Roberto Pereira, diretor executivo da CTI-NE, fala ao DIÁRIO

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O Nordeste cada vez mais representado. Roberto Pereira, diretor executivo da Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI/NE).

Marcos J. T. Oliveira, repórter freelancer do DIÁRIO

Historicamente, o Nordeste sempre atraiu turistas do Brasil e do mundo. Não é à toa que muitos eventos foram e são organizados para atrair compradores. Um deles é a Brazil National Tourism Mart (BNTM). No Brasil, o evento é considerado um dos que tem maior geração de negócios e fornecedores nordestinos e brasileiros. O DIÁRIO conversou com Roberto Pereira, diretor executivo da Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI/NE).

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O executivo falou sobre a entidade como ferramenta de articulação entre os estados, a organização da BNTM 2017 e alguns projetos novos para esse ano. “Trabalhamos muito a ideia-força dos destinos compartilhados, sempre com a visão sistêmica e regional. Naturalmente que cada estado e cada município têm os seus  atributos e trabalham essas individualidades de forma livre e independente“, afirmou Roberto ao DIÁRIO.

Acompanhe:

DIÁRIO: Qual o papel da CTI-Nordeste atualmente? Quando foi fundada?

Roberto Pereira – O papel da CTI-Nordeste é, historicamente, o de articulação entre os estados instituidores da mesma, entre municípios associados, olhando e  enxergando a participação integrada das gestões no que concerne às ações de fomento e difusão do turismo. O Nordeste é um dos destinos mais cobiçados tanto pelos brasileiros no ensejo do turismo doméstico e, por igual, pelos turistas estrangeiros que se encantam com os recursos naturais de nossa região, além da pródiga e diversificada cultura nordestina e que, caleidoscopicamente, se dissemina por seu patrimônio histórico e arquitetônico, por seu folclore, pela música e poesia, pela gastronomia e culinária, por seu artesanato, enfim por um universo de arte e talento deslumbrantes aos que têm “olhos de ver e coração de sentir”.

Trabalhamos muito a ideia-força dos destinos compartilhados, sempre com a visão sistêmica e regional. Naturalmente que cada estado e cada município têm os seus  atributos e trabalham essas individualidades de forma livre e independente. A CTI Nordeste, nasceu no dia 9 de fevereiro de 1977,  sob a forma jurídica de Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI/NE), transformando-se, no dia 22 de junho de 1994, em Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI/NE). Portanto, há 40 anos somos a unidade do Nordeste na sua diversificação ligada aos recursos naturais e culturais.

DIÁRIO: Como é a articulação da CTI-NE com outras instituições do turismo nacional?

Roberto Pereira – Temos uma articulação marcada pela cooperação mútua e, por vezes, mediante parcerias sempre assinaladas pelos princípios ético e morais, e, também, pelo espírito de colaboração e responsabilidade no alcance de metas e objetivos inerentes às entidades envolvidas e, por foco, os serviços que a sociedade espera sejam trabalhados com vistas aos interesses comuns e à obtenção de valores inerentes às políticas públicas e participativas.

Os vetores do turismo, a exemplo da geração de emprego e renda, a inclusão social, o câmbio entre as moedas, o fazer turístico autossustentável, o desenvolvimento social, são o foco da CTI Nordeste e que, nacionalmente, é uma constante na grande maioria das Instituições do trade turístico brasileiro. A CTI Nordeste tem sido uma permanente disponibilidade às ações quando peculiares a diversas entidades deste nosso Brasil. Por igual, por dever de justiça e gratidão, temos recebido sempre apoio de todas as coirmãs que não se negam ao trabalho comum, às motivações que servem de foco à prática do turismo sustentável.

Centro Histórico de Salvador (Foto: Rita Barreto/Setur)
Centro Histórico de Salvador
(Foto: Rita Barreto/Setur)

DIÁRIO: Fale um pouco da nova BNTM 2017? A CTI atua na organização?

