Economista Otto Nogami não doura a pílula e faz projeções duras para o país

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A palestra do economista do Insper, Otto Nogami ao que tudo indica foi o ponto alto do 1º dia da  46ª ABAV-Expo que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi de 26 a 28 de setembro em São Paulo.

Por Paulo Atzingen

Convidado pela Latam, Nogami trouxe um quadro realista do momento econômico que o país vive e foi direto ao ponto: “Estamos com uma variável (as eleições) com nenhum tipo de controle e com condicionantes econômicas fragilizadas e um momento jurídico também fragilizado”, disse. Segundo Otto, se o próximo governo, seja ele de direita, esquerda ou de centro não estabelecer condições estruturais para a economia brasileira o país pode quebrar.

Efeito Tesoura

Segundo Nogami, a má gestão das contas públicas, a inflação, a aplicação errada de recursos em princípios básicos da vida brasileira como educação, saúde e infraestrutura, sem o ataque direto às causas, como por exemplo a reforma fiscal e da previdência (não citou a corrupção), podem levar o país ao efeito tesoura muito comum em empresas onde os gastos superam o que se arrecada.

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“O efeito tesoura ocorre quando há um descompasso entre a evolução das fontes disponíveis de longo prazo (CDG) e as aplicações que precisam ser financiadas (NCG). O saldo do Tesouro se torna crescentemente negativo, evidenciando uma dependência cada vez mais acentuada dos recursos de curto prazo para o financiamento da máquina, do país como um todo”, prognosticou apresentando gráficos bem claros.

Na primeira parte de sua apresentação, porém, Nogami apresentou um diagnóstico positivo quanto ao turismo e à aviação nacional e internacional. Em 2017, foram 92 milhões de passageiros domésticos e 21,3 milhões de internacionais transportados. O Turismo também gerou 65 mil empregos diretos e representou 1,9% do PIB nacional, correspondendo a R$ 124, 2 bilhões.

Comportamento elástico

“O setor de aviação evoluiu nesses últimos anos, independente do câmbio e das taxas de juros. A demanda por viagens aéreas continua crescendo”, explica Otto. Em 2017 foram 92 milhões de passageiros domésticos transportados e 21 milhões em voos internacionais. “Mesmo com essa colaboração da aviação, nossa força do turismo representa apenas 3,6% do PIB brasileiro, enquanto que a força do turismo no mundo já chega a 10,4%”, quantificou.

Otto deu um exemplo clássico na economia que são os conceitos  elástico e inelástico:

“O consumidor brasileiro de passagens aéreas internacionais tem um comportamento elástico.   As oscilações do mercado variam de acordo com a quantidade procurada em relação ao preço. Para produtos como passagens aéreas uma pequena mudança no preço, obtém-se uma grande procura, sendo que para outras uma significativa mudança no valor do produto resulta em uma pequena variação na quantidade procurada. Passagem aérea não é um bem de consumo essencial, mas mesmo assim é consumida e se enquadra no consumo elástico”.

Já o conceito inelástico enquadra o consumo de bens insubstituíveis como alimento, bebidas, remédios.

“Se a renda do brasileiro cresce 1% os voos domésticos aumentam 1,65% e os voos internacionais 2,28%”, apresentou gráficos e completou dizendo que “à medida que a renda aumenta, os gastos com o lazer e opções de turismo crescem mais que o proporcional”.

Anos que virão com PIBs sofríveis (crédito DT)

Tripé macroeconômico

Ao final da palestra, Otto apresentou a questão: Que Brasil o futuro presidente encontrará? E de forma didática respondeu. É preciso controlar o tripé macroeconômico: política de câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação.

Com um PIB projetado para 2019 de 1,69 e 2020 de 1,49, o economista acredita que o cenário não deixa de ser interessante para as companhias aéreas. Leia-se companhias aéreas.

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