Luís Garcia, da Europamundo, alerta sobre o turismofobia

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Por Paulo Atzingen* (De Petrópolis – RJ)

“Ninguém quer uma fábrica poluidora na sua rua, ninguém quer um hospital psiquiátrico ou um presídio em seu bairro, e, infelizmente, hoje muitas cidades não querem turistas em suas praças ou em seus museus”, assim Luís Garcia Codrón, presidente da Europamundo, operadora de viagens, alertou os agentes de viagens e profissionais de Turismo – na 11ª Convenção Schultz que ocorre em petrópolis – sobre o novo tipo de patologia moderna: o turismofobia ou o horror a turistas.

“Turismo é uma atividade maravilhosa mas sabemos muito bem o que pode acontecer se não ocorrer uma forte mudança nos princípios do ato de viajar e inclusive de vender viagens”, alertou o CEO.

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Luis, que tem sua empresa consolidada em Madri, capital da Espanha, e mantém uma parceria sólida com a Schultz Turismo, alcançou um nível de discernimento  corporativo que vai muito além das razões inquestionáveis de economia de mercado.

“Manifestações contra o turismo estão acontecendo em muitos lugares”,  lembrou Garcia explicando os impactos que ocorrem em diversos destinos mundiais. ” Cidades se converteram em parques temáticos, o que acarretou aumento no preço dos imóveis, mudanças na cultura tradicional e descontrole ambiental”, enumerou.

Mudança de padrão

Questionado pelo DIÁRIO se é possível incutir na cabeça de um empresário de turismo uma mudança de padrão ou até de comportamento Luís usou uma linguagem figurada, mas clara: “Há coisas que não se consegue mudar com três palavras. Um deserto não se muda com uma, duas ou três regadas.  Assim é a consciência que não se forma com apenas algumas palavras”, disse. Codrón explica que a conscientização sobre sustentabilidade se dará com o tempo. “Somos uma onda que bate na pedra até ela quebrar ” figurou.

Indagado sobre a economia de mercado que não tem muito respeito por sustentabilidade, mas quer produtividade e resultados Codrón explicou que cada vez mais a sociedade exige mudanças.

“Estamos em um mundo em que se exige mais qualidade, busca-se mais valores. A sociedade exige cada vez mais compromissos, não aguenta mais empresas exploradores, antiéticas. Para se vender mais é preciso  ser mais ético,  mais correto,  mais sensato, mais sustentável”, enumerou. Uma das sugestões dadas por Luis aos agentes, presentes na Convenção Schultz, foi alertar os seus clientes dos riscos que ele pode ter ao visitar um local muito badalado.

Barcelona é uma das cidades que já sente os efeitos do excesso de turistas (Crédito: divulgação)
Barcelona é uma das cidades que já sente os efeitos do excesso de turistas (Crédito: divulgação)

Fundação Europamundo

Luis lembrou que sua empresa possui uma Fundação, uma organização sem fins lucrativos  que realiza ações sociais e cooperação para o desenvolvimento de setores da população vulnerável economicamente da Espanha, países da Europa e da América Latina. “Nossa fundação tem ações para contribuir para aumentar o turismo sustentável e responsável”, afirma.

* O jornalista viajou para Petrópolis a convite da Schultz Turismo

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