Usando a análise de dados para favorecer o turismo brasileiro, por Eduardo Schvinger

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Após sediar a Copa do Mundo em 2014, o Brasil se prepara para ser o palco dos Jogos Olímpicos. Obviamente, eventos como esses atraem um fluxo alto de turistas e oportunidades econômicas para o setor de turismo do país. O que nem sempre é tão óbvio é como identificar as oportunidades específicas que podem ser mais vantajosas para cada empresa. As empresas brasileiras enfrentam uma pressão extra, já que o Brasil passa por uma situação econômica delicada e é abalado pela instabilidade política, problemas aumentam as tensões e influenciam cada decisão.

Um recurso que as empresas brasileiras estão usando para driblar as dificuldades é a análise de dados: ferramentas que permitem que qualquer pessoa trabalhe com os dados mais atuais de forma direta, rápida e visual. Essa vantagem técnica pode fazer a diferença entre lucrar com as multidões de turistas ou ser totalmente ignorado por elas.

Dois dos principais benefícios do software de análise de dados têm a ver com as tendências dos dados. O software permite que as empresas identifiquem tendências, o que não é tão simples quanto parece. Os fatores que mais determinam aonde os turistas vão, quando vão, como gastam seu dinheiro e como tudo isso é influenciado por variáveis como o clima são aspectos no mínimo complexos. Isso tudo não se resume a um único conjunto de dados, mas as empresas que possuem ferramentas de business intelligence capazes de combinar diversas fontes de dados estão tendo mais facilidade para encontrar as tendências mais relevantes. As empresas que conseguem unir vários tipos de dados, seja do Hadoop, do Salesforce, da Web, de redes sociais, de planilhas ou de qualquer outro lugar, estão identificando tendências com uma base sólida muito diferente da intuição pura e simples que costumava guiar suas decisões.

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Encontrar a tendência é apenas o começo. Em qualquer empresa, é fundamental que uma pessoa que tenha uma informação nas mãos possa compartilhar a ideia com outras pessoas, inclusive colegas, gerentes e, sobretudo, com os clientes. É aí que o software de análise de dados oferece sua maior vantagem. Como o software foi desenvolvido levando em conta os pontos fortes e fracos da visão humana, ele visa facilitar a comunicação. Por exemplo, as cores, o tamanho da fonte, a posição dos textos e os tipos de gráfico baseiam-se todos nas mais avançadas pesquisas visuais. Os resultados fazem com que trabalhar com os dados seja tão fácil quanto navegar pelo Facebook ou pelo Google. As empresas brasileiras e outras organizações estão descobrindo que essa facilidade de uso é extremamente importante para atrair, manter e ajudar os clientes.

Um ótimo exemplo que pode servir de inspiração para o Brasil é o Observatório de Turismo de Galápagos, no Equador. O Observatório de Turismo de Galápagos é uma plataforma voltada à pesquisa e monitoramento da dinâmica de turismo nas ilhas e tem gerado informações atualizadas e estabelecido indicadores que permitem analisar tendências na oferta e na demanda de turismo, bem como as pressões sociais e ambientais em torno do turismo nas Ilhas Galápagos. O Observatório de Turismo de Galápagos explorou todo o potencial dessas ferramentas, usando o software de análise de dados para interpretar o volume exorbitante de dados relacionados ao turismo.

Por meio de painéis, Galápagos identificou padrões no comportamento dos 220 mil turistas que visitam as ilhas todos os anos. Esses padrões são então usados no planejamento das atividades turísticas. A tecnologia permite um nível de especificidade que não é possível nem mesmo com os palpites mais ousados ou embasados: é fácil ver exatamente aonde os turistas vão, quando vão e como gastam seu dinheiro. Além de ajudar Galápagos, a tecnologia é disponibilizada em painéis on-line para beneficiar os próprios turistas. As vantagens que a análise de dados traz para as empresas se torna uma vantagem também para o cliente.

Esse é um princípio que ajuda todas as partes, desde os proprietários de hotéis, passando pelos turistas e até os guias turísticos. Os painéis ajudam os turistas a planejar e aproveitar suas viagens e, consequentemente, geram dados adicionais que o Observatório de Turismo de Galápagos utiliza para planejamento futuro. Isso cria um ciclo produtivo de feedback de dados que se atualiza automaticamente, permitindo que os criadores e usuários dos painéis compartilhem informações que ajudam uns aos outros. No final das contas, tudo isso favorece a economia, pois as empresas alcançam melhores resultados imediatos e os turistas têm uma ótima experiência, o que incentiva novas visitas no futuro e comentários positivos com efeitos duradouros.

Antes de adotar o software de análise de dados, os funcionários do Observatório de Turismo de Galápagos tinham que lançar todas as diversas informações relacionadas ao turismo manualmente, e não era possível representá-las visualmente com facilidade. Isso gerava atrasos e frustração: como acontece em qualquer empresa, o mundo não para de girar para esperar o departamento de TI produzir relatórios, uma tarefa que pode levar semanas ou meses. Com os recursos de autoatendimento do software de análise de dados, todos podem trabalhar com os dados de que precisam. Além disso, os dados são fáceis de coletar, combinar e visualizar, transformando a experiência para todas as partes envolvidas.

Assim como as multidões de turistas, os dados podem assustar um pouco: os dois envolvem números exorbitantes que são difíceis de compreender sem ajuda. Felizmente, cada vez mais empresas estão descobrindo oportunidades no Big Data graças aos softwares de análise de dados. Assim como a tecnologia pode ajudar os turistas a explorar o Brasil com confiança, as empresas brasileiras estão encontrando formas de avançar com uma tecnologia que usa os dados para dar sentido ao que parece caótico. Ter essa vantagem é importante até mesmo em momentos de prosperidade. Considerando os problemas econômicos e políticos atuais do Brasil, uma análise de dados sólida passa a ser essencial.

*Eduardo Schvinger é diretor de vendas da Tableau no Brasil

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