A pandemia e as novas formas de gestão

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Bayard Do Coutto Boiteux (com edição do DT)*

A pandemia tem trazido quase que diariamente novas lições, sobretudo para os que querem aprender. O novo aprendizado nasce de um maior conhecimento interno que proporciona a descoberta de novos encantos da vida, que começaram a vir à tona no isolamento e estão nos mostrando novos caminhos. Eles trabalham outras aptidões nossas que estavam adormecidas e que hoje nos ajudam a superar inclusive a grave crise econômica, que ainda vai nos afetar mais. Descobrimos que sabemos fazer uma série de outras atividades e que são muito mais prazerosas  e nos ajudam a ser mais felizes.

Um dos itens que deverá mudar é a jornada de trabalho. Não é o número de horas que as pessoas permanecem nas empresas que define a produtividade e a qualidade do trabalho. Fora, que teremos que evitar ainda durante algum tempo aglomerações em transportes públicos, que já voltaram a acontecer. O conceito deverá ser de delegar atividades em horários distintos para fazer fluir os deslocamentos. E reduzir a quantidade de horas e fazer com que as pessoas consigam trabalhar sem pressão, respeitando o tempo de cada um. É preciso sobretudo aprender a falar com os colaboradores, com serenidade e gentileza para fazer do ambiente de trabalho algo respirável e que nos encante. O trabalho não pode ser uma obrigação, precisa nos encantar e para tal as chefias precisam ser treinadas para gerir equipes com amor e inspiração. E sobretudo respeito pelo próximo, lembrando que qualquer atividade é fundamental se desenvolvida num contexto de conjunto.

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O home-office, que passou a ser uma solução para muitos precisa ser melhor regulamentado. Ninguém pode trabalhar ou ficar à disposição 24 horas. Temos nossas famílias, nossos afazeres hoje bem maiores e que devem ser respeitados. Não podemos achar que a qualquer momento do dia podemos fazer solicitações.Temos que criar limitações com horários e fundamentos do que é ou não nosso trabalho.

O turismo vai devagar buscando novos rumos para sua sobrevivência. A utilização dos canais digitais passou a ser uma das poucas saídas para tentarmos manter nossas empresas vivas. Ocorre que ainda existe um contingente que desconhece o papel das redes sociais como instagram e facebook, a construção de sites, o impulsionamento de publicações e a segmentação de mercado. Assim,é o momento de treinar nossos colaboradores com paciência e a arte de mostrar a cada um deles não só como utilizar novas ferramentas mas como cada uma delas pode ajudar no incremento das vendas e na consultoria online que pode ser dada, por exemplo por agentes de viagens, hoteleiros e organizadores de  eventos nas diversas atividades que desempenham. Não é apenas implantar novas tecnologias pois se desconhecidas ou não entendidas não terão serventia.

Por outro lado, os protocolos de segurança tanto para o turista, como para o prestador de serviço merecem programas de qualificação, pois os consumidores vão buscar muitas informações à respeito. Aqueles que têm consciência coletiva e que seguem as noticias das providências que o mundo vem tomando, terão que ser muito bem esclarecidos e sabemos que hoje fronteiras estão sendo fechadas para o Brasil pelo significativo aumento de casos, embora tenhamos também muitas recuperações. O Turismo receptivo será o mais afetado pois as pessoas mundo  a fora  vêem confusão e falta de coordenação muitas vezes nas tomadas de decisões.

O novo modelo que ainda vai ser aperfeiçoado terá um modus operandi  bem diferente do que vimos até agora e estará sujeito a mudanças continuas para aperfeiçoamento e busca de soluções rápidas. Flexibilidade é e será a palavra chave da nova gestão administrativa e busca de recolocação para um grande contingente que perdeu seus empregos no turismo.A nova forma de administrar vai depender de cada um de nós em formar um novo conceito de harmonia e felicidade nos ambientes de trabalho.


*Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, cidadão do mundo, escritor e trabalha voluntariamente no Instituto Preservale e na Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ.

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