Muitos argumentam sobre a tradição e outros clichês, mas é importante lembrar que nem todas as tradições são benéficas. Houve um tempo em que a escravidão e os casamentos infantis eram considerados tradições, mas evoluímos e repensamos essas práticas. É hora de aplicar o mesmo princípio aos fogos de artifício.

Vamos abordar alguns motivos para abolir os fogos de artifício?

Segurança

No Brasil, apenas nos cinco primeiros meses deste ano, 126 pessoas foram hospitalizadas após acidentes com fogos de artifício, enquanto em 2022 foram registradas 346 internações, de acordo com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). O Ministério da Saúde destaca que cerca de 7 mil pessoas sofreram lesões decorrentes do uso desses artefatos entre 2007 e 2017, com 96 mortes registradas nesse período. Muitas vezes os acidentes ocorrem com crianças e adolescentes.

Outras Pessoas

O ruído intenso dos fogos é particularmente prejudicial para indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), causando sobrecarga sensorial e crises graves. Pessoas com epilepsia também correm o risco de desencadear crises devido aos barulhos e luzes dos fogos. Além disso, idosos, crianças pequenas e pessoas doentes podem sofrer estresse, ansiedade e desconfortos físicos e emocionais devido aos fogos de artifício.

Meio Ambiente

Além de gerar lixo desnecessário, a queima de fogos contribui para a poluição do ar, liberando substâncias químicas e metais prejudiciais à saúde. Quando queimados sobre o mar, os resíduos afetam também os animais marinhos, além do risco de incêndios e danos à rede elétrica.

Animais Silvestres

O som, luzes e cheiro dos fogos têm efeitos devastadores sobre os animais, causando pânico, acidentes e mortes. Aves e morcegos são particularmente afetados, sofrendo graves consequências na orientação e saúde.

Animais Domésticos

Os animais de estimação, com sua audição extremamente sensível, sofrem consideravelmente com o barulho dos fogos, resultando em casos de pânico, acidentes e problemas comportamentais. Muitos animais chegam a convulsionar até a morte, sofrer paradas cardíacas ou envolver-se em acidentes graves.

Estresse nos Animais de Produção

Além dos animais domésticos, animais de produção, como vacas, cavalos e ovelhas, são suscetíveis ao estresse causado pelos fogos de artifício. O barulho repentino pode resultar em desorientação, diminuição da produção de leite e outros impactos negativos na saúde desses animais.

Desperdício Financeiro e Recursos Naturais

Os fogos de artifício representam um desperdício considerável de recursos financeiros e naturais. Muitas vezes, grandes quantidades de dinheiro são investidas em fogos que proporcionam uma experiência visual efêmera, enquanto esses recursos poderiam ser direcionados para causas mais significativas.

Seguir a Lei

Muitos estados e municípios brasileiros já proíbem fogos de artifício com estampido, embora a legislação nem sempre seja seguida. Um Projeto de Lei que visa a proibição desses fogos em todo o território nacional está em tramitação no Congresso Nacional há quase dois anos, PL n° 5, de 2022, aguardando aprovação.

Falta a implementação de leis mais rigorosas, fiscalização adequada, punições coerentes e, acima de tudo, empatia e respeito ao próximo.

Promover alternativas mais sustentáveis e seguras para celebrações, como shows de luzes sem estampidos, pode contribuir para a preservação do meio ambiente e minimizar os impactos negativos associados aos fogos de artifício tradicionais.

Este posicionamento é importante para empresas e marcas, pois demonstram os valores e princípios das organizações. Se posicionar perante assuntos polêmicos pode ser desconfortável, e certamente vai desagradar alguns, mas cada vez o mercado exige das empresas compromisso e ações que sejam coerentes com sua narrativa.

*por Sharlene Irente, colaboradora do DIÁRIO e sócia do CaoMigo

Accor anuncia 7 hotéis com a certificação de sustentabilidade

A Accor anuncia que 7 hotéis no Brasil conquistaram a certificação socioambiental Green Key, que são os primeiros do país com o selo.

EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências


A lista é formada por ibis Maringá, no Paraná, ibis budget Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ibis Styles Barra Funda, Pullman Vila Olímpia, Grand Mercure Vila Olímpia, ibis Budget Paraíso e Pullman Guarulhos Airport, ambos em São Paulo.

Em nota enviada ao DIÁRIO, a empresa informa que no início deste ano anunciou sua parceria com as associações globais Green Key e o Green Globe, ambos com seus padrões reconhecidos pelo Global Sustainable Tourism Council (GSTC). Esses programas de certificação avaliam os negócios nos quatro pilares da sustentabilidade: gestão sustentável, impactos ambientais, impactos culturais e impactos socioeconômicos, confirmados por auditoria independente de terceiros das práticas hoteleiras.

Números

Com mais de 4.400 estabelecimentos certificados em 60 países, o Green Key é o principal selo de excelência no campo da responsabilidade ambiental e operação sustentável dentro da indústria de turismo e hospitalidade. No Brasil, o Programa é coordenado pelo Instituto Ambientes em Rede (IAR). O processo de certificação propõe um grande número de critérios, divididos em 13 temas principais que abordam aspectos relacionados à gestão ambiental, conservação de energia, gestão de resíduos, conservação da água, entre outras práticas sustentáveis.

A conquista da primeira certificação Green Key no Brasil é um reconhecimento do compromisso da Accor e dos hotéis com práticas ambientalmente responsáveis, gestão eficiente de recursos e responsabilidade social. Com a certificação, as unidades aparecem no mapa de hotéis certificados globalmente no ‘Green Key Sites’ e posteriormente, também constarão nos demais sites das OTAs vinculadas ao programa Green Key.

Antonietta Varlese, SVP de Sustentabilidade e Comunicação Accor Américas – Divisão Premium, Midscale & Economy, comenta sobre o avanço do Grupo Accor no seu compromisso para transformação sustentável. “Há muitos anos, a Accor está comprometida com o desenvolvimento sustentável. Em 2020, estabelecemos nosso compromisso de contribuir para zerar as emissões de carbono globalmente até 2050 e reduzir nossas emissões absolutas em 46% (Escopo 1 e 2) e em 28% (Escopo 3) até 2030. Ao incentivar a certificação sustentável de nossos hotéis, garantimos a transparência e confiabilidade de nossas ações para investidores, clientes e demais stakeholders, reduzindo riscos e aumentando a performance de nossos hotéis”.

Leana Bernardi, coordenadora nacional do Green Key, comenta sobre essa grande conquista do programa. “Estamos firmemente convencidos que os esforços para reduzir a pegada ambiental na indústria hoteleira desempenham um papel crucial na preservação das belezas naturais de nosso país. Observamos um interesse crescente entre turistas, gestores de estabelecimentos turísticos e autoridades públicas nessa direção. Motivados por essa demanda crescente, decidimos relançar o Green Key no Brasil, promovendo práticas sustentáveis em toda a indústria. Além de ser um indicador de comprometimento das instituições com a sustentabilidade, o programa responde de maneira proativa à crescente demanda de turistas conscientes que buscam opções de hospedagem com valores ambientais, sociais e responsáveis”.

Finn Bolding Thomsen, Diretor Internacional da Green Key, complementa: “Estou muito feliz por ter os primeiros hotéis certificados com o Green Key no Brasil, que servem de modelo para outros hotéis do país e da região das Américas que queiram aderir ao programa”.

Morre Alceu Ântimo Vezozzo, fundador da rede Bourbon

Publicado dia 19 de junho (RETRO 2023)
Morreu hoje aos 95 anos, por causas naturais, o fundador da rede Bourbon de Hotéis, Alceu Antimo Vezozzo.
REDAÇÃO DO DIÁRIO

Filho de Caetano Vezozzo e Angelina Ricci, morreu nesta segunda-feira (19) por causas naturais no hospital Santa Cruz, em Curitiba (PR), o fundador da rede Bourbon de Hotéis, Alceu Antimo Vezozzo. Em nota enviada ao DT, o velório acontece na Capela Cemitério Parque Iguaçu e o sepultamento amanhã, 20 de junho, no Parque Iguaçu.