A Brazil National Tourism Mart (BNTM) é, no Brasil, o evento de maior geração de negócios, e que sempre se realiza sob o manto do êxito e da enorme participação dos buyers e os suppliers nordestinos e brasileiros. Neste ano, vai acontecer a 25ª edição da BNTM, por coincidência na Bahia, exatamente onde ocorreu a primeira realização dessa Bolsa de tanta dimensão brasileira e, por inteiro, no mundo. Acontecerá em Salvador/BA, na Arena Fonte Nova, de 08 a 10 de junho.

O presidente da CTI Nordeste, Lindolfo Pires, também secretário de turismo e desenvolvimento econômico da Paraíba, tem se dedicado integralmente à causa da BNTM. O evento vai receber 250 buyers, sendo 200 operadores internacionais e 50 nacionais, uma vez que o turismo doméstico vem assumindo uma dimensão relevante na demanda do fluxo turístico para a nossa Região. Vamos durante o evento realizar, inovadoramente, um encontro entre blogueiros, os principais, no Brasil e no mundo, para uma perfeita sintonia com a mídia social que vem ocupando importante espaço entre os consumidores da época atual.

Também vamos levar a efeito seminários ligados à segmentação do turismo consoante os destinos e produtos turísticos, haja vista, por exemplo: (1) Aventura e Ecoturismo; (2) Sol e praia; (3) Cultura, História, Etnia; (4) Religioso ou Profano; (5) Gastronomia; (6) LGBT; (7) Eventos e Negócios; (8) Náutico, todos com vistas ao treinamento dos buyers com relação às diversas formas de turismo praticada no Nordeste brasileiro.

Estamos prevendo a participação de 32 países dentre os de maior demanda para a região nordestina, os quais, no dia 09 de junho, quando das comercializações, aguardamos 7.552 rodadas de negócios com potencial de 250 milhões de volume de negócios entre os fechados e os potencializados.

DT: O que o Nordeste carece atualmente no campo do turismo?

Roberto Pereira – Diria que, no campo do turismo, o Nordeste acompanha o Brasil consoante problemas persistentes à nossa cultura turística. Se temos muito o que exaltar, de proclamar, inclusive, como o fato de estarmos numa curva ascendente de melhoria, de qualidade, de equipamentos à altura das maiores e mais aprimoradas exigências, não podemos varrer para debaixo do tapete problemas e dificuldades que avultam aos nossos olhos, à nossa frente.

Uma dessas pedras no caminho, a violência que norteia o Brasil em todos os seus quadrantes, mas este mal é mundial. Em vários países com o agravante dos atos terroristas, sem falar nos fenômenos naturais coisa que não nos afeta. Citaríamos, então, ainda o problema da qualificação, do treinamento, na busca incessante da qualidade um fator ainda deficitário e necessário à prática do turismo. Acrescentaria a necessidade de uma maior divulgação do Nordeste, por mais que reconheçamos o quanto o Ministério do Turismo e a Embratur têm feito nesse contexto. Mas, nitidamente, muito pouco, quase nada, diante do infinito do universo que precisa receber ações promocionais para que possa existir reciprocidade em correspondência à cobiça dos turistas em potencial.   Ações que obedeçam ao tripé: começo, meio e fim.

DIÁRIO: Alguma novidade para 2017?

Roberto Pereira – Impressiona o trabalho desempenhados pelos organismos públicos estaduais, nos municípios, enfaticamente as capitais e os municípios de importância turística. Há um trabalho compartilhado e, sobretudo, uma consciência profissional entre os gestores, dos governadores aos prefeitos, passando, obviamente, pelos secretários de turismo, os estaduais e os municípios, pelo presidentes das estatais ligadas ao turismo, pelos parlamentares.

Os Conselhos estaduais e/ou municipais do turismo também se profissionalizam na medida em que assumem o seu papel não somente nos aconselhamentos às políticas públicas, mas, também, numa maior participação às deliberações, às decisões gerencias. Esta profissionalização passa por participações mais efetivas nas feiras e eventos turísticos, nas promoções, enfim nas políticas públicas baseadas em destinos demandantes, em atividades de treinamento (há esforços neste sentido), tudo apontando para uma colimação das ações com o ano de 2017, escolhido pela ONU e indicado à OMT para que 2017 seja o Ano da Sustentabilidade e do Desenvolvimento. Estamos neste caminho, rumo e prumo de um crescimento autossustentável de toda a região nordestina.

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