Na WTM 2022, especialistas debatem os rumos do turismo na América Latina

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Medidas como flexibilidade e geração de dados são apontadas como essenciais para a consolidação do setor

POR ZAQUEU RODRIGUES

Para o chefe de inteligência de mercado da ForwardKeys, Juan Gómez, a América Latina mantém uma condição mais favorável para a recuperação do turismo em comparação aos demais continentes. “De 2020 a 2022, o google registrou um crescimento de 113% nas pesquisas por melhores destinos na América Latina”, dimensiona.

O especialista considera essencial estar presente em todos os canais nos quais os turistas estiverem. “Os viajantes buscam flexibilidade para conciliar férias e trabalho, valorizando cada vez mais os destinos com experiências ao ar livre e em contato com a natureza. O turista quer mais do que um lugar para tirar fotos”.

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Gómez aponta que a expansão da tecnologia no turismo está ajudando a personalizar as experiências dos viajantes, como por exemplo na criação de diferentes tipos de estadias. E ele enfatiza: “As viagens precisam ser adaptadas de acordo com os desejos dos clientes”, que foram reconfigurados desde o início da pandemia.

Diretor da ProColombia Brasil, Nicolás Casasfranco esboça um cenário positivo para a recuperação do turismo na América Latina. Na Colômbia, aponta o especialista, o número de reservas encaminha-se para superar os índices registrados nos últimos anos pré-pandemia. “Agora o turismo precisa estar preparado para receber todos os perfis de turistas. A diversidade é estruturante”, crava ele.

Da esquerda para a direita: Nicolás Casasfranco, Leonardo Seabra e Juan Gómez / Foto: Zaqueu Rodrigues

A produção de dados sobre a realidade do turismo no continente é primordial, assegura Nicolás. “Graças aos dados podemos construir cenários e ações estratégicas para aumentar a integração do setor e melhorar as análises estatísticas”, afirma o especialista, lembrando que o turismo é uma atividade social e de integração de povos e culturas.

Leonardo Seabra, responsável pelo núcleo de inteligência da Emprotur, empresa de promoção turística do Rio Grande do Norte, observa que o momento requer trabalhar a qualificação e elevar o nível dos serviços e experiências oferecidas aos viajantes. “40% dos turistas do Rio Grande do Norte voltam. Esse dado reflete a qualidade das vivências”.

De acordo com Seabra, a retomada do turista dependia apenas de um ambiente seguro de viagens, o que vem acontecendo com o avanço da vacinação no continente e o recuo das restrições impostas pela pandemia. Ele também reitera o papel importante dos dados para entender os viajantes e formatar melhor os produtos.

Os especialistas projetam que, em 2022, o turismo latino-americano se aproxime dos níveis de 2018. Esse caminho, contudo, reserva muitas transformações no modo de compreender o mercado e seu papel social. O cenário é animador, mas, como alerta Juan Gómez, “espere o inesperado”.

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