México: você conhece Puerto Vallarta e Riviera Nayarit?

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por Fábio Steinberg*

Quando se trata de turismo, o México deve ser tratado como gente grande. A melhor prova é um movimento anual de 32 milhões de visitantes, o maior da América Latina e mais de cinco vezes que o Brasil.

Avalizada por uma renda diária média de 43,5 milhões de dólares entre 2013 e 2015, a atividade responde por 8.5% do PIB mexicano. Com isto, o turismo gera ao país 2 milhões de empregos – 800 mil deles diretos.

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Qual o segredo do sucesso? Simplista creditar à proximidade com os Estados Unidos e Canadá, ou isenção do visto de entrada de seus cidadãos.  Tampouco a simpatia do povo e a beleza natural explicam por si os excelentes resultados.

Os esforços se pagam. Começam a crescer também no país a presença anual de mais de meio milhão de ingleses, fora centenas de milhares de colombianos, espanhóis, brasileiros, argentinos, franceses e alemães.

Uma pista para entender este sucesso é o México atender ao mesmo tempo dois tipos de turistas. O primeiro, que vamos apelidar de “genérico”, parece feito sob medida para satisfazer o modelo norte-americano, reconhecido em qualquer parte do mundo. Nele não existe uma identidade, mas sim um formato similar e avesso a surpresas.

Os dois destinos mexicanos lições de turismo ao Brasil. Ao contrário de disputar mercados, eles se uniram para criar sinergia e alavancar assim a vinda de visitantes, que chegam via ar, água ou terra. 

Ele é sustentado por cadeias hoteleiras e redes de fast food internacionais padronizadas, que no máximo são ligeiramente apimentadas com algum sotaque mexicano. Destinos como Cancun, no Oceano Atlântico, sem raízes e criado do nada há pouco mais de 20 anos, são legítimos representantes da categoria.

Ao lado de lugares como Oaxaca e Morélia, desponta neste grupo uma nova região turística. São várias localidades nos Estados de Jalisco e Nayarit que circundam a baía de Banderas, no Oceano Pacífico. Em forma de ferradora, trata-se de 100 quilômetros de extensão com praias seguidas, e águas preservadas de poluição que atingem profundidade de até 900 metros, muito ricas em vida marinha.

Ali convivem inúmeras espécies, entre elas cerca de 300 golfinhos em total liberdade, e que interagem com os turistas em mar aberto. Há ainda baleias-jubarte e tartarugas marinhas. Também ali estão localizadas as Ilhas Marietas, um santuário de aves marinhas de diferentes espécies, algumas delas raras.

Destacam-se na região dois destinos vizinhos e integrados por um aeroporto, pouco conhecidas dos brasileiros. O primeiro deles é a cidade de Puerto Vallarta, em Jalisco. Ganhou visibilidade internacional a partir de 1964, depois de se tornar cenário do filme “Noite de Iguana”, dirigido por John Huston. O local também testemunhou o tórrido relacionamento entre Richard Burton e Elizabeth Taylor, onde ambos mantiveram suas casas.

Já a Riviera Nayarit, no Estado de Nayarit, reúne sob o mesmo guarda-chuva 23 povoados de pescadores, com culturas diferentes entre si e hotéis para todos os gostos – dos luxuosos e exclusivos aos familiares e democráticos “all inclusive”.

Os dois destinos mexicanos – assim como o país inteiro – oferecem duas lições de turismo ao Brasil. A primeira é a união harmônica entre vizinhos. Ao contrário de disputar mercados, eles se uniram para criar sinergia e alavancar assim a vinda de visitantes, que chegam via ar, água ou terra.

A segunda aula é a profissionalização da atividade, despolitizada, e sob o comando do Convention & Visitors Bureau de cada local. Conta com ótima receita obtida através de taxas cobradas aos turistas nas diárias. Neste caso, diga-se, o modelo escolhido soa como injusto, já que tanto restaurantes, como tours e atrações, se beneficiam do resultado do trabalho sem dividir ao final a conta com os hotéis.

* Fábio Steinberg viajou a convite de Puerto Vallarta e Riviera de Nayarit, com seguro GTA.

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