César Nunes, diretor de Vendas e Marketing da Átrio Hotéis: “o que dá confiança ao investidor é saber do nosso envolvimento com o negócio”

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Diretor de Vendas e Marketing da Átrio Hotéis S/A, uma das principais franqueadoras da Accor no Brasil, revela ao DIÁRIO quais são os próximos movimentos da companhia

Texto de Hugo Okada com entrevista de Paulo Atzingen

César Nunes já é conhecido no meio hoteleiro pelo talento que podíamos chamar de “toque de Midas” sem medo algum de parecer exagero. Sua trajetória no segmento é marcada por êxitos conhecidos por todos os profissionais do setor, em passagens por importantes companhias como Royal Palm Hotels & Resorts, GJP, entre outras, estando à frente atualmente da diretoria de Vendas e Marketing da Átrio Hotéis, uma das maiores franqueadoras da Accor no Brasil e tema dessa entrevista ao DIÁRIO.

DIÁRIO – César, para começar, gostaríamos que nos falasse sobre as recentes aberturas realizadas pela Átrio Hotéis.

CÉSAR NUNES – Bom, começamos desde o ano passado com as conversões dos hotéis que eram doispontozero, das bandeiras Arco e Zii. Os hotéis da marca Arco estão sendo convertidos para a bandeira ibis Styles. São empreendimentos em cidades importantes do interior de São Paulo. Do ano passado para cá, fizemos a abertura de dois hotéis em Ribeirão Preto, um ibis Styles Maurilio Biaggi e ibis Styles Brazolaia, fizemos também o ibis Styles Bauru e há duas semanas reabrimos o ibis Styles São José do Rio Preto. O interessante desses hotéis é que eram oito no total e todo ibis Styles precisa ter um tema a ser seguido, mais lúdico. O desafio era converter oito de uma vez, então escolhemos fazer os sete pecados capitais mais um. O último foi em Ribeirão Preto.  A ideia é fechada de comum acordo com a Accor e os arquitetos. Contratamos o Thomas Michaelis que é um grande escritório de arquitetura que já tinha desenvolvido temas para a gente e sentimos que a escolha foi feliz pois os hotéis estão muito adequados para a convivência, com ambiente propício para a interação.

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Agora tivemos a abertura, também do ibis Itatiba, numa cidade economicamente muito interessante depois de Jundiaí. Antes esse destino praticamente não tinha opção de hospedagem. Itatiba tem uma característica que não tínhamos previsto: provavelmente é a cidade que mais recebe casamentos. Praticamente todo fim de semana temos um grupo de casamento. No final de maio, está previsto um Mercure em Itajaí, com uma área de eventos para até 350 pessoas. Isso é algo que muito nos orgulha e até o final do ano vamos anunciar muitas outras conversões, em torno de dez a doze empreendimentos.

Até o final do ano vamos anunciar muitas outras conversões, em torno de dez a doze empreendimentos.

DIÁRIO – Então o investimento em unidades ibis é mais interessante para o investidor?

CÉSAR NUNES – Primeiro que o ibis no Brasil já se consolidou como referência de hotelaria econômica com padrões de conforto e segurança. Nós costumamos brincar que o ibis  é como um McDonalds. Você chega na cidade e encontra o Zezinho do Pastel, a tia da pururuca e o McDonalds, você vai comer no McDonalds. Então o ibis acabou se tornando essa referência. Isso faz com que o hotel tenha mesmo, de fato, uma aderência muito boa. Outro ponto é que a marca mudou muito nos últimos anos, até a Accor falou um pouco mais sobre essas mudanças. O hotel já é um espaço relevante para consumo de alimentos e bebidas. Temos um levantamento de dez hotéis em destinos onde, depois de um certo horário, as pessoas só encontram o que comer no ibis. Um dado curioso, por exemplo, é em Erechim, no Rio Grande do Sul, que quando falávamos de um bar 24 horas, as pessoas ficavam impressionadas. Com relação a investimento, pela força da marca e pelo capital desprendido para a construção do hotel ibis, o único variável é o preço do terreno. Dos 55 hotéis que a Átrio possui, 51 são das bandeiras ibis, ibis Budget e ibis Styles. São hotéis que dão a melhor margem de lucro para o investidor. O custo de construção é baixo e a força da marca é muito boa. Tentar desenvolver uma marca econômica no Brasil e difícil. Grandes marcas hoteleiras tentaram consolidar marcas econômicas e nenhuma desenvolveu, nenhuma ganhou escala. Porque a marca entrega e o investimento inicial não é alto, diferente do upscale que é alto e tem menos mercado.

DIÁRIO – Como é a participação do investidor na Átrio?

CÉSAR NUNES – Ajudamos a viabilizar muitos hotéis. Desde a incorporação, construtor e investidor. Em diversos hotéis acabamos ficando com uma participação. Até pouco tempo atrás, perto de 30% do nosso inventário de hotéis era de propriedade ou da Átrio pessoa jurídica ou de sócios da Átrio. Agora, com o crescimento e abertura de novas oportunidades, não temos participado tanto. Estamos focados em um projeto que será divulgado em breve, em um destino gerador de demanda muito forte, dentro do Estado de São Paulo. Nesse, estamos participando da incorporação, estamos comprando o terreno e estamos quase fechando o pool de investidores. O objetivo maior é viabilizar, então o investidor que entra, normalmente está pagando o preço de custo da obra. O nosso principal objetivo é botar de pé. Onde vamos ganhar dinheiro é operando o hotel e isso dá uma segurança maior ao investidor, ter a consciência de nosso envolvimento.

Os diferenciais que nos faz ser cada vez mais procurados pelos investidores são geração de receitas e contenção de custos

DIÁRIO – Levantar e operar o hotel. Como coordenar as duas coisas e fazer dar certo?

CÉSAR NUNES – Na verdade a nossa principal linha de trabalho é a operação hoteleira. O desenvolvimento a gente acaba fazendo por ser necessário em praças que a gente acredita que vale a pena fazer esse esforço. Hoje nosso portfólio é 100% operação nossa, franqueados com marcas Accor. Usamos toda a distribuição e Marketing da Accor mas a operação é nossa. Até porque boa parte desses contratos são situações onde locamos o prédio e assumimos o risco. Outra característica forte é estarmos alinhados com o interesse do investidor, pelo fato de só sermos pagos pela rentabilidade do hotel, ou seja pelo lucro. Se o hotel der prejuízo, não ganhamos nada. O que não é o caso nas operações que temos hoje, mas são esses os diferenciais que nos faz ser cada vez mais procurados pelos investidores. geração de receitas e contenção de custos.

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