HotelCare amplia portfólio e revigora a gestão hoteleira sob a perspectiva da educação

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Um mês após assumir os cinco hotéis da recém-criada rede Tempus Hotelaria, operadora retoma as atividades e inaugura uma nova era na história dos icônicos hotéis Marabá e Excelsior

POR ZAQUEU RODRIGUES (exclusivo para o DIÁRIO)


Em uma coletiva virtual realizada em julho passado foi apresentada a mais nova rede hoteleira nacional, a Tempus Hotelaria, concebida para unificar a gestão dos históricos hotéis Timbiras, Marabá e Excelsior, no centro de São Paulo, e os hotéis César Inn e César Park, no centro de Juiz de Fora (MG). Na ocasião também foi revelado que a HotelCare assumiu as operações dos cinco empreendimentos pelo período de uma década.

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De lá para cá, em meio a um cenário desafiador desenhado pela pandemia de coronavírus – que já matou mais de 118 mil pessoas no Brasil – a HotelCare realiza um inventário dos hotéis para mapear as condições financeiras e estruturar um modelo de gestão pautado por suas histórias. “Somos cuidadosos e não temos medo”, diz o sócio-diretor da HotelCare Ronaldo Albertino ao explicar os desafios da nova empreitada.

Albertino avalia que a gestão hoteleira não será a mesma nesta era inaugurada pela pandemia. “Um dos maiores desafios é operar num cenário de mudanças abruptas e de construção de novos paradigmas. Com toda essa tecnologia que se aproxima, como por exemplo o 5G, uma nova realidade estará pronta em menos cinco anos. E, para entender como a hotelaria será impactada por essas novas tecnologias, temos que olhar para outros setores da economia”, diz ele.

As revisões de valores e comportamentos desencadeadas pela pandemia – prossegue ele – é uma oportunidade de a hotelaria se alinhar às demandas da sociedade, a começar pela aproximação dos hotéis às comunidades dos locais onde estão inseridos. “Esse comprometimento social é um passo muito significativo para fortalecer a cultura hoteleira tomando a educação como base”.

Ronaldo Albertino, sócio-diretor da HotelCare (Credito: Zaqueu Rodrigues)

Responsabilidade social

O entendimento da atividade hoteleira do ponto de vista social é um desafio histórico do setor. “A hotelaria sempre esteve muito envolvida no seu próprio umbigo e, em geral, não cuida do seu entorno. Os problemas operacionais de um hotel já são suficientemente grandes para tomar todo o tempo da gestão, o que dificulta esse olhar para o entorno”, constata ele, que defende um modelo de gestão que ultrapasse os ‘muros dos hotéis’.

Ele ressalta que “a hotelaria é a síntese da sociedade. O hotel é um ambiente que conecta diferentes pessoas, culturas e vertentes da economia. O cuidado com os moradores do entorno reflete na autoestima do funcionário, que mora ou tem parente que vivem ali. Quando cuidamos de uma escola local, por exemplo, estamos alimentando a educação. Se eu não acolher quem está perto, como é que eu vou receber a pessoa que está longe?”, questiona.

Nesse sentido, a HotelCare colocará em prática em 2021 o Programa Rentabilidade Social. “Iremos adotar a escola mais próxima ao nosso hotel e trabalharemos junto a alunos, pais, professores e voluntários temas que são fundamentais em nossas vidas, como alimentação, higiene, saúde familiar, gestão financeira… Nossos hotéis darão preferência à contratação de mão de obra do entorno, principalmente familiares dos alunos”.

Albertino afirma que o hotel é apenas um espaço físico, tijolo sobre tijolo, somente um lugar, e cita uma frase que carrega consigo de um renomado hoteleiro internacional: “‘Eu odeio hotel, mas eu amo hotelaria’”. O conceito expressa a importância de valorizar o papel transformador da atividade na vida dos profissionais, dos encontros e aprendizados, do cuidado e do encantamento que, segundo ele, devem ser os principais pilares da hotelaria.

