Médica negra acusa Delta de “flagrante discriminação” durante emergência em voo

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EL PAIS

Uma médica negra dos Estados Unidos acusou a companhia aérea Delta Airlines de “flagrante discriminação”, depois que uma aeromoça de um voo de Detroit para Minneapolis recusou sua ajuda durante uma emergência em um voo. A médica Tamika Cross, residente de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Houston (Texas), narrou sua experiência no voo DL945 em uma publicação no Facebook, na qual mostra sua frustração pela “falta de respeito” que representou o momento em que lhe foi negada a possibilidade de ajudar um paciente, por motivos de “raça, idade e discriminação de gênero”, segundo alega.

“Estou certa que muitos de meus companheiros de trabalho jovens e as mulheres trabalhadores de cor entenderão minha frustração e ficarão enojados por essa falta de respeito”, disse Cross, ao iniciar seu relato. Os acontecimentos começaram quando um homem, sentado duas fileiras à frente dela no avião, começou a se sentir mal e sua mulher gritou pedindo ajuda. A aeromoça, então, perguntou se havia algum médico a bordo.

Tamika Cross, em uma foto de seu Facebook.
Tamika Cross, em uma foto de seu Facebook.
 A médica afirma que, neste momento, colocou-se no “modo médico” e tentou prestar ajuda. Para isso, levantou a mão para chamar a atenção dos funcionários do voo. Foi quando a aeromoça a questionou: “Não, querida, abaixe a mão, estamos buscando médicos de verdade, enfermeiras ou algum tipo de profissional médico, não temos tempo de falar com você”.

“Eu disse que era médica”, explica Cross, “mas ela me cortou”. Imediatamente, houve uma nova chamada pelos alto-falantes. E a médica voltou a se oferecer. “É médica de verdade? Deixa eu ver suas credenciais. Que tipo de médica você é, onde trabalha, por que estava em Detroit? ”, perguntou a assistente de voo. E o homem continuava passando mal.

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A médica identificou-se e deu todas as explicações. Disse que havia ido a um casamento em Detroit. Mas, neste momento, “um homem branco aproximou-se e disse que também era médico”. A aeromoça voltou a se dirigir a Cross: “Obrigada por se oferecer, mas ele já pode nos ajudar”.

O relato da médica fica mais inflamado. “Ele não havia mostrado nada. Havia acabado de aparecer. Mas encaixa na descrição de um médico. Eu fiquei sentada. Assombrada. Com o sangue fervendo. Agora, graças a Deus, o homem [que estava doente] responde às perguntas. Está aparentemente melhor”. Quando a situação está aparentemente resolvida, a aeromoça pede uma consulta: “Então, vem esta vaca [refere-se à aeromoça como heifer, no original, em inglês] e tem a cara de pau de pedir minha opinião, dez minutos depois”.

A aeromoça finalmente se desculpou e ofereceu milhas de voo grátis. “Eu as recusei amavelmente. Não quero milhas em troca dessa flagrante discriminação. Isso vai acima dela. Se foi por causa de raça, idade, discriminação de gênero, não é justo. Ela não se livrará do que aconteceu. E eu ainda vou ter minhas milhas aéreas”. Cross estudou na Universidade de Michigan, na Escola de Medicina Meharry.

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