Serviço 5G pode gerar “crise catastrófica” na aviação, segundo CEOs de aéreas

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Os CEOs das grandes empresas aéreas de transporte de passageiros e de carga alertaram ontem para uma crise “catastrófica” iminente da aviação a partir de amanhã, quando a AT&T e a Verizon deverão ativar o novo serviço 5G. As companhias alertaram que o serviço 5G de banda C poderá potencialmente inutilizar um número significativo de aviões “wide body” (de cabine larga, para rotas internacionais) e que “poderá imobilizar dezenas de milhares de americanos no exterior”.

Reuters (Com Valor Econômico)

“A menos que nossos principais centros de distribuição de passageiros sejam liberados para voar, a maior parte do público viajante e de clientes do transporte de carga será deixado no solo”, escreveram os CEOs da American Airlines, Delta Air Lines, United Airlines, Southwest Airlines e outros.

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A Federal Aviation Administration (FAA, nas iniciais em inglês, o órgão regulador da aviação civil americana) alertou que uma interferência potencial poderá afetar instrumentos delicados da aeronave, como altímetros, e impactar operações de baixa visibilidade.

“Isso significa que em um dia como o de ontem [domingo], mais de 1.100 voos e 100.000 passageiros estariam sujeitos a cancelamentos, desvios ou atrasos”, disse a FAA. É urgente tomar providências, acrescentaram na carta, também assinada pela UPS Airlines, Atlas Air, JetBlue Airways e FedEx Express. “Para falar diretamente, o comércio do país vai caminhar gradualmente para a paralisação.”

A carta, a que a Reuters teve acesso, foi enviada ao diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Brian Deese; o secretário dos Transportes, Pete Buttigieg; o titular da FAA, Steve Dickson; e a presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Jessica Rosenworcel.

O grupo que organizou a formulação da carta, o Airlines for America, preferiu não comentar. Os órgãos do governo não quiseram comentar.

A AT&T e a Verizon, que arrebataram quase todo o espectro da banda C em um leilão de US$ 80 bilhões no ano passado, concordaram no dia 3 em proteger as zonas que cercam 50 aeroportos para reduzir os riscos de interferência e adotar outras medidas para diminuir a interferência potencial por seis meses. Também aceitaram adiar o uso da faixa de frequência por duas semanas até amanhã, o que evitará temporariamente um impasse de segurança na aviação.

As aéreas pedem “que o 5G seja implantado em todos os pontos do país, exceto a 2 milhas (3,2 quilômetros) das pistas de decolagem e aterrissagem dos aeroportos” em alguns aeroportos fundamentais. “É necessária intervenção imediata para evitar descontinuidade operacional aos passageiros aéreos, aos remetentes de carga, à cadeia de suprimentos e à entrega dos insumos médicos necessários”.

As companhias acrescentaram que as restrições ao voo não se limitarão a operações sob condições de mau tempo.

A FAA disse no domingo que tinha liberado cerca de 45% da frota de aviões comerciais americanos para pousos com baixa visibilidade em muitos aeroportos onde a banda C de 5G será ativada amanhã. Segundo as aéreas, ficaram de fora da lista muitos aeroportos de grande porte.

 

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