O que mudará com o acordo comercial UE-Reino Unido?

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Por Gabriela Baczynska, Elizabeth Piper

BRUXELAS / LONDRES, 27 de dezembro (Reuters) – Negociadores britânicos e da UE fecharam um amplo acordo de livre comércio na véspera de Natal, o que significa comércio entre o bloco de consumidores de 450 milhões e a sexta maior economia do mundo continuará a fluir sem tarifas ou cotas a partir de 1º de janeiro.

O Reino Unido apresentou o acordo como um rompimento limpo com a União Europeia, que permitirá a Londres definir sua própria agenda, enquanto o bloco também acolheu um “bom acordo” que permitirá que todos os 27 países-membros virem a página.

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No entanto, muitas coisas terão mudado quando o Reino Unido concluir sua jornada para deixar a UE, seu mercado único e sua união aduaneira no final deste ano. Existem também áreas ainda não fechadas que exigirão mais negociações.

Aqui estão alguns exemplos do que mudará.

IGUALDADE DE CONDIÇÕES

Essa questão quase atrapalhou as negociações quando o Reino Unido acusou a UE de introduzir uma nova exigência que daria ao bloco o direito unilateral de impor tarifas ao Reino Unido se fosse considerado que ele se distanciou muito das regras de concorrência justa.

O acordo estabelece que agora ambas as partes têm o direito de denunciar a outra por meio de um mecanismo de arbitragem, se for considerado que houve divergências regulatórias que deram origem a um problema de concorrência.

Também estipula que, se esses mecanismos forem usados ​​com muita frequência e por muito tempo, isso pode desencadear uma renegociação das partes relevantes do tratado.

MAIS CONTROLES E BUROCRACIA NO COMÉRCIO DE MERCADORIAS

Ao contrário do que aconteceu até agora, as mercadorias que circulam entre o Reino Unido e a UE estarão sujeitas a controles alfandegários, regulatórios e de segurança animal, levando a requisitos mais burocráticos.

A Irlanda, país da UE mais afetado pelo Brexit, estimou em setembro que as declarações de importação e exportação poderiam se multiplicar por doze, chegando a vinte milhões por ano.

FIM DO LIVRE MOVIMENTO DE PESSOAS

Embora a UE e o Reino Unido tenham concordado em não solicitar vistos de curta duração, a atual liberdade de movimento de pessoas terminará.

Isso significa que os cidadãos da UE que vão para o Reino Unido, e vice-versa, estarão sujeitos a controles de fronteira mais rigorosos. O direito dos cidadãos da UE de viver e trabalhar no Reino Unido, bem como a capacidade dos cidadãos britânicos de fazerem o mesmo na Europa, será limitado.

Passaportes de animais de estimação não serão mais reconhecidos automaticamente na fronteira UE-Reino Unido.

MENOS INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA COMPARTILHADAS

O Reino Unido elogiou o acordo por garantir uma ampla gama de estruturas de segurança rápidas e eficazes, mas há mudanças significativas na forma como o país e a UE compartilharão dados de segurança, polícia e inteligência.

O Reino Unido deixará de participar na Europol ou Eurojust e perderá o acesso ao Sistema de Informação Schengen, embora existam formas de partilhar dados de passageiros, impressões digitais, ADN e veículos.

Um alto funcionário da equipe de negociação do Reino Unido disse que o “longo” acordo permitiria ao país colaborar com a Europol ou a Eurojust, mas os participantes teriam que se acostumar com um processo diferente.

CUSTO DE ROAMING

Os estados membros da UE não cobram tarifas de roaming ou roaming para conexões móveis e de dados dentro de seu mercado único, uma exigência legal para operadoras móveis que não se aplicará mais ao Reino Unido a partir do início de 2021.

Se as empresas de telecomunicações introduzirem tais tarifas, como é o caso da Suíça, os cidadãos que viajam entre a UE e o Reino Unido terão que desativar o roaming de dados ou pagar tarifas mais altas.

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