No faturamento do mês de julho, o turismo nacional teve um prejuízo de 50,3% quando comparado ao ano passado. Além disso, ao todo, tivemos um déficit de R$ 7,3 bilhões. Os dados foram levantados pelo Conselho de Turismo da Fecomércio-SP, com base em números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Como é sabido por todos, estamos passando por um momento difícil, com grandes obstáculos para recuperar o fôlego, o que atrasa ainda mais o retorno das nossas atividades. O medo e a apreensão, portanto, tomam conta dos nossos dias. Entretanto, é preciso ter um olhar mais ameno diante da situação, ainda que estejamos inseguros.
Neste domingo (27) celebraremos o Dia Mundial do Turismo e, para a data, além de refletir, é preciso ter consciência do caminho que estamos trilhando. A vida que conhecíamos mudou drasticamente com a chegada do coronavírus. Agora, quase sete meses depois que o Brasil recebeu a confirmação do primeiro caso da infecção viral, estamos entrando numa fase mais complexa: a da necessidade de nos reinventarmos e buscarmos novas alternativas para sobreviver.
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Para as nossas seis décadas e meia, comemoradas neste mês de setembro, trouxemos a campanha “65 anos de trabalho, inovação e representatividade!”. A ideia desta mobilização é, além de celebrar mais um ano de vida da entidade, mostrar a importância de nos readequarmos aos tempos em que vivemos. Para a data mundial em celebração ao nosso setor não poderia ser diferente. Este ano, com o gancho no desenvolvimento rural, vemos uma preocupação da Organização Mundial do Turismo (OMT) em apoiar e fornecer oportunidades fora das grandes cidades para movimentar atividades turísticas em diferentes regiões, de uma forma que haja rentabilidade e, ao mesmo tempo, preservação do patrimônio cultural e natural.
“Estamos em uma corrida pela inovação e modernização de processos e isso deve contemplar todas as demandas, de diferentes empresas, em localidades variadas”
O mote da celebração, definida pela OMT, casa com tudo que trazemos para a nova idade da nossa federação: estamos em uma corrida pela inovação e modernização de processos e isso deve contemplar todas as demandas, de diferentes empresas, em localidades variadas.
Talvez, com a necessária distância social, novos meios turísticos surjam. O momento demanda criatividade para a manutenção das nossas atividades. O nosso setor é vital para a qualidade de vida da população, então, precisamos pensar fora daquilo que estamos acostumados.
É válido ressaltar também que, pela primeira vez, a celebração para o Dia Mundial do Turismo contará com a organização das nações do mercado Comum do Sul (MERCOSUL), onde todos servirão como anfitriões. O espírito de união e de solidariedade se fortalece cada vez mais. É preciso que a mensagem atinja âmbito mundial. O Brasil, como parte MERCOSUL, possui um papel importante com o desenvolvimento rural e agrícola. Temos uma região rica, com grandes áreas ambientais que potencializam a sustentabilidade e a forma de renda.
É inegável que a pandemia atingiu diferentes espaços. Os impactos foram gerais, trazendo crises a curto e longo prazo. A importância desta data, de modo geral, está justamente atrelada a esses fatores fundamentais que precisam ser discutidos – o retorno do turismo em meio urbano e rural, a inovação e o crescimento. Para tanto, sejamos conscientes do trabalho que temos que exercer. Juntos sempre seremos mais fortes.
Não poderia deixar de falar que, este ano, merecemos congratulações especiais. No meio de tanto caos, lutamos para reerguer o nosso segmento tal como uma fênix, saindo das cinzas para retornar mais forte do que nunca. Somos capazes e precisamos ter isso em mente em cada amanhecer. A vida não para e, nós, como parte desse ecossistema, também não colocamos o pé no freio.
*Alexandre Sampaio é presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).
