O lockdown do Rio de Janeiro: um mal necessário

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Bayard Do Coutto Boiteux*


Na próxima sexta-feira, dia 26 de março, a cidade do Rio de Janeiro colocará  em prática uma série de medidas restritivas em função do agravamento da pandemia. Levou em consideração o comitê científico,  e desenvolveu tal ação em conjunto com a Prefeitura Municipal de  Niterói, já que não chegou a um acordo com o governo do Estado do Rio.

Na nossa humilde opinião, o lockdown já deveria ter sido feito. A situação atual nasce de políticas negacionistas equivocadas e de um comportamento irresponsável de parte da população, sobretudo mais jovem que insistiu  em realizar eventos, muitas vezes escondidos ocasionando aglomeração e não usando máscara, além de frequentar bares e restaurantes que permitiram venda de bebidas nas calçadas.

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É claro que há necessidade de uma fiscalização efetiva, aplicação de multas e conscientização da população sobre todos os protocolos. Por outro lado, o transporte público, em especial o BRT precisa responder de forma  adequada, evitando falta de ônibus, estações e carros lotados pois também é um foco de transmissão real nas condições atuais.

A vacinação precisa ser revigorada e apressada. O ideal seria aproveitar os 10 dias para um redimensionamento da aplicação do imunizante  e que se chegasse rapidamente aos 60 anos, quiçá aos 50. Sente-se que falta uma coordenação na distribuição nacional e que a falta de um Ministro da Saúde nos torna mais vulneráveis.

Não é também o momento para se deixar a cidade em férias, para outros lugares. Não se trata de um feriado longo mas de uma forma encontrada para salvar vidas, já que a rede hospitalar está perto de um colapso.

O lockdown é um mal necessário e que os empresários conscientes sabem que é vital, embora o momento econômico seja complicado. Os auxílios à população mais carente devem ser uma realidade assim como politicas de crédito para a iniciativa privada. Sem querer cair no raso do paz e amor que todos devem se unir para salvar o país, um esforço dos que acreditam na Ciência, que vislumbram na vacina um instrumento de retomada e que entendem que o negacionismo nos levará a bancarrota – um quadro difícil, mas não impossível. É preciso deixar o caminho ideológico de lado e partir para o caminho da sobrevivência.


Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor, pesquisador, funcionário público e trabalha voluntariamente na Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ e no Instituto Preservale. (www.bayardboiteux.com.br)

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