Uma nota interna da Bourbon foi distribuída aos seus funcionários, colaboradores e imprensa:

Com profunda tristeza comunicamos o falecimento do nosso fundador, Alceu Ântimo Vezozzo.

Que busquemos conforto na união, na fé em Deus e na certeza de que o nosso patriarca, célebre fundador da Rede Bourbon de Hotéis e Resorts viveu uma vida plena, de muitas experiências, contribuições e construção de um legado ímpar, sempre com responsabilidade junto às comunidades onde atuou e às pessoas que passaram por seu caminho, que foram inúmeras.

Ele nos deixa uma saudade imensa, mas nunca será esquecido por sua cordialidade, valores, persistência, iniciativa e visão. Um grande homem, um grande pai e um hoteleiro brasileiro que deixa um enorme legado nos negócios e na área social com o Instituto Bourbon de Responsabilidade Socioambiental.

Rede Bourbon.

LEIA TAMBÉM

https://diariodoturismo.com.br/rede-bourbon-apresenta-o-instituto-bourbon/

PODCAST DO DT – Tatiana Turra, presidente do Instituto de Turismo de Curitiba

0

Publicado dia 16 de junho (RETRO 2023)

Tatiana Turra, presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, concedeu essa entrevista ao DIÁRIO durante a Expo Turismo Paraná, que acontece dias 15 e 16 em Curitiba. A executiva fala inicialmente do Natal em Curitiba: Luz de Pinhais – Encontro de Emoções, que oficialmente foi lançado nesta quarta-feira (15), durante a abertura do evento na capital do Estado. Tatiana fala também do posicionamento da município como Cidade Criativa, Cidade Inteligente e as ações sustentáveis, de mobilidade e de inclusão para torná-la não só boa para o turista, mas para os seus moradores. Confira:

Atividades Turísticas
Jardim Botânico, um dos atrativos de Curitiba (Crédito: arquivo DT)

LEIA TAMBÉM:

https://diariodoturismo.com.br/comeca-em-curitiba-a-expo-turismo-parana-com-discursos-memoraveis/

Alceu Ântimo Vezozzo cunhou uma frase: “Pode Quem Pensa que Pode!”

Alceu Ântimo Vezozzo idealizou o Instituto Bourbon de Responsabilidade Socioambietal em 2002, em Cambará (PR). Alceu Ântimo Vezozzo morreu nesta segunda-feira (19), em Curitiba, aos 94 anos.

REDAÇÃO DO DIÁRIO

Publicado dia 20 de junho (RETRO 2023)


O DIÁRIO visitou o Instituto em outubro de 2019 e ficou surpreso com o compromisso social da rede hoteleira, leia-se Alceu Ântimo Vezozzo. Pegou depoimentos de alunos, professores, mestres e do diretor, à época, João Tinelli. Veja reportagens aqui.

No quadro da sala do diretor Tinelli tem uma frase emblemática, escrita em pincel atômico, de autoria de Alceu Antimo Vezozzo: “Pode quem pensa que pode”.  Esta frase, quando criada, tinha como destino a mente e o coração dos jovens aprendizes e crianças da comunidade. Na verdade, ela serve também para todos aqueles que ainda não perderam a esperança em si mesmo e no mundo ao redor. Escrevemos na reportagem

Instituto Bourbon de Responsabilidade Socioambiental

O Instituto foi idealizado por Alceu Antimo Vezozzo a partir da iniciativa da Rede Bourbon de promover o bem-estar social para famílias de baixa-renda, com foco no enriquecimento cultural das novas gerações e incentivo para que possam se desenvolver social e economicamente.

O DIÁRIO FEZ UMA HOMENAGEM À ÉPOCA, AO TRABALHO DE VEZOZZO, CONFIRA:

 

____________________________

www.institutobourbon.org – www.bourbon.com.br

Bahia, Brasil, Gregório de Matos e chatGPT

Publicado dia 14 de junho (RETRO 2023)

Na Costa do Dendê

subiu à superfície
a ilha de Tinharé.
Em tempos imemoriais
empurrou com a força das marés
outros pedaços de terra.
Cairu e Boipeba
cá se ergueram em épocas abissais.

