Colaborador do DIÁRIO, Eduardo Andreassi, relata sua saída da Itália

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Sair da Itália – E agora, o que fazer?

Por Eduardo Andreassi

O cenário e comportamento são desoladores. Pessoas transitando de um lado para outro no aeroporto Aeroporto Fiumicino, em Roma, ansiosas e aflitas observando o painel de embarque de aviões para o Brasil. Isso quando “conseguem” um voo, mas nada garante de que ele não será cancelado em cima da hora!

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Outras tantas pessoas tentando achar uma companhia aérea que ainda faz esse trecho, já que a maioria delas cancelou o trecho Itália/Brasil..

Minha experiência no retorno ao Brasil foi bem difícil. Já tinham vetado os deslocamentos de ônibus e trem. Só faltava fechar os aeroportos, pensei ao ir para o Fiumicino. 

As ruas já estavam vazias, comércios fecharam, e a população enfrentava choques de realidade com a falta de leitos para tratamento dos infectados nos hospitais.

No aeroporto as pessoas começaram a ter ataques de pânico, depressão e entravam em desespero. 

Os que não conseguem embarcar ficam retidos a milhares de quilômetros de casa, sem dinheiro e com risco de contaminação de um vírus ainda pouco conhecido pelos cientistas mundiais.

Inúmeras companhias aéreas cancelaram seus vôos saindo da Itália e muitas outras temporariamente não operam no país. O resultado disso é, no caso de brasileiros, milhares deles desesperados querendo deixar a Itália.

Pessoas transitando de um lado para outro no Aeroporto Fiumicino, em Roma, ansiosas e aflitas

E não adiantava tentar ir para outros países, pois as fronteiras foram fechadas em toda Europa.

Atualmente, o país contabiliza 5.476 mortos, o maior número no planeta e mais de 59,1 mil infectados. O foco partiu da Lombardia, justamente a região mais desenvolvida, que, nem mesmo com estrutura, foi capaz de aguentar o surto. Médicos e enfermeiras estão morrendo. Outras regiões tiveram mais tempo de se preparar. 

Considero que tive sorte do meu voo não ser cancelado e não ter contraído o coronavírus. Ainda assim estou tomando cuidado.

Consegui embarcar pela uma das poucas companhias que operam, a Alitália, pois eu já tinha passagem marcada. Mas o risco existia.

Agora no Brasil, outra quarentena e ouço falar muito em solidariedade. Que vai ter, que está tendo, não resta a menor sombra de dúvida.

O que quero acreditar é no depois, se haverá a tal solidariedade de um modo geral, de fato.

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