Semiótica do Sertão: um fotolivro revelador do sertão paraibano

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Designer gráfico por amor e nordestino de sangue, o designer gráfico Jefte Kerison de Miranda Mendonça, de 23 anos, sempre teve uma relação próxima com sertão. Nascido em Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa (PB), sempre gostou de fotografar e quando teve a oportunidade de transformar seu amor em algo concreto, criou o fotolivro ‘Semiótica do sertão’.

EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências


Neste trabalho Kerison apresenta a realidade, condições de vida e dificuldades que as famílias do interior sertanejo enfrentam com falta de água, saneamento básico e transporte. Todas as imagens são acompanhadas de poesias de autores nordestinos.

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Para tanto, o Jefte abriu o mapa do interior da Paraíba, escolheu algumas rotas para cidades que não conhecia as estradas, encheu o tanque do carro, pegou duas câmeras – uma delas emprestada – e partiu para o desconhecido. “Tive muita sorte de encontrar uma casinha em que o rapaz não me conhecia, contei sobre o projeto e ele me recepcionou super bem. Fiquei impressionado, me senti em casa. Conversamos, ele me contou sobre as pequenas criações de gado e porcos e, quando terminei os cliques, ele ainda me ofereceu almoço. Como foi uma das primeiras pessoas que conversei, me motivou a continuar fotografando”, conta o designer do coletivo I Hate Flash. “Numa realidade tão diferente, vivendo com tão pouco, eles me deram uma verdadeira lição de humildade, gratidão e de onde a felicidade realmente está”, acrescenta.

A obra retrata a realidade de famílias que enfrentam dificuldades como falta de água, saneamento básico e transporte

Assim, Jefte percorreu 300km e passou por várias cidades como Campina Grande, Queimadas, Caturité, Boqueirão, Cabaceiras e Pocinhos. Sempre que se deparava com belos cenários, parava e fotografava. Na hora de editar o fotolivro, cada uma das imagens foi acompanhada de uma poesia. “Claro, usei poemas de grandes nomes como Ariano Suassuna, mas busquei também poetas nordestinos sem tanta visibilidade, mas com trabalhos lindos, como Guibson Medeiros, Luiz Gonzaga de Moura e Terezinha Costa”.

 

“Foi uma experiência inesquecível em que pude vislumbrar uma realidade totalmente diferente da minha, em que pessoas que vivem em uma terra árida, cheias de dificuldade, mas com sorrisos que atravessam a alma e alcançam o coração. Ouvi tantas histórias, algumas até internacionais, vividas por gente ansiosa para contá-las, demonstrando muita alegria e vontade de viver”. Jefte pretende continuar com projetos de fotografia como esse, para contar e detalhar mais cada uma das histórias das pessoas que encontrar sertão adentro.


O projeto ‘Semiótica do sertão’ está disponível no site do coletivo I Hate Flash (www.ihateflash.net) e no (www.behance.net/gallery/85679457/Semiotica-do-Sertao).

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