O game imita a vida? Uma análise do mercado aéreo à luz de Aviator

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O mercado da aviação sempre foi um ramo complexo dentro da indústria do turismo. Poucas áreas passaram por tantas mudanças, mesmo antes do advento da internet, mas certamente houve uma mudança exponencial depois que a web passou a ser uma realidade onipresente para agentes e passageiros.

Com as alterações, foi-se a figura do profissional de viagens que vivia para emitir bilhetes aéreos. Hoje em dia, a venda e emissão é mais que tudo uma atividade acessória, algo que eventualmente se deve agregar em um pacote por conveniência ao cliente, mas jamais um meio de vida para o agente em si. Mas além dessa e de outras mudanças, muitas outras políticas são implementadas pelas companhias aéreas e, por vezes, parece complicadíssimo estar a par de tudo o que acontece. Há novas rotas (ou o retorno de rotas desativadas), novos equipamentos, novos aeroportos, novas demandas como sustentabilidade e combustíveis verdes, novas classes e, dentro delas, novas categorias com letras de um alfabeto inteiro, com condições diferentes e até leilões virtuais para upgrade.

Talvez seja realmente complicado. Ou talvez seja só uma questão de reduzir o pensamento ao básico, que sempre facilita. Com o intuito nada científico de colaborar, aqui segue uma análise do mercado aéreo à luz de um famoso videogame.

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Conheça o Aviator

Aviões sempre causaram muito fascínio. A indústria dos games percebeu a oportunidade e lançou o jogo Aviator, um dos maiores sucessos das plataformas de entretenimento virtual. Supostamente não há qualquer relação entre o jogo e o setor aéreo, além da imagem do avião. Mas, curiosamente, é possível ver semelhanças e, a partir dela, fazer uma divertida reflexão.

Para quem nunca jogou o Aviator, aqui vai a boa notícia: é um jogo extremamente simples. Antes de cada rodada, o usuário deve fazer uma aposta, que pode ir de centavos a milhares, de acordo com sua escolha. Então, uma aeronave (em belo estilo retrô anos 50, era de ouro da indústria), decola em uma tela. Esse avião vai voar por algum tempo, que pode variar de poucos segundos a mais de um minuto. Enquanto ele voa, um contador indica um fator de multiplicação, que aumenta conforme o tempo de voo.

O usuário tem um grande botão em seu painel. Se ele apertar o botão durante o voo, sua aposta se multiplica pelo fator mostrado no instante em que apertou. Se, porém, ele demorar para apertar, e o avião for embora, junto vai a aposta. 

O timing da decisão

A lógica para ter sucesso no Aviator é exatamente a mesma para um agente se dar bem na compra de passagens: o timing. No jogo, apertar o botão na hora certa é a diferença entre ganhar ou perder. No mercado, saber a hora certa de comprar também é o principal fator. Evidentemente, em cada caso há diferentes fatores a considerar. No Aviator, pode-se estudar o tempo das últimas rodadas para se ter uma noção se o avião está fugindo rápido, ou se está demorando um pouco mais. No mercado, pode-se analisar a evolução dos preços nas últimas semanas e ver se está com tendência de alta, ou eventualmente com chance de alguma promoção.

Nos dois casos, porém, é preciso fazer uma análise ponderada do risco de esperar. Tanto no jogo, quanto na vida real, há um ponto em que o timing já passou, e os preços não vão melhorar, nem o aviãozinho vai voltar para tela.

O usuário tem um grande botão em seu painel. Se ele apertar o botão durante o voo, sua aposta se multiplica pelo fator mostrado no instante em que apertou (Crédito: Pixabay – divulgação)

Controles limitados

Quem já viu um cockpit de avião sabe que ele é, normalmente, repleto de instrumentos, indicadores e telas. E quem trabalha nas companhias aéreas, ou com elas, sabe que há inúmeros códigos, regulamentos, políticas de revenue etc. Mas, na realidade, dentro das agências, assim como nas plataformas de entretenimento, tudo se resume a apenas um controle: o botão de “comprar”. A observação atenta do que acontece, um profundo conhecimento do mecanismo do jogo (ops, do mercado), junto com decisões firmes no tempo certo são o que realmente fazem a diferença entre ganhar ou perder clientes. Assim nos ensina o videogame.

 

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