COMTUR Paritário não funciona na prática: entenda os porquês.

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Por Eduardo Mielke* –

COMTUR paritário não funciona, pois concentra, sob a égide governamental, o poder de decisão sobre algo que ele não entende. Para qualquer iniciativa dar certo, palavras como cooperação, associativismo e longo prazo, devem fazer parte do discurso. Governos não entendem nenhuma delas. Nem se esforçam e reforçam o tratamento do Turismo, como vemos todos os dias.

COMTUR paritário não funciona, pois excluem excelentes quadros, que pela simplificação do debate em si, não vem sentido em engajar-se. Aliás, ninguém de fundamento irá se envolver, onde metade de tudo é o máximo. E  neste ambiente institucional, ninguém se sentirá parte de alguma coisa. E como resultado, a responsabilidade do sucesso do Turismo cairá única e exclusiva no colo do próprio Poder Público. E você já viu o Estado se responsabilizar por algo?

Entenda. Paritário são aqueles conselhos em que a decisão vem de uma estrutura binária, entre Poder Público e o resto. Simples assim. Via de regra, são constituídos sob a mão do Alcaide, que por ignorância e/ou receio lunático de perder o controle “às intrigas da oposição”, transformam o conselho em algo não mais do que a extensão da própria Sectur.

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Mas, além de paritário, alguns COMTURs conseguem se superar. Expõem o horror do vaco-oco-sem-eco institucional, quando decidem alternar a assento destinado ao Presidente do conselho. Há vários exemplos onde a cada um ou dois anos, a presidência flutua entre público e privado, privado e público. Não é a toa que muitos conselheiros escrevem-me, com um sentimento de estarem “boiando” sobre os rumos do Turismo da sua Cidade…

Por mais que na visão pública, é claro, isto possa apresentar (algum) resultado. E mesmo que poucos se atrevam a dizer no que o Estado erra, partimos do princípio que somente a concentração das decisões turísticas na mão do próprio Estado e a exclusão, já são coisas muito ruins. Não sei se o leitor faz a conta, mas quando qualquer empresário ou dirigente de entidade entra na reunião do COMTUR, 50% das decisões já foram tomadas antes mesmo da reunião começar.

Veja. Numa estrutura tripartite esse número é não mais do que 33%. Em outras palavras, o Estado (onipresente e onipotente não sei da onde) terá que descer do pedestal, calçar as sandálias da humildade e debater com aqueles cujo interesse, é no mínimo mais legítimo. Entidades e empresários olham para resultado e não para o voto. Precisam mostrar suas necessidades e gargalos. Precisam de mais voz, espaço e maior poder de atuação. Precisam de mais responsabilidade. Cooperar para competir assumindo cada um seu papel, não acumulando. Pense nisso.

Dúvidas, esclarecimentos? Pergunte.

Abraços,

Eduardo Mielke é Dr. em Turismo pela Universidade de Málaga e escreve quinzenalmente ao DIÁRIO sobre Gestão e Política de Turismo no Município.
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