Russia: empresas de turismo e de luxo contabilizam perdas

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O mergulho da Rússia na recessão afetou muitas empresas de turismo e de itens de luxo, forçando-as a reduzir os preços –e também os custos– em uma tentativa de limitar os danos.

Há poucos sinais de que a situação vai melhorar em breve, com um frágil cessar-fogo no leste da Ucrânia fazendo pouco para aliviar as tensões internacionais sobre o apoio de Moscou aos separatistas pró-Rússia na região.

O rublo perdeu no ano passado quase metade de seu valor em relação ao dólar, depois que os preços do petróleo caíram e o Ocidente impôs sanções a Moscou, o que achatou o poder de compra dos russos, forçando-os a cortar despesas e adiar planos de férias.

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Os gastos com viagens internacionais dos russos caíram 6 por cento em 2014, segundo a Organização Mundial de Turismo, uma queda acentuada em relação ao crescimento de mais de 20 por cento em anos anteriores.

Turistas russos são grandes compradores de artigos de luxo, especialmente em cidades europeias como Milão, onde são clientes regulares de marcas como Ferragamo, Moncler e a alfaiataria italiana Brioni, da Kering.

Balconistas no departamento de moda masculina da luxuosa loja de departamentos Rinascente, em Milão, dizem que os clientes russos praticamente desapareceram.

De acordo com a empresa Global Blue, os gastos dos turistas russos caíram 17 por cento em todo o ano passado, e despencaram 51 por cento em janeiro, depois de uma queda de 44 por cento em dezembro.

Embora tenha havido um aumento inesperado nas vendas para alguns em dezembro, já que muitos russos descarregaram rublos depreciados em bens de luxo duráveis, como relógios Cartier, muitas marcas estão se preparando para um difícil 2015.

O grupo de moda italiano Roberto Cavalli prevê que as vendas para russos caiam 20 por cento este ano, enquanto a marca de relógios Hublot, da LVMH, já constatou um declínio de 20 por cento nas vendas para russos desde janeiro, disse uma fonte próxima à empresa.

Ansiosas por preservar as relações com os clientes, algumas marcas vem reduzindo os preços, diminuindo as margens de lucro.

Jerome Biard, que exporta relógios suíços para a Rússia por meio de sua empresa de distribuição LPI e representa marcas como a Burberry, Michael Kors, Armani e Raymond Weil, sofreu um golpe extra com a apreciação do franco suíço, mas evitou repassar os custos para os clientes.

“Minha estratégia foi proteger meus distribuidores e ajudá-los a esvaziar seus estoques no final do ano e início de 2015, por isso estamos todos de acordo em sacrificar nossas margens”, disse Biard.

 

Fonte: Reuters

 

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