Mogi das Cruzes, cidade do Alto Tietê paulista, se destaca por sua agenda cultural vasta, assim como por seus pontos turísticos tipicamente ecológicos, como a Pedreira de Sabaúna, a represa do Rio Jundiaí e o famoso mirante do Pico do Urubu, na Serra do Itapety. Este último, inclusive, é um dos cenários retratados na arte do mogiano Paulo Henrique – mais conhecido como PH.
*Por Clara Ribeiro, do DIÁRIO
Cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor musical e professor, PH já compôs mais de 500 músicas e gravou cinco CD’s. Em seu último álbum de estúdio, Caipirerê (2017), o compositor traz um Brasil místico ao narrar a saga de um caipira violeiro que, nascido na Serra do Itapety, viaja com sua viola pelo sudeste brasileiro. O CD está disponível no Spotify.
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Em Mogi das Cruzes, além de dar aulas, compor e arranjar músicas sob encomendas, PH trabalha hoje em seu home estúdio de gravação, produzindo conteúdo audiovisual, e agora, com a chegada do SESC (Serviço Social do Comércio) na cidade, assume a função de produtor executivo, indicando trabalhos de artistas locais e produzindo shows.
Para ele, a cena cultural em Mogi começou a ficar mais forte nos anos 80. “Eu comecei minha carreira musical no início dos anos 90 e a cena mogiana contava com o Teatro Vasques, que na época se chamava Teatro Pascoal Carlos Magno e alguns bares onde acontecia um circuito de música ao vivo. Desde os anos 80 a cidade conta com uma tradição de música ao vivo com compositores e essa característica gerava um público fiel, que acompanhava e incentivava as apresentações”, relata PH.
Quando entrou para a cena musical, PH participava de encontros de música popular. “Existia uma barbearia chamada “Barbearia do Julinho” onde aconteciam rodas de choro às quintas feiras, 16h, eu frequentei muito essas rodas onde aprendi e desenvolvi meu lado chorão com os mestres da velha guarda”, rememora.
Arte e cultura: pontos fortes de Mogi das Cruzes
“Mogi das Cruzes é uma cidade muito ativa no setor artístico e cultural, com festas e grupos tradicionais, compositores, bandas, cantores e cantoras. Tem um circuito bastante forte de música ao vivo em bares noturnos”, afirma PH.
O artista cita a importância de equipamentos fornecidos pela Secretaria de Cultura. Como: Teatro Vasques (Teatro Municipal), Casarão do Carmo, Orquestra sinfônica de Mogi das Cruzes, Centro Cultural, Estúdio Municipal de Gravação (EMAM) e diversos parques nos quais também circulam muitas atrações artísticas. “Existem dezenas de escolas de música e de dança, além de espaço para artistas plásticos divulgarem suas obras”, pontua.
PH, que também já foi violoncelista e arranjador da Orquestra Brasileira de Tango de Puro Guapos e violoncelista e arranjador da Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, enaltece o aumento de oportunidades e incentivo por parte da Secretaria de Cultura da cidade, que criou um estúdio municipal de gravação em 2016. “De lá pra cá, foram gravados centenas de CDs com os cantores e compositores da cidade”, frisa ele.
“Eu enxergo um crescimento da valorização da arte, principalmente com a chegada do SESC Mogi das Cruzes em 2021, quando o cenário mogiano se enriqueceu ainda mais”, opina o compositor. Para ele, a instalação da instituição no município fez crescer o nível técnico das apresentações musicais, que tem transformado a forma dos nossos artistas se apresentarem.
PH reforça que o SESC tem procurado abrir espaço para os artistas de Mogi das Cruzes. “Isso tem gerado muita força e auto estima para nós”.
Manifestações culturais que movimentam o turismo
Com celebrações tradicionais e novidades do segmento cultural, Mogi das Cruzes se mantém no rol de cidades paulistas que conseguem movimentar o turismo por meio das manifestações artísticas.
“Acredito que a Festa do Divino seja o ponto forte de turismo na cidade, pois é uma das mais antigas do Brasil, tendo por volta de 400 anos de tradição. Nessa festa ocorrem apresentações populares. Até mesmo a Orquestra Sinfônica se apresenta acompanhando cantores da cidade”, conta PH, que publica novidades sobre seu trabalho no Instagram.
O músico cita também o Festival Nacional da Canção, que ocorreu entre 2014 e 2020 no município. “[O festival] Trouxe compositores de todo o Brasil. Eu era o arranjador do festival. Pude conferir muitos shows e apresentações incríveis que trouxeram muita valorização para a cena musical mogiana”, relembra PH, deixando como sugestão para que investimentos semelhantes sejam feitos em Mogi.
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