Cabo Horn completa 400 anos de descobrimento

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Por Paulo Atzingen

“O dia 7 de abril estava espetacularmente limpo e ensolarado e chegamos ao cabo Horn por volta das 16 horas. O ponto mais austral do planeta possui um farol, uma casa de máquinas, uma capela, e um monumento que rende homenagens ao principal habitante daqui: os albatrozes”; essas são as primeiras impressões que tive ao chegar, no ano passado, ao Cabo Horn, no extremo sul do continente americano. Viajei em um dos navios da Australis Cruzeiros.

Último acidente geográfico antes da Antártida e divisa entre os dois oceanos, Atlantico e Pacífico, no último dia 29 o Cabo Horn completou 400 anos de descobrimento, feito realizado pelo holandês Jacob Le Maire.

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A lenda que paira no lugar é que esta ilhota é cercada por um cemitério de mais de 800 navios naufragados e que mais de 10 mil homens perderam a vida em seu entorno

Segundo Nicolás Caram, diretor de marketing da Australis – a data reveste-se de significado: “O descobrimento feito pelo holandês provou que o mítico continente Terra Australis Incógnita compunha-se, na realidade, de dois continentes separados: América do Sul e Antártida. Isto permitiu saber que era possível navegar da Europa e Ásia sem passar pelas Índias”, afirmou Caram ao DIÁRIO.

Segundo Nicolás Caram, diretor de marketing da Australis – a data reveste-se de significado: "O descobrimento feito pelo holandês provou que o mítico continente Terra Australis Incógnita compunha-se, na realidade, de dois continentes separados: América do Sul e Antártida"
Segundo Nicolás Caram, diretor de marketing da Australis – a data reveste-se de significado: “O descobrimento feito pelo holandês provou que o mítico continente Terra Australis Incógnita compunha-se, na realidade, de dois continentes separados: América do Sul e Antártida”

No Cabo Horn conheci o oficial da Marinha Chilena, primeiro-sargento Manoel Calbas. Ele morava ali com a esposa, Maria Loreto e  tem dois filhos (Javier de 12 anos e Manoel Estevan de dois anos). Suas funções são administrar o funcionamento do farol e informar à marinha chilena sobre as condições climáticas e o tráfego de navios, geralmente grandes toneleiros e embarcações de pesquisa que se dirigem à Antártida.

Mas é impossível falar deste acidente geográfico e não citar o Poema de Sara Vial, que está encravado em uma placa de chumbo sustentado por duas bases de cimento que resistem ao vento e à chuva:

Cabo_Horn_poesia_Vial“Sou o albatroz que te espera

no fim do mundo.

Sou a alma esquecida dos marinheiros mortos

que cruzaram o Cabo Horn

de todos os mares da Terra.

Mas eles não morreram

nas furiosas ondas

hoje voam nas minhas asas

até a eternidade

na última fenda

dos ventos antárticos.”

Saudações e Feliz Aniversário ao Cabo Horn!

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