Medição de temperatura: indispensável na entrada (Crédito: Zaqueu Rodrigues)

A retomada

Depois de três meses de hotéis fechados, a HotelCare começou a retomar as operações sob a regência de uma minuciosa série de protocolos chamada WeCare. Em São Paulo, o primeiro a reabrir as portas foi o agora chamado Hotel Design Marabá, no dia 15 de julho. No dia 24 de agosto foi a vez do Timbiras INN. Ambos foram renomeados pela Tempus Hotelaria. No dia 1º de setembro reabrirá o Excelsior.

Albertino comemora e afirma que o desempenho nesse primeiro momento de retomada está surpreendendo. Antes da pandemia o Hotel Marabá tinha uma ocupação de 70%. Neste primeiro mês foi 28,5%. Ele explica que bom desempenho é puxado pelo turismo de compras, característica muito forte na área central.

“O centro é um grande HUB. A logística dessa área é muito favorável para quem vem fazer compras. Estamos a poucos metros da rua 25 de março e ao lado do metrô república, o que permite um rápido deslocamento para todas as regiões da cidade”.

Enquanto não há uma vacina contra o vírus, o Marabá Design Hotel e o Timbiras Inn se adaptam às novas rotinas impostas pela pandemia. No lobby, os novos protocolos de proteção incluem medida da temperatura, uso de álcool em gel e vidro de proteção na hora de fazer o check-in.

O álcool em gel está presente em todos os espaços dos hotéis: no lobby, na entrada do elevador, no quarto, no restaurante… Para garantir o distanciamento social entre os hóspedes, os restaurantes operam com suas capacidades reduzidas e readequação nos cardápios.

O tradicional sistema buffet está suspenso temporariamente. Os pedidos são realizados na mesa. Durante o atendimento o garçom mantém uma distância e, claro, usa equipamentos de proteção individual como luvas, touca e máscara.

Os hóspedes que ainda não se sentirem seguros para fazer as refeições no restaurante podem fazê-las diretamente em seus quartos. A comida é servida em bandeja e com talheres descartáveis. Ao fim das refeições, os materiais utilizados devem ser deixados ao lado de fora do quarto para serem recolhidos com segurança.

Jantar servido no quarto com toda higiene necessária (Crédito: Zaqueu Rodrigues)

Resgate dos Patrimônios

Ronaldo Albertino ressalta que a repaginação dos hotéis Marabá, Timbiras e Excelsior irá valorizar e destacar a importância desses empreendimentos para a história da hotelaria e da cidade. “Da arquitetura ao mobiliário, iremos resgatar as características originais desses patrimônios”.

Os três hotéis passaram por intervenções nas últimas décadas. Um pedaço da fachada original do hotel Excelsior – projeto do renomado arquiteto Rino Levi – resiste até hoje e é tombada como patrimônio pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).

Já o hotel Marabá, inaugurado em 1944, nos conduz por uma viagem até o início do século 20, mais especificamente em 1922, ano em que foi inaugurado o suntuoso hotel Terminus, que posteriormente foi agregado ao hotel Marabá. Hoje, embora pouca gente saiba, o hotel compreende dois edifícios, sendo um deles do antigo Terminus.

“Iremos contribuir com o resgate do centro histórico de São Paulo. Há um movimento muito forte para recuperar essa região tão importante. Esses hotéis que estamos operando são ícones da cidade e narram a história da hotelaria brasileira. E a HotelCare irá resgatar e contar essas histórias”, conclui Albertino.

Praça da República, centro de São Paulo, visto do hotel Marabá (Crédito: Zaqueu Rodrigues)

Serviço:

Hotel Marabá

www.hotelmaraba.com.br ou pelo telefone (011) 2137-9500.



Hotel Timbiras

R. dos Timbiras, 621 - República, São Paulo - SP, 01208-010 - Telefone: (11) 3333-6886
www.timbirashotel.com.br
Hotel Excelsior 

Av. Ipiranga, 770 - República, São Paulo - SP, 01040-000

www.hotelexcelsiorsp.com.br
reserva@hotelexcelsiorsp.com.br
+55 (11) 3331.0377
+55 (11) 2139.4600
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