Airbus A-380 volta aos céus com retomada do turismo

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Parecia que a crise do coronavírus seria o fim do superjumbo. A Airbus já havia anunciado em 2019 que deixaria de produzi-lo, antes de a British Airways, Qantas e outras grandes empresas aéreas comunicarem a intenção de deixar seus Airbus A380 estacionados em razão da pandemia. Hoje, no entanto, o maior avião de passageiros do mundo parece ter encontrado uma boia salva-vidas.

Financial Times

Tanto a British Airways quanto a Qantas recolocaram em serviço alguns de seus A380 e há outras concorrentes fazendo o mesmo. A repentina retomada das viagens aéreas depois do impacto da pandemia, somada a atrasos nas entregas de novos modelos, deram um impulso à demanda pelo avião, que normalmente pode levar mais de 500 passageiros.

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O renascimento inesperado do modelo de quatro turbinas, mesmo que seja de curto prazo, trouxe um tom de otimismo à feira aérea de Farnborough, que começa na próxima semana. É a primeira grande congregação da indústria aeroespacial e militar desde o início da pandemia e desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, que resultou em promessas de aumento dos orçamentos de defesa dos governos ocidentais.

Apesar de ventos contrários à atividade mundial, como o aumento da inflação, as pressões nas cadeias de suprimento e a falta de mão de obra, o clima na indústria é de “otimismo cauteloso”, segundo Kevin Creven, executivo-chefe da ADS, associação britânica do setor. Em termos de números de visitantes e de exibidores, ele prevê que a feira ficará ligeiramente acima de 2018, o último ano em que foi realizada antes da pandemia, uma vez que as empresas aéreas voltaram a gastar.

Acredita-se que tanto Airbus quanto Boeing anunciarão uma enxurrada de novas encomendas em Farnborough, embora analistas não acreditem que o número chegará às 1.013 unidades de 2018. A Boeing poderia ter uma vitória inicial se a Delta Air Lines, dos Estados Unidos, assinar um contrato por 130 aviões 737 Max.

Nesta semana, a Airbus previu que, diante do aumento de preço das fontes de energia, as empresas aéreas encomendarão mais aviões de baixo consumo nos próximos 20 anos e elevou para 39.490 a projeção de entregas mundiais de unidades durante esse período.

O setor de aviação conseguiu uma redução de 5,9% nas emissões por assento por milha (calculada pela multiplicação do número de milhas voadas por uma aeronave pelo número de assentos disponíveis no voo) em comparação a janeiro de 2018, segundo a firma de consultoria IBA. Isso foi possível porque as empresas aéreas aceleraram a aposentadoria de aviões mais antigos.

Por outro lado, como os volumes de tráfego aéreo voltaram a aumentar, os níveis de emissão também subiram. A IBA prevê que as emissões de carbono para 2022 somarão 800 milhões de toneladas (CO₂) – 36% a mais que em 2021.

A sustentabilidade será um tema central na feira. É esperada uma grande presença de startups de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs), como a Vertical Aerospace, a Lilium e a Joby Aviation. A Wisk Aero, empreendimento conjunto da Boeing no setor, apresentará na feira o protótipo de sua aeronave de pilotagem autônoma Cora.

No curto prazo, o desafio da indústria aeroespacial será cumprir as promessas de aumentos de produção. A Airbus estabeleceu a meta ambiciosa de aumentar a produção de seus jatos A320 em 50%, para 75 unidades por mês, até 2025, e de chegar a 65 até o próximo verão europeu.

 

 

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