O Aimoré ensinou ao branco
o trançado das paredes de taboca
o bailado dos saberes da maloca
e toda sua cosmologia.

Ao largo os navios lusitanos
desembarcavam com segundas intenções.
O luso cheio de planos
trazia pólvora,  chumbo e canhões.
Durante esse ciclo
de usurpação das terras
criaram a cartografia
de Cabrália a Gamboa
de Itacaré ao Morro de São Paulo
em nome da Santa Igreja.
E da Coroa.

 

E veio o reino montado
em seu poder episcopal
e de um acordo firmado
com o selo papal.
Na ponta da baia de todos os Santos
fundou-se a nossa
primeira Capital.

E para escamotear o saque,
mitigar a usurpação
e o estupro
de índias e crianças;
minimizar da consciência
a síndrome da dor
decidiram – em bom português
nomear a capital do Novo Mundo:
Salvador!

E aí chegaram os negros
acorrentados de Angola,
Guiné Bissau e Açores.
Nossa pátria mal começava
o seu teatro de horrores.

Esse Recôncavo Baiano ficou polvilhado
de corsários, piratas
e patifes em naus
vindos de todos os quadrantes:
Holanda, Inglaterra, França
Espanha e escambaus…

Vinham buscar a madeira
que soltava uma cor vermelha
de ótimo uso nas construções
do velho mundo ocidental
sem licença, outorga, recibo
ou nota fiscal.

Poderia escrever sobre
os séculos seguintes
do ciclo do açúcar,
do gado ao do cacau;
dos mandos e leis dos governos
com seus decretos e atos
detalhados
com riqueza e acinte,
mas como existiu
Gregório  de Matos
tudo já foi escrito
contra a literatura oficial.
Deixo – portanto – como registro
– o dito pelo não dito –
e o chatGPT
com sua
Inteligência Artificial.

Morro de Sao Paulo, Bahia, 10 de junho 2023

MSC Armonia chega a Santos e dá início a sua temporada de cruzeiros na América do Sul

0

O MSC Armonia chegou nesta quarta-feira (20 de dezembro), ao Porto de Santos, para dar início a mais uma temporada regular de cruzeiros na América do Sul.

EDIÇÃO DO DT com agências


O navio se junta ao MSC Preziosa, MSC Grandiosa, MSC Lirica, MSC Seaview e MSC Musica, que já estão em operação durante a temporada 2023/2024 na região.

Antes de chegar ao Brasil, o MSC Armonia iniciou sua Grand Voyage, de 24 noites, na cidade de Veneza, na Itália, e passou por destinos impressionantes como Split, na Croácia; Valeta, em Malta; Messina, Nápoles e Civitavecchia, na Itália; Barcelona e Málaga, na Espanha; e Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, também na Espanha. Já no litoral brasileiro, o navio visitou Recife, Salvador, Ilhéus, Búzios e Rio de Janeiro, antes de finalizar seu roteiro na cidade de Santos.

Ainda na quarta-feira (20), o navio seguirá para a sua primeira viagem da temporada, com um roteiro de 7 noites, onde visitará Montevidéu, no Uruguai; Buenos Aires, na Argentina; e Punta Del Este, também no Uruguai.

Entre os meses de dezembro de 2023 e março de 2024, o MSC Armonia terá Santos como base e oferecerá minicruzeiros de 3 a 5 noites visitando alternadamente as cidades de Búzios, Rio de Janeiro, Ilhabela, Ilha Grande, Porto Belo e Balneário Camboriú, itinerários de 6 noites com escalas no Rio de Janeiro, Ilhabela, Itajaí e Balneário Camboriú e de 7 noites, com visitas a Montevidéu, Buenos Aires e Punta Del Leste.

Memórias de Uma Ilha, de Caio Camargo: trabalho de escafandrista

0

O livro Memórias de uma Ilha de Caio Camargo é um reconhecimento do autor à Ilhabela que acolheu seus ancestrais antes mesmo da onda turística chegar, no tempo em que chamávamos as vilas e comunidades onde se reuniam pessoas, famílias e amigos de lugar.

por Paulo Atzingen (à Maria José Fazzini Cardial e Cecília Fazzini, com amizade)*

Publicado dia 29 de Maio (RETRO 2023)


Caio fez um trabalho de escafandrista descendo ao coração do oceano azul que banha a antiga Villa Bella da Princeza e de lá retirando tesouros de velhas embarcações repletas de memórias afetivas, detalhes minimalistas de um amor fraternal e maternal encontrado somente nas profundezas.

O livro é repleto de lembranças e saudades narradas por antigos moradores da ilha , entre eles Maria José Fazzini Cardial, avó de Caio.

Camargo teve o minucioso cuidado de reunir depoimentos de moradores da ilha dividindo sua obra em capítulos com o nome dos entrevistados: Kenzou Imakawa, Maria José Fazzini Cardial, Maria da Silva Pinto Albuquerque, Hélio Reale e um outro capítulo chamado Memoráveis com  duas dezenas de depoimentos menores que os quatro iniciais.

O que interessava em cada pessoa eram suas lembranças e, principalmente, como as mesmas foram contadas. A dramaticidade, a tristeza, a alegria, o carinho, que compunham a narrativa era o elemento que determinava  a sua importância e, logo, o que deveria ser priorizado e transcrito para o livro“, escreve Caio na introdução de sua obra.

Casas emolduradas pela gente caiçara original, memórias mais que afetivas, memórias mais que históricas (Reprodução autorizada pelo autor)
Ângelo Fazzini em frente ao barco reformado por ele. Ano, julho de 1948 (Reprodução autorizada pelo autor)

Caixa de madeira

Camargo explica nesta mesma abertura a motivação para criar esse documento histórico. “Vinha frequentemente visitar meus avós maternos em Ilhabela. Há um ano resolvi voltar as atenções à minha avó para reconhecer melhor sua história de vida. (…) ela me apresentou uma caixa de madeira, fechada com uma chave, feita pelo seu irmão quando ele estudava marcenaria.  Ao abri-la percebi o carinho e o zelo que ela tinha por aquelas imagens. A cada foto manuseada, emergia um acontecimento,  uma história, um personagem,  uma lembrança “, escreve.

Narrativas foram as âncoras

A partir daí, Caio sai à procura de pessoas com idade de 80 anos ou mais para ouvir seus relatos. Uniu a essas narrativas fotografias que serviram como uma âncora à sequência de depoimentos de fatos levados pelo tempo.  Fotos de barcos sendo artesanalmente construídos, casas emolduradas pela gente caiçara original, pessoas em trajes de festa em uma alegria longínqua, irmãs em seus vestidinhos de domingo sentadas especialmente para uma foto quase apagada pelos anos.

Memórias de uma Ilha
irmãs em seus vestidinhos de domingo sentadas especialmente para uma foto quase apagada pelos anos ((Reprodução autorizada pelo autor))

Memórias mais que afetivas, memórias mais que históricas, memórias atemporais que derrubam com sua força telúrica qualquer projeto de urbanismo que violenta a identidade original de uma comunidade. Violenta a identidade mas não se torna réu, nem vai para a cadeia porque o processo de violência da identidade foi e está sendo assimilado de forma sutil por meio da força imposta pelo modelo atual de desenvolvimento.

A obra tem como um de seus objetivos resgatar as histórias esquecidas e documentar para a posteridade a vida social de uma lugar que se transforma a cada dia, seja pela ocupação de espaços sem planejamento, seja pela desordem de leis ambientais não cumpridas,  seja pela ganância do domínio territorial, seja pela omissão de políticas públicas e da zona de conforto de quem poderia efetivamente mudar a história.

“Os verdadeiros “filhos da terra” dessa ilha, merecem ter suas histórias registradas para a eternidade”, escreve Caio ao final.

Maria José Fazzini Cardial e sua filha Cecília Fazzini ((Reprodução autorizada pelo autor))

Naufrágio resgatado

A obra foi o resultado do Projeto realizado com o apoio do Governo de São Paulo, Intermeios- Casa de Artes e Livros e Proac – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo e sua primeira edição é de 2011. Entre os naufrágios de tesouros, só agora pude contemplar tal riqueza e aqui a exponho por meio de modesta resenha.

É evidente que um livro de memórias não pode mudar o curso da história de uma comunidade e de uma Ilha que tinha na pesca artesanal, na comida feita no fogão à lenha e na luz vinda da lamparina uma alegria que se completava em si mesma. Não,  um livro de memórias não muda o curso da história,  nem o futuro. No entanto, tatua para sempre no coração de cada um que se doou – lembrando, falando, narrando, escrevendo, fotografando ou deixando-se fotografar (e mesmo para aqueles que o lêem), um estado perpétuo de felicidade por um tempo vivido que jamais voltará, ou que só será encontrado no fundo de um outro oceano, ou de um outro mundo muito longe daqui.


*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO

Paulo Angeli, fundador do Festival das Cataratas: “O Festival transformou Foz do Iguaçu”

Em entrevista, Paulo Angeli, fundador do Festival das Cataratas, fala ao DIÁRIO sobre as expectativas para essa edição e a importância para a cidade e o turismo brasileiro.

Publicado dia 29 de maio (RETRO 2023)


O 18º Festival das Cataratas está chegando, e as expectativas estão altas para essa edição de um dos maiores eventos de turismo do Brasil. Neste ano, o Festival acontecerá de 31 maio a 2 de junho, em Foz do Iguaçu (PR). O evento tem ampla programação para os profissionais do turismo e promete surpreender o setor.

Oo DIÁRIO conversou com Paulo Angeli. Ele é o fundador e idealizador do Festival. Na entrevista, Paulo falou sobre as expectativas para o evento e lembrou a importância do Festival para Foz do Iguaçu. Confira:

DIÁRIO – Qual a expectativa para o 18º Festival das Cataratas, em termos de público?

Olha, o nosso termômetro agora, são as vendas dos estandes, que foram totalmente comercializados. Porque as inscrições, como todo bom brasileiro, sempre deixam para a última hora (risos). Mas, a nossa expectativa para essa edição é de aproximadamente 8 mil pessoas.

DIÁRIO – Com as caravanas, qual a previsão do número de agentes de viagens?

Historicamente, vem em torno de 3 mil agentes de viagens todo ano.

DIÁRIO – Quais as novidades dessa edição do Festival das Cataratas?

Nessa edição, nós investimentos fortemente em tecnologia. Nós abrimos áreas específicas para quem tem produtos tecnológicos para o mercado. Então, agências de viagens e aplicativos de relacionamento para comercial, por exemplo.

A importância do Festival para a cidade

DIÁRIO – Quais os impactos que o Festival traz para Foz do Iguaçu?

Na realidade, o Festival transformou a maneira que Foz do Iguaçu se comunica, através do  marketing turístico. Antes do Festival, íamos para outros eventos mostrar com folders, com fotos, a beleza das Cataratas e a amplitude de uma Itaipu Binacional, por exemplo.

Agora, as pessoas conhecem pessoalmente os atrativos, e quem tem o crachá do evento tem o acesso a todos os atrativos turísticos de Foz do Iguaçu. Então, é um grande Famtour que nós fazemos com os agentes de viagens. Além disso, a cidade se prepara para o Festival. 

DIÁRIO – Qual a previsão de visitantes internacionais durante o evento, já que Foz do Iguaçu é uma cidade que faz fronteira com a Argentina e o Paraguai?

Aproximadamente 20% dos inscritos são internacionais, sendo que a maioria são paraguaios e argentinos. 

“Uma cidade segura para o turista”

DIÁRIO – Como está a questão da segurança em Foz do Iguaçu?

Nós estamos tranquilos quanto á isso. Não temos nenhum caso de impacto envolvendo turistas. No entanto, é uma cidade de fronteira, então é claro que tem que ter cuidado, mas não são cuidados maiores que em outras cidades. Então, Foz do Iguaçu é uma cidade segura para o turista.

Para saber mais, acesse o site oficial.


Por Caroline Figueiredo – repórter do